Varejo adota loja-contêiner para fugir de custos

Lojas modulares ganham espaço em postos de gasolina, estacionamentos, condomínios, praças e boulevards
Varejo adota loja-contêiner para fugir de custos

Dois anos de pandemia marcados pelo abre-e-fecha de lojas para conter a disseminação da Covid-19 não só aceleraram a digitalização do varejo, mas também levaram um número crescente de empresários do comércio a apostar em um novo modelo de loja física. Mais compactos, baratos e — sobretudo — flexíveis, os pontos de venda modulados, inspirados no contêiner usado no transporte marítimo, viraram febre no varejo.

As lojas modulares ganham espaço em postos de gasolina, estacionamentos, condomínios, praças e boulevards, escapando do aluguel pesado das lojas de rua e de shoppings e também das taxas de condomínio.

A estreante no formato é a Chilli Beans, de óculos de sol. “Acho que não teria uma Eco Chilli se não houvesse pandemia”, afirma o CEO e fundador da varejista, Caito Maia. Depois do que ele considera ter sido um “chacoalhão” provocado pela Covid-19, Maia diz que os empresários tiveram de criar outros canais de venda, além do online. “Não sei o que pode acontecer no futuro e preciso ter acesso ao consumidor”.

Inspiração digital

Fora dos endereços tradicionais de compras, as lojas modulares são herança da pandemia não só por “ir” aos locais frequentados pelo consumidor no seu dia a dia, mas também por retratar a agilidade que o varejo ganhou com a transformação digital forçada. “O varejo ficou mais ágil, e a loja dentro do contêiner é um modelo que tem a ver com essa agilidade”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

No varejo digital, se o negócio não vai bem, rapidamente é alterado. Já na loja física tradicional, essa mudança é mais custosa e trabalhosa: envolve grandes investimentos e contratos de locação por períodos longos, por exemplo. Se algo der errado na loja modular, como o mercado não ser promissor como se imaginava, é só mudar rapidamente de lugar e colocá-la em outra praça. O investimento na estrutura física não fica comprometido. “A flexibilidade da loja-contêiner de testar, trocar, fechar e aumentar é típica do mundo digital”.

Terra observa que a tendência foi acelerada nos últimos dois anos também por outro fator: o aumento exponencial do custo da construção. “Construir uma loja tradicional está assustando muita gente — em alguns setores, o custo chegou a dobrar —, e o varejo sempre busca alternativas.”

Com informações do InfoMoney

Fonte: Novo Varejo

Programa EMPRESA AMIGO DO VAREJO