O que esperar da nova Chevrolet Montana
Conhecemos de perto a futura picape da General Motors, que terá posicionamento estratégico para brigar com a Toro (Por Fernando Miragaya, AB)
Há pelo menos seis anos que o mercado pergunta quem será a anti-Toro. E não é exagero dizer que a picape que tem mais chances de abalar a supremacia do modelo da Fiat é forjada no interior de São Paulo, no centro de desenvolvimento da General Motors, onde a reportagem da Automotive Business foi conhecer melhor a nova Chevrolet Montana.
Sim, o futuro modelo da GM que será produzido em São Caetano do Sul (SP) e está em estágio de testes com protótipos é, sem dúvida, o que tem mais condições de acabar com a boa vida da Toro. Isso porque, conforme apurou a reportagem, a nova Montana será vendida no início de 2023 posicionada abaixo da Fiat.
Nova Chevrolet Montana no meio-campo
Comprovamos isso no Campo de Provas de Cruz Alta, o centro de pesquisa e desenvolvimento que a GM mantém em Indaiatuba (SP). Lá, tivemos o primeiro contato visual ao vivo com a nova Chevrolet Montana, bastante camuflada e com as janelas escurecidas – e com cortinas.
No olhômetro, contudo, foi possível notar que a picape será um pouco menor que a rival preferencial, o que corrobora as informações de fontes de dentro da GM. A estratégia da montadora é posicionar a terceira geração da Montana no segmento de médio-compactas justamente entre a Renault Oroch e a Toro.
De um para-choque ao outro, dá para arriscar que o exemplar da GM tem de 10 a 15 cm a menos que os 4,91 metros da picape da Fiat. Desta forma, podemos esperar uma nova Chevrolet Montana com cerca de 4,80 m de comprimento. Assim, ainda fica acima da Oroch, que tem 4,70 m.
Esse posicionamento se replicará no preço. A ideia é colocar a Montana mais barata na prateleira entre as duas rivais. Se fosse lançada hoje, o veículo da GM teria preço inicial entre R$ 120 mil e R$ 130 mil.
Motores e câmbio da nova Chevrolet Montana
A versão de entrada da nova Montana terá câmbio manual, opção de transmissão abolida no Tracker – que serve de base para a picape – e sequer oferecido na linha Toro. A caixa F15-6, de seis marchas, é a mesma que equipava a descontinuada, e, então, configuração mais em conta do SUV compacto da GM.
O que deixa ainda mais notório que a Montana será um meio-termo entre a proposta mais para a labuta e despojada da Oroch e a pegada mais arrojada e voltada para o lazer da Toro. O objetivo é atrair a clientela dos vizinhos, mas também consumidores que migram de outras carrocerias, em especial SUVs e sedãs.
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A faceta proletária será evidenciada pelas capacidades da picape da Chevrolet. Segundo as mesmas fontes, a carga útil da nova Montana ficará próxima ou acima dos 750 kg da Toro turboflex.
Isso graças a uma robusta suspensão por eixo de torção com barra estabilizadora. Ao contrário do jogo multibraço independente da concorrente da Fiat – coisa que, inclusive, ainda encareceria o projeto da GM.
A caçamba promete bastante funcionalidade. Mesmo camuflada, é possível perceber as caixas de rodas bastante “para fora” e abauladas, e uma carroceria larga. O que sugere que a Montana irá mesmo adotar uma caçamba modular, com boxes organizadores, tal qual a Ram.
Apesar da suspensão mais robusta, a picape promete comportamento de carro de passeio. Na cabine, a GM já disse oficialmente que a nova Montana terá o melhor espaço do banco traseiro, com 2 cm a mais para os joelhos dos ocupantes do que na sua “principal concorrente”.
Base de utilitário esportivo
O lançamento da Chevrolet se vale também de ter como base uma estrutura em monobloco, assim como Toro, Oroch e Ford Maverick. Como dito, a plataforma é a mesma GEM, que serve ao Tracker e à linha Onix.
O motor será o mesmo das versões mais caras do SUV: o 1.2 turbo da família CSS Prime, com três cilindros e variação nos comandos. No utilitário, a potência fica em 133/132 e o torque é de 21,4/19,4 kgfm, mas o conjunto deve ganhar uns cavalinhos a mais na picape.
Design
No desenho, conforme teaser revelado pela GM para jornalistas e sob embargo, o modelo terá um quê do Chevrolet Blazer vendido nos EUA (diferente do nosso). Vai adotar a mesma solução faróis afilados combinados com luzes auxiliares maiores e mais quadradas – que tem na Toro, Citroën C4 Cactus…
O capô tem saliências nas pontas e a porta será delineada por um vinco que percorre toda a lateral. Pelo visto, no desenho a Montana também vai querer adotar um jeito mais arrojado que a Toro inaugurou no segmento de picapes.
