Locadoras esperam comprar 700 mil carros em 2023

De acordo com estimativa da Abla, próximo ano deverá superar 2022, que deve fechar com 575 mil emplacamentos
Locadoras esperam comprar 700 mil carros em 2023

As locadoras de veículos pretendem comprar em 2023 entre 600 e 700 mil unidades. Caso a projeção se cumpra, o segmento irá superar as estimativas para este ano, que deve fechar com 575 mil emplacamentos – o que representa alta de 30% sobre aquisições feitas em 2021.

Os números foram divulgados em coletiva realizada nesta terça, 22, pela Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis). A entidade revelou balanço, projeções e tendências do segmento durante a 17ª edição do Fórum Internacional do setor, que ocorre entre a terça e a quarta-feira, 23, em São Paulo.

Ainda de acordo com o levantamento da Abla, feito a partir de dados do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), as locadoras já compraram 457.410 veículos no acumulado do ano. Com isso, a frota total das locadoras chega a 1.373.407 automóveis e comerciais leves. Em 2021, o segmento fechou o janeiro-dezembro com 1.136.517 unidades.


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Marco Aurélio Nazaré, presidente da Abla, ressaltou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 deve ser de 0,7%. A estimativa, apontada por economistas do Itaú Unibanco, se dá por conta de taxas de juros mais altas e desaceleração global. Por outro lado, Nazaré frisou que o setor “sempre esteve deslocado do crescimento do PIB”. Assim, espera-se que as locadoras de veículos continuem sendo as principais clientes das montadoras no próximo ano.

A Abla também indica que os nichos de terceirização de frotas e de carro por assinatura deverão aquecer ainda mais a demanda em 2023. A entidade crê que a participação dos veículos por assinatura possa dobrar a médio prazo. Este ano o segmento já cresceu 16,4%. As projeções otimistas se dão ainda por conta das passagens aéreas, que poderão ficar mais caras e seguirão estimulando viagens rodoviárias.

Idade média da frota de locadoras deve cair em 2023

A idade média da frota das cerca de 14 mil locadoras de veículos ativas no Brasil aumentou nos últimos anos. Se em dezembro de 2020 tinha 19,6 meses, chegou a 32,1 meses em julho de 2022. No entanto, para 2023, a Abla prevê uma rápida passagem pela fonte da juventude, já que os ajustes no ritmo de produção das montadoras levará a uma queda no prazo de atendimento dos pedidos.

As locadoras de veículos vivem sua melhor fase. Em 2021, por exemplo, ofaturamento do setor cresceu 33,5%: de R$ 17,6 bilhões em 2020 para R$ 23,5 bilhões em 2021, segundo relatório anual da Abla. Mesmo assim, a entidade aponta alguns desafios.

A produção de veículos, segundo a entidade, ainda é insuficiente – reflexo da pandemia e da crise de semicondutores. Além disso, o segmento enfrenta problemas para adquirir carros de entrada, que serão o principal alvo das locadoras em 2023.

Mercado de motos tem potencial para crescer

O mercado de locação de motocicletas também deverá ter melhor ano em 2023. Hoje, de acordo com a Abla, as locadoras têm frota de cerca de 40 mil motos. Segundo Paulo Miguel Junior, conselheiro da entidade, o boom dos aplicativos agregadores de restaurantes e o campo de logística urbana farão com que esse número dobre “nos próximos anos”, já que o segmento “está crescendo absurdamente”.

Embora o segmento premium se faça presente, a tendência é de que motos de baixa cilindrada, mais em conta, sigam com a maior fatia do mercado. A Pop 100, por exemplo, mais acessível de todas as Honda, tornou-se a base do sucesso da Mottu. A startup voltada para locação de motocicletas para uso profissional adquiriu mais de 5 mil unidades do modelo entre 2019 e o fim de 2021.

A frota da Mottu atualmente é composta por 15 mil veículos. A companhia pretende chegar até o fim de 2023 com 50 mil motocicletas majoritariamente populares.

Fonte: Automotive Business

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