10 caminhões que marcaram a história da Mercedes-Benz no Brasil

10 caminhões que marcaram a história da Mercedes-Benz no Brasil
O L 1111 foi precursor do formato com cabine semiavançada, que depois se consagraria com o lançamento do L 1113

Do Torpedo a modelos autônomos e inteligentes, trajetória da montadora foi cheia de inovação (Victor Bianchin, AB)

A Mercedes-Benz do Brasil completa 65 anos em setembro e, nesse período, foram 1,3 milhão caminhões vendidos. Essa história, que começou com o grande Torpedo, de 1956, foi marcada por inovações tecnológicas, modelos famosos e muita confiança por parte do público.

Para relembrar a estrada de seis décadas e meia da companhia no país, veja na lista a seguir os modelos da Mercedes que se espalharam pelas rodovias Brasil afora e gravaram seu nome na história da montadora.


Este texto integra a cobertura especial dos 65 anos da primeira fábrica da Mercedes-Benz no Brasil
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1- L 312, o “Torpedo” (1956)

O primeiríssimo caminhão a ser fabricado no Brasil foi o L 312, também chamado de Torpedo, lançado em 1956. Esse foi o mesmo ano em que a primeira fábrica da Mercedes foi inaugurada no Brasil, na cidade de São Bernardo do Campo (SP), evento que contou com a presença de muitas autoridades, entre elas o então presidente Juscelino Kubitschek.

O L 312 era equipado com motor nacional de seis cilindros, movido a diesel, com 4,6 litros e 110 cv. Esse tipo de propulsão, somado à capacidade para 6 toneladas de carga útil, foi uma revolução no transporte do Brasil pois se provou muito mais econômico do que as viagens feitas com veículos a gasolina. O apelido de “Torpedo” veio do formato fino e comprido, que lembrava os mísseis submarinos.

Pouca gente lembra, mas os L 132 tinham uma assistência técnica itinerante composta de versões adaptadas do próprio modelo chamadas de “carros oficina”. Uma grande conveniência para quem dirigia essa novidade nas estradas brasileiras.

2- LP 321 (1958)

Os anos 60 trouxeram crescimento para a economia brasileira, assim como um maior adensamento populacional no interior do estados. Antes disso, a Mercedes percebeu que precisava de caminhões que conseguissem não só trafegar pelas vias bem pavimentadas dos grandes centros, mas também pelas estradas com pouca manutenção Brasil afora.

Surgia então o L 321, com carroceria maior e capacidade de 10 toneladas, lançado em 1958 e produzido até 1970. Seu motor a diesel OM-321 tinha seis cilindros em linha com 120 cv a 3.000 rpm. Foi apelidado de “cara chata” por ter cabine avançada, ou seja, que se estendia completamente acima do motor, de modo que o parabrisa era nivelado com a lataria na frente.

O L 321 foi tão impactante que deu origem a uma extensa família para atender aos locais de difícil acesso. O LP-321 4×4, por exemplo, foi o primeiro caminhão com tração nas quatro rodas do Brasil. Depois também vieram o cabine-leito LP 331 e o LP-333, que tinha dois eixos direcionais, direção hidráulica e 180 cv, carregando 20 toneladas.

3- L 1111 (1964)

O grande “onze onze” é um dos caminhões mais populares da história do Brasil. Foi o precursor do formato com cabine semiavançada, que depois se consagraria com o lançamento do L 1113.

Ele possuía o mesmo motor OM-321, com seis cilindros em linha e 110 cv de potência. A família se dividiu em cinco modelos totais: a versão L, que tinha três opções, cada uma com uma diferença de distância entre os eixos ( 3.600 mm, 4.200 mm, 4.823 mm), a versão LS (basculante) e a versão LK (cavalo-mecânico).

Os grandes diferenciais do L 1111 eram sua robustez e durabilidade, que garantiam alto valor de revenda. Além disso, a manutenção era relativamente fácil, de modo que o próprio caminhoneiro conseguia fazer reparos apenas com ferramentas básicas. Para completar, com sua cabine ampla, assentos com altura ajustável e sistema de ventilação, era um veículo muito confortável. Foi um sucesso nas estradas.

4- L 1113 (1970)

A grande deficiência do modelo L 1111 é que ele não era muito potente. A Mercedes, então, se dedicou a desenvolver um novo motor, o OM-352, o primeiro da fabricante com injeção direta de combustível. Com seis cilindros, 5,7 L e 130 cv a 3.000 rpm, era um propulsor relativamente leve, além de ser confiável e com baixo custo de manutenção.

O novo motor foi equipado nos L 1111, formando um novo modelo agora chamado de L 1113, também nas versões L, LK e LS. Foi um sucesso estrondoso: até o encerramento de sua produção em 1987, mais de 207 mil unidades foram vendidas. Ainda existem vários em circulação no interior do Brasil.

Juntos, o L 1111 e o L 1113 são os modelos de caminhão mais vendidos no Brasil em todos os tempos. Eles sinalizaram uma revolução: os veículos de carga agora podiam ser potentes, confortáveis e acessíveis. O progresso do Brasil viajava de caminhão.

5- L 608 D, o “Mercedinho” (1972)

Com as estradas conquistadas, faltava um modelo para as cidades. Foi aí que surgiu o “Mercedinho”, apelido carinhoso deste caminhão urbano, voltado a entregas. Ele tinha motor 3.8 de quatro cilindros com injeção direta, 85 cv e caixa de cinco velocidades ZF, além de capacidade para 3.500 kg.

Estava disponível em três versões: com cabine, com meia cabine e com chassi nu. Foi um sucesso absoluto: ao final de seu primeiro ano nas lojas, já detinha 35% do segmento. Além das inovações tecnológicas e do motor a diesel, ele chamava a atenção porque era bonito, com um charme europeu.

Em 1988, ganhou seu sucessor, o L 709, que depois seria substituído pelo L 710. Foram um marco na mobilidade urbana de carga do Brasil.

6- L 1620 (1996)

Sucessor direto do L 1113, o semipesado 1620 foi outro personagem constante nas estradas brasileiras. Originalmente, era um modelo 4×2, mas isso foi revisto e o veículo passou a sair de fábrica com o terceiro eixo instalado. Passou então a ser oferecido em duas versões, ambas 6×2: a Classic (motor 6 cilindros turbocooler de 211 cv e torque de 71 mkgf entre 1200 e 1900 rpm) e a Eletrônica (motor 6 cilindros turbocooler de 231 cv e torque de 83 mkgf entre 1200 e 1600 rpm).

Seus atrativos eram os mesmos de seu antepassado: robustez, fácil manutenção e alto valor de revenda. Foi o caminhão mais vendido do Brasil por mais de dez anos e era o mais procurado por empresas e autônomos que cumpriam rotas médias e curtas. Um veículo confiável acima de tudo.

7- LS 1935 (1990)

Em 1990, a Mercedes lançou o LS 1935, seu primeiro grande sucesso no segmento de caminhões extrapesados. Dotado de um ronco inconfundível, ele vinha com o poderoso motor OM-447 LA de 360 cv e o freio Top Brake, sistema que até hoje equipa os caminhões da marca. Foi o modelo que criou o termo “teto alto”, aumentando a altura interna da cabine. Sua cabine “bicuda” foi moda nos anos 90.

Ele abriu caminho para que, em 1998, viesse seu sucessor, o LS 1938, que trazia uma grande inovação: o motor eletrônico de 380 cv. Foi um dos maiores avanços na história dos propulsores a diesel. Além do motor, o LS 1938 tinha caixa de 16 marchas, freios a disco nas quatro rodas com sensor de desgaste das pastilhas, rodas de alumínio, ABS opcional (o primeiro modelo da marca a receber essa tecnologia), ar condicionado e desembaçador do vidro traseiro.

8- Accelo (2003)

A família Accelo, nova geração de caminhões leves da Mercedes, veio para substituir a linha 608/709/710. Ela foi inteiramente projetada para circular bem nos grandes centros, com muito conforto interno, baixo consumo de combustível e alta versatilidade para manobras.

Originalmente, o Accelo estava disponível nos modelos 715 C, de sete toneladas, e 915 C, de nove toneladas. Entre as características estavam as travessas parafusadas do chassi, a suspensão por molas parabólicas, os amortecedores e barras estabilizadoras na dianteira e traseira e os coxins para o trem-de-força, que minimizavam ruídos e vibrações. O motor eletrônico era o OM-612 LA, de cinco cilindros e 156 cv a 3.800 rpm, com injeção eletrônica common-rail.

Hoje, a família Accelo é composta dos modelos 815, 1016 e 1316, caminhões de 8 a 13 toneladas de PBT. Na versão 1316, o 3º eixo já vem instalado de fábrica e possibilita a instalação de carroceria com até 8 metros, a maior do seu segmento. O motor de 4,8 litros conta com a tecnologia BlueTec 5, que, segundo a marca, diminui o consumo de combustível e a emissão de poluentes. E ainda temos painel com diagnóstico onboard, câmbio automatizado de seis velocidades, bancos ergonômicos, freios Top Brake e ABS de série.

9- Axor 3131 autônomo (2018)

Outra revolução tecnológica: o 3131 é um caminhão autônomo em operação regular no Brasil. Seu nível de autonomia é o 2, numa escala que vai de 0 a 5 (de zero para total autonomia). Nesse nível, o veículo não tem sensores para detectar obstáculos, mas consegue direcionar e acelerar sozinho. Um humano precisa acompanhar a operação.

O veículo foi desenvolvido em parceria com a Grunner Tec, empresa especializada em soluções para o campo, e é voltado especificamente para auxiliar a colheita de cana-de-açúcar.  Ele atua sempre junto a uma colheitadeira (também autônoma) e se geolocaliza por meio de GPS. A margem de erro é de apenas 2,5 cm. Como a área da fazenda é mapeada previamente, o caminhão consegue circular pela colheita sem esmagar mudas ou compactar o solo próximo a elas.

Embora essa versão autônoma utilize a base do 3131 original, ela tem pelo menos uma grande diferença visual: a bitola (distância entre as rodas do mesmo eixo) de 3 metros, bem maior que a do o modelo padrão da família.

10- Novo Actros (2019)

Abram alas: este é o caminhão mais inteligente do Brasil. Isso porque ele combina diversos sistemas de segurança e navegação que se unem para criar uma experiência única para o motorista.

Vamos começar pela segurança: assistente de fadiga, assistente de ponto cego, controle de proximidade, sensor de chuva, novos defletores de ar, farol alto inteligente, freio motor de alta performance (560 cv) e muito mais. E na navegação? Sistema Uptime que evita paradas não programadas, sistema de gestão de frota Fleetboard, volante multifunção touch e duas telas de alta resolução (uma com informações vitais e outra com opções de conforto e produtividade).

O motor OM 471 tem 13 litros, 6 cilindros em linha e duplo comando de válvulas DOHC (2 de admissão e 2 de escape por cilindro). Sua potência é de 530 cv com elevado torque de 2.600 Nm. Também inclui sistema de injeção eletrônica CDI (Common-Rail) e X- Pulse com multiplicador de pressão.

Fonte: Automotive Business

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