Produção de ônibus cresce 10,2% no primeiro trimestre
Setor ensaia retomada e projeção anual se mantém em 20 mil unidades, a despeito de problemas com Caminho da Escola (Por Mário Curcio, para AB)
O mês de março teve 2,4 mil ônibus produzidos, desempenho 23,8% melhor que o de fevereiro. O acumulado do ano já chega a 5,7 mil unidades montadas, o que indica alta de 10,2% sobre o primeiro trimestre do ano passado. As informações foram divulgadas na sexta-feira, 8, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Os números da entidade mostram que a produção de ônibus rodoviários cresceu mais de 100% no primeiro trimestre ao somar 811 unidades no período. “Apesar das dificuldades, o setor, aos poucos, ensaia uma recuperação”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini.
Obstáculos no Caminho da Escola
Sobre o adiamento da licitação para o programa Caminho da Escola, que ocorreria na terça-feira, 5, Saltini recorda que a produção total estimada para este ano (20 mil ônibus) não considerava este novo lote de 3.850 unidades que seria licitado. “Por isso, a projeção não se altera”, afirma.
Exportações crescem quase 15%
No mês de março as fabricantes instaladas no País exportaram 398 ônibus, com alta de 75,3% sobre fevereiro. O acumulado do ano teve 970 embarques e anotou alta de 14,8%. Os ônibus rodoviários responderam por 454 unidades desse total e anotaram alta próxima a 60% no trimestre.
“Nosso maior mercado de exportação de veículos pesados continua sendo a Argentina, mas o Chile ganhou espaço e ocupa a segunda colocação. Em seguida vêm Peru e Colômbia”, afirma Saltini. Ele recorda que os volumes ainda são pequenos, mas a variação positiva neste caso é um sinal de recuperação de alguns mercados vizinhos.
Vendas internas recuam 0,3% no trimestre
Os licenciamentos de ônibus em março alcançaram 1.362 unidades e anotaram alta de 47,9% sobre fevereiro. “A participação do Caminho da Escola se manteve em 23% como em outros meses, mas os urbanos atingiram 37%, indicando um começo de resposta das renovações de frota”, afirma Saltini.
O acumulado do ano teve 3,3 mil unidades e foi quase uma repetição do primeiro trimestre de 2021, mas com ligeira queda de 0,3%. Saltini recorda que o período atual é muito difícil para um setor que ainda tenta se recuperar dos efeitos da pandemia, como a paralisação da atividade turística por um grande período e também o cancelamento de renovações de frota urbanas e rodoviárias.
Fonte: Automotive Business
