Negócios com peças e acessórios crescem de 3,7 para 9 bi no Mercado Livre em dois anos

Entre os itens automotivos mais comercializados estão suspensão (8%); componentes para motor e lubrificantes (10%); acessórios não ligados ao som (9%); e pneus, com 6% (Por Claudio Milan / claudio@novomeio.com.br)
Negócios com peças e acessórios crescem de 3,7 para 9 bi no Mercado Livre em dois anos

Ao iniciar a palestra “Como a Reposição Automotiva Internacional Enxerga a Transformação Digital e Qual seu Impacto no Aftermarket?”, Gerson Prado, presidente da Nexus Automotive International, de Genebra, Suíça, avisou que sua apresentação no Seminário da Reposição Automotiva tinha como ideia central muito mais provocar do que dar resposta, visto que a transformação digital no setor automotivo tem muitas vertentes. Três temas foram tratados, pontos importantes na avaliação da Nexus: e-commerce, carro elétrico e telemática. A Nexus reúne 170 distribuidores no mundo e está presente nos cinco continentes.

O primeiro assunto trazido por Prado ao Seminário foi o e-commerce, que é uma realidade no mercado de comercialização de autopeças. “Já há volumes bem interessantes. Para vocês terem uma ideia, o maior negócio dentro do Mercado Livre é o automotivo. A Amazon entrou muito forte nesse negócio e tem representatividade nos Estados Unidos onde, inclusive, construiu um catálogo inovador para a busca de peças. E podemos achar outros exemplos. Uma coisa interessante são as lojas oficiais das montadoras. Como a Chevrolet, que tem loja no Mercado Livre e conecta os revendedores, mas ela dá as ofertas diretamente para o dono do carro”.

Gerson Prado dedicou especial destaque ao Mercado Livre em função de seu volume de negócios no setor. “No negócio de peças e acessórios para motos e automóveis, o ML fez em 2019 R$ 3,7 bilhões. Em 2021 a previsão é de R$ 9 bilhões. Vejam o quanto acelerou o setor de peças dentro de uma única plataforma”.

Entre os itens automotivos mais comercializados no Mercado Livre, suspensão responde por 8%; componentes para motor e lubrificantes vêm com 10%; acessórios não ligados ao som têm 9%; e pneus respondem por 6% com tendência de alta. “Embora o volume do ML seja muito alto, aquilo que é o core nosso do dia a dia ainda tem baixa representatividade pela dificuldade de localização de peças”.

CARÊNCIA

E isso se deve em grande parte à falta de informação sobre produtos, carência que, segundo Gerson Prado, também está presente nas lojas físicas. “A venda de peças de forma eletrônica, com um catálogo organizado, vai crescer nos próximos anos. Porque o consumidor tem cada vez menos dinheiro. A frota está envelhecendo e, com isso, ele vai buscar alternativa na internet. A internet pra ele vai ser inclusive alternativa de baixo custo, desde que os catálogos melhorem. O B2C, com o que existe hoje de números conhecidos, vai acelerar cerca de 21% ao ano – hoje ele representa mais ou menos 6% do mercado total de venda de peças e deve chegar em 2028 a 16%. Já o B2B acelera muito. Hoje representa mais ou menos 5% do total e deve chegar a 90% em 2028. Então a tendência é que o consumidor profissional – lojista e mecânico – comprem por plataforma online”.

Um problema que Gerson Prado apontou foi o fato de o consumidor entrar na loja com o celular em mãos e, por meio do dispositivo móvel, ter acesso a pesquisa de preços dos produtos, motivando negociações com o gerente para pagar mais barato.

Fonte: Novo Varejo

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