Mais antiga que a indústria nacional, Busscar chega aos 75 anos

Mais antiga que a indústria nacional, Busscar chega aos 75 anos

Versões do famosos Diplomata, quando a empresa ainda era Nielson (Fotos: Lexicar)

Quando dois irmãos de Joinville (SC) resolveram trabalhar juntos nos anos 40 ao colocar uma carroceria de madeira sobre um chassi de Chevrolet Gigante para produzir uma jardineira, ninguém poderia imaginar que nasceria ali uma empresa que faria história como uma das maiores fabricantes de carrocerias de ônibus do Brasil.


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A Busscar comemora neste mês seus 75 anos de história, que começou em 17 de setembro de 1946, quando os irmãos Augusto Bruno e Eugênio Nielson, descendentes suecos, formaram uma sociedade para abrir uma marcenaria, que foi batizada de Nielson & Irmão. Sua história é até mais antiga do que a da indústria automobilística nacional, que teve início em 1956 com o Romi-Isetta (setembro) e o DKW Vemaguet (novembro).


Modelos rodoviários dos anos 70 e 80 (Fotos: Lexicar)

Aquela jardineira (carroceria aberta sobre chassi de caminhão para transporte de passageiros) foi o primeiro veículo encarroçado pela dupla, em 1949. Com o tempo, eles foram abrindo um espaço cada vez maior na marcenaria para os ônibus e caminhões enquanto deixavam os móveis de lado.

A chegada do famoso Diplomata

Nos anos 60, a empresa começou a fabricar suas carrocerias em aço. Foi em 1961 que a Nielsen lançaria um modelo que se tornaria icônico na história dos ônibus brasileiros: o modelo rodoviário Diplomata, com seu inconfundível teto em dois níveis, que marcaria o estilo da Nielson pelas décadas seguintes.

“Embora não tenha sido o primeiro produto nacional do tipo, o Diplomata tinha um detalhe inédito, só encontrado nos ônibus Flxible norte-americanos então operados pelo Expresso Brasileiro na rota Rio-São Paulo: a grade de largos perfis de alumínio adornando a traseira e encobrindo os para-brisas e as últimas janelas laterais”, explica o site Lexicar Brasil, especialista em veículos nacionais antigos.


Vissta Buss DD é o tipo de linha da Busscar, disponível com quatro eixos

Em 1989, a Nielson passou a adotar o nome Busscar para seus ônibus e conquistou fama como uma das principais encarroçadoras de ônibus rodoviários, de turismo e fretamento do País, até que começou a ter dificuldades financeiras após a morte do seu presidente, Harold Nielson, filho mais velho de Augusto Bruno.

Falência e volta aos negócios

Em 2004, a Busscar foi socorrida pelo BNDES e enfrentou uma forte crise em 2008. Três anos depois entrou em recuperação judicial e teve a falência decretada em setembro de 2014. Porém, em junho de 2017, o grupo Caio assumiu a massa falida da empresa, que em junho de 2018 voltou a produzir.

Ainda sediada em Joinville, a fabricante de carrocerias conta hoje com sete modelos de ônibus, divididos nas linhas El Buss (320, 320L e 340) e Vissta Buss (340, 360, 400 e DD), sendo o topo de linha o Vissta Buss DD, um modelo rodoviário para longas distâncias com quatro eixos, disponíveis para chassis Mercedes-Benz, Volvo e Scania.

A empresa também acabou de concluir a construção de um novo centro técnico em conjunto com a Caio, especializada na produção de ônibus urbanos, que será inaugurado ainda neste ano. Localizado em Guarulhos (SP), às margens da Via Dutra, o local tem 24 mil metros quadrados, com dois prédios: o primeiro será destinado ao centro de treinamento, ao showroom e às atividades administrativas, enquanto o segundo terá os serviços de pós-venda, assistência técnica e venda de peças.


Instalações do centro técnico da Caio e da Busscar, em Guarulhos

Fonte: Automotive Business

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