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Inadimplência cai na capital paulista, mas segue acima do patamar de 2022

Cerca de 26,4 mil famílias conseguiram quitar as dívidas entre outubro e novembro na cidade de São Paulo e, com isso, sair da lista de inadimplentes. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o porcentual de lares nessa situação caiu para 23,5%.

O endividamento retraiu timidamente para 67,5%, enquanto o volume de lares ainda sem condições de quitar as contas atrasadas permanece estável pelo menos desde agosto, desta vez na casa dos 10,7% [tabela 1]. A preocupação com o indicador se deve ao fato de que, há exatamente um ano, esse percentual era relativamente menor (9%).

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Da mesma forma, houve um aumento significativo da parcela da renda dos lares comprometida com dívidas [tabela 2]. Em novembro, cerca de 31,7% das receitas domésticas estavam direcionadas a esse fim, no intervalo de um ano — o maior da série histórica da FecomercioSP, iniciada em 2010. Considerando o alongamento desse prazo — atualmente de 8,1 meses, em média —, é possível afirmar que os consumidores têm comprometido a renda com valores mais elevados nas parcelas e por mais tempo.

No caso da inadimplência, o destaque negativo ficou por conta do tempo de atraso, que segue elevado: média de 68,6 dias para liquidar as dívidas — a maior registrada desde março de 2019.

Os dados da FecomercioSP mostram que a redução da inadimplência em novembro foi mais significativa para famílias com renda mensal superior a dez salários mínimos, passando de 12,4%, no mês anterior, para 11,6%, redução de 0,8 ponto porcentual (p.p). No outro grupo das famílias com renda até dez salários mínimos, a queda foi menor: de apenas 0,4 p.p, chegando a 28,2% no mês. Ainda assim, a retração dos inadimplentes em São Paulo expressa a melhora da situação econômica em geral do País. Segundo a Federação, é importante considerar os efeitos do programa Desenrola Brasil, do governo federal, em vigor desde agosto, para tentar diminuir o fenômeno.

O cartão de crédito (84,4%) segue sendo o principal motivador de endividamento em São Paulo, seguido pelos carnês (15,5%) e pelos financiamentos de imóveis (13,4%). Esses números mostram que, ainda que os juros estejam em patamares elevados, as famílias têm encontrado opções facilitadas de crédito — tanto para consumo rápido como para compra de bens de longo prazo, como a casa própria.

Paulistanos mais confiantes

Essa análise pode ser corroborada pelo fato de que os paulistanos estão mais confiantes para consumir: em novembro, o Índice de Intenção de Consumo (ICF) subiu 0,7%, atingindo 113,2 pontos, o maior patamar desde maio de 2014. No comparativo anual, o índice avançou 22,3%.

Indicadores que compõem a métrica ajudaram a definir o resultado: o nível de consumo atual cresceu 3,4%, atingindo 93,4 pontos, enquanto o nível de renda e o de acesso ao crédito também registraram alta. A inflação sob controle e os juros em queda contribuem para a manutenção de um cenário positivo, sem contar a chegada do décimo terceiro salário, capaz de influenciar o consumo de bens e serviços e de liberar o pagamento de contas.

Fonte: FecomercioSP

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