Frota brasileira envelhece na pandemia e favorece o mercado de reposição

Relatório do Sindipeças apurou que no período de 2013 a 2021 a frota ficou 1 ano de 10 meses mais velha (Redação Novo Meio: jornalismo@novomeio.com.br)
Frota brasileira envelhece na pandemia e favorece o mercado de reposição

As consequências da pandemia da covid-19 para o setor automotivo continuam aparecendo a cada novo estudo divulgado. A edição 2022 do Relatório da Frota Circulante, do Sindipeças e Abipeças, revela que a frota de veículos no Brasil atingiu a idade média de 10 anos e 3 meses.

Embora o envelhecimento dos veículos num primeiro momento favoreça o mercado de reposição, também é verdade que reflete as dificuldades enfrentadas pelas montadoras ao longo dos dois anos em que a crise provocada pelo novo coronavírus configurou situação de emergência sanitária no país. Segundo análise do Sindipeças, apesar do avanço da imunização, a extensão da pandemia em 2021 fez emergir desafios que não estavam contemplados nas melhores análises. “A recuperação em ‘V’ no segundo semestre de 2020 alimentou expectativas de que o setor automotivo vivenciaria exuberante recuperação no ano seguinte. O mercado projetava crescimento de 25% para produção de autoveículos em 2021, sendo que o ano fechou com expansão de somente 11,6%”, aponta o relatório. O documento credita o resultado frustrante ao descompasso

Segundo análise do Sindipeças, apesar do avanço da imunização, a extensão da pandemia em 2021 fez emergir desafios que não estavam contemplados nas melhores análises. “A recuperação em ‘V’ no segundo semestre de 2020 alimentou expectativas de que o setor automotivo vivenciaria exuberante recuperação no ano seguinte. O mercado projetava crescimento de 25% para produção de autoveículos em 2021, sendo que o ano fechou com expansão de somente 11,6%”, aponta o relatório. O documento credita o resultado frustrante ao descompasso logístico global e às restrições produtivas para fornecimento de matérias-primas, commodities e componentes, principalmente semicondutores, conjuntamente com o encarecimento dos fretes marítimos, somados a aumento das restrições nas concessões de crédito, decorrente da elevação da taxa Selic e aumento da inadimplência das famílias.

“Em meio aos problemas e desafios mencionados, a frota brasileira logrou singelo crescimento de 0,7% em comparação ao ano anterior. Contabilizaram-se 46,6 milhões de unidades em circulação, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, contra 46,2 milhões em 2020. A frota de motocicletas se manteve estável (-0,1%), registrando-se cerca de 12,8 milhões de unidades em vias públicas”, detalha o estudo. A relação entre a população residente e a frota circulante se manteve em 4,6 habitantes por veículo em 2021, abaixo da relação observada no início da década passada. Na comparação entre 2010 e 2020, essa relação declinou 1,5 ponto percentual, favorecida pelo período de auge do setor automotivo até 2013 e estagnada, a partir de 2016, por causa da desaceleração e crise.

Idade média da frota circulante

O Relatório do Sindipeças demonstrou que o processo de envelhecimento da frota brasileira teve continuidade em 2021. Além da idade média de 10 anos e 3 meses, o estudo apurou também que no período de 2013 a 2021 a frota ficou 1 ano de 10 meses mais velha.

“As possibilidades de reversão desse fenômeno dependem do aumento da taxa de crescimento das vendas de veículos novos vis a vis a taxa de sucateamento da frota existente e/ou de políticas públicas que exijam a retirada de circulação das unidades mais antigos, ou seja, de um programa de renovação de frota. As discussões feitas pelo governo federal, entidades setoriais e transportadores de carga para estruturar um programa de reciclagem veicular, embora tragam como proposta que a primeira fase abranja caminhões, ônibus e implementos rodoviários, revelam-se uma excelente iniciativa para avançar na modernização e redução da idade média dos veículos no país. Em resposta à crise econômica provocada pela pandemia, várias nações definiram programas de incentivo para a comercialização de veículos elétricos e híbridos e a exclusão daqueles movidos à gasolina e diesel”, descreve o relatório.

A frota em circulação no Brasil compreendia pouco mais de 46,0 milhões de veículos em 2021. Desse volume, 24,2% apresentavam idade média de até 5 anos, compreendendo cerca de 11,3 milhões de veículos. Outros 57,4% – com contingente de 26,8 milhões –, entre 6 e 15 anos. Por fim, 18,3% com idade média acima de 16 anos (8,5 milhões de unidades). A frota de automóveis leves se manteve em patamar semelhante ao de 2020, totalizando 38,2 milhões de unidades. Desse montante, 23,5% apresentavam idade média de até 5 anos, representada por 9,0 milhões de veículos; 57,1%, com idade entre 6 e 15 anos, conformava o maior grupo com 21,8 milhões. Os 19,4% restantes apresentaram idade média acima de 16 anos. Comparativamente a 2020, a frota de automóveis cresceu apenas 0,2%, estando marcada por nítido envelhecimento.

Fonte: Novo Varejo

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