Conheça as metas das montadoras para ampliar oferta de carros elétricos

Conheça as metas das montadoras para ampliar oferta de carros elétricos

Uma série de fabricantes de veículos já definiu estratégias claras para introduzir a tecnologia e, claro, atrair investidores (NATÁLIA SCARABOTTO, AB)

Grandes fabricantes de veículos apostam forte no mercado de carros elétricos para cumprir as legislações de emissões cada vez mais apertadas ao redor do mundo, além de enfrentar a concorrência com empresas como a Tesla, que subiu o sarrafo da experiência de mobilidade individual com seus veículos elétricos.

Para os próximos anos, marcas como Volkswagen, BMW, Hyundai, GM e Volvo incluíram as novas tecnologias de propulsão no cerne de suas estratégias, com metas ambiciosas de investimento e produção da tecnologia.

NA DIREÇÃO DO CAPITALISMO
Além dos potenciais benefícios ecológicos da eletrificação, o mercado financeiro vê com otimismo o movimento do setor automotivo em direção à tecnologia. Há algum tempo, esta é este o caminho que o capitalismo tem apontado, com investidores apostando as fichas nas organizações comprometidas com a mobilidade elétrica.

Prova disso é a própria Tesla, cujo valor de mercado gira em torno de US$ 50 bilhões. O montante torna a empresa a fabricante de veículos mais valiosa do mundo apesar de seu baixo volume de produção e da demora para conseguir chegar a um balanço anual no azul – algo que aconteceu pela primeira vez em 2020, longos 17 anos depois da fundação da companhia.

A Volkswagen também viu suas ações dispararem 800% este ano, após o anúncio de sua estratégia global para expandir a produção de carros elétricos, postos de recarga e baterias 50% mais baratas.

A CEO da General Motors, Mary Barra, é outra que acompanhou o efeito financeiro da eletrificação. Ela fez saltar o preço das ações da empresa ao anunciar em janeiro que a montadora planeja eliminar gradualmente os carros a gasolina e diesel até 2035.

Atualmente, 7,2 milhões de veículos eletrificados estão em circulação no mundo, o que representa 1% da frota global (veja aqui. Segundo analistas do setor, as montadoras estão investindo fortemente para tornar os carros elétricos mais acessíveis, expandir o mercado e, quem sabe, desbancar a boa construção de imagem que a Tesla fez até aqui.

VOLKSWAGEN
A VW tem um dos planos mais ambiciosos para baratear e acelerar a eletrificação, sendo cotada como uma das concorrentes mais potentes para alcançar o sucesso da Tesla. Neste ano, a fabricante alemã planeja entregar 1 milhão de veículos híbridos plugáveis e totalmente elétricos. Para os próximos dez anos, a meta é alcançar a venda de 22 milhões de unidades de carros elétricos.

Para isso, a Volkswagen vai ampliar de 50 para 70 o número de modelos elétricos em sua gama até 2028. Outro investimento será em carregadores públicos: até 2025 a montadora e seus parceiros terão mais de 35 mil postos de recarga pelo mundo.

Para chegar aos volumes almejados, a empresa anunciou também que está desenvolvendo uma tecnologia capaz de derrubar em 50% o custo das baterias, o que pode tornar os carros elétricos da marca mais acessíveis ao consumidor.

GENERAL MOTORS
A empresa americana anunciou investimento nada módico de US$ 27 bilhões para o lançamento de 30 carros elétricos até 2025. No período, 40% dos lançamentos previstos nos EUA serão modelos com a tecnologia. A meta da fabricante é eliminar gradualmente os veículos a gasolina e diesel de seu portfólio até 2035.

A aceleração da GM em veículos elétricos está ligada ao sucesso que a empresa tem obtido com o seu projeto Ultium, que envolve uma nova plataforma modular para diversos tipos de veículos elétricos e o desenvolvimento de baterias de lítio mais baratas e com mais autonomia do que comparada as disponíveis atualmente.

De acordo com a empresa, os avanços conquistados pelo projeto permitem reduzir pela metade o tempo de desenvolvimento de modelos: GMC Hummer EV 2022, por exemplo, levou em 26 meses entre o projeto e a realidade.

VOLVO
De acordo com a empresa, a Volvo tem como objetivo alcançar a liderança do mercado de carros elétricos premium. Para isso, metade dos carros da marca serão movidos a eletricidade até 2025, e a outra metade será de híbridos plug-in. Nos cinco anos seguintes, a fabricante deixará de produzir veículos a combustão, inclusive híbridos, focando apenas nos modelos elétricos.

Apesar das metas ambiciosas, a Volvo ainda dá passos lentos no desenvolvimento de carros elétricos: o seu primeiro modelo totalmente movido à eletricidade, o XC40 Recharge, foi lançado apenas no ano passado.

BMW
O plano de sustentabilidade da BMW para os próximos 10 anos é focado na expansão na mobilidade elétrica. Até 2030, o grupo pretende ter 7 milhões de veículos eletrificados em circulação em todo mundo, sendo dois terços totalmente elétricos.

Uma das metas na Europa é aumentar a venda de modelos BMW e Mini totalmente elétricos ou híbridos plug-in de 13% para 25% já no próximo ano. Em 2030, veículos com a tecnologia deverão representar metade das vendas de todos os veículos do grupo.

No Brasil, a transformação da Mini também é realidade. A marca anunciou, em abril, a pré-venda do primeiro modelo 100% elétrico, o MINI Cooper SE. Em 2020, a BMW e a Mini venderam 1,1 mil unidades eletrificadas no País.

HYUNDAI
A plataforma para veículos elétricos E-GMP da Hyundai e da Kia Motors deve alavancar a participação do grupo na mobilidade elétrica. A meta é lançar 23 modelos com a tecnologia até 2025 e atingir a marca de um milhão de vendas. Entre os carros em desenvolvimento estão seis sedãs e sete utilitários esportivos.

Outro investimento relevante da companhia é em carregadores ultrarrápidos, que prometem recarga em apenas 18 minutos e autonomia superior a 500 km.

Fonte: Automotive Business

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