Citroën apresenta o novo C3, que só chega em 2022

Citroën apresenta o novo C3, que só chega em 2022

Hatch compacto ganhou cara de SUV e foi desenvolvido para mercados emergentes (Pedro Kutney, AB)

A Citroën fez na quinta-feira, 16, a apresentação mundial do novo C3 em suas formas finais, um hatch compacto redesenhado com cara de SUV e suspensão elevada para “mercados emergentes” – leia-se de baixa renda, onde consumidores de carros dessa categoria não têm orçamento suficiente para pagar por todas as tecnologias já presentes em mercados maduros, como na Europa. Por causa da pandemia, o lançamento atrasou e o modelo só chega às concessionárias no primeiro trimestre de 2022, a começar pelo Brasil, onde será produzido em Porto Real (RJ) para abastecer toda a América do Sul, iniciando por Argentina e Chile.

O veículo também será produzido na Índia e vendido em outros países, mas os projetos indiano e brasileiro têm diferenças, foram desenvolvidos em paralelo e respeitando características de cada mercado.

“A ideia de design do carro nasceu na França e o projeto [para a América do Sul] foi desenvolvido pela engenharia brasileira da Stellantis em São Paulo [na antiga PSA] e Betim [sede da antiga FCA], com uma proposta para a região e centenas de fornecedores no Brasil. Por isso o novo C3 já nasce com conteúdo local mais elevado do que outros Citroën no mercado, mas queremos continuar a aumentar ainda mais esse nível, pois esse é um valor importante do veículo”, explica Antonio Filosa, presidente da Stellantis América do Sul.

O novo C3 é o primeiro de três lançamentos prometidos pela Citroën para a América do Sul nos próximos três anos, dentro do escopo do projeto C-Cubed de carros para mercados emergentes, com o objetivo de internacionalizar a marca e aumentar suas vendas, hoje 90% concentradas na Europa. Segundo Vincent Coubeè, CEO global da Citroën, a meta é vender 1 milhão de carros por ano e que 40% do volume seja fora do continente europeu.

A Citroën já chegou a ter participação acima de 2,5% do mercado brasileiro há pouco mais de 10 anos, caiu para menos de 0,5% e nas condições especiais deste ano, com falta de produtos, subiu para 1%, mesmo vendendo apenas um automóvel no Brasil, o SUV C4 Cactus lançado há três anos e também produzido em Porto Real.

Vanessa Castanho, que este ano assumiu o comando das operações da Citroën na América do Sul, avalia que o C3 tem qualidades e visual para conquistar muitos consumidores. “O modelo traz novas e acessíveis tecnologias à sua categoria, é um B-hatch [compacto] com atitude e visual de SUV. Com essa nova oferta e preços mais acessíveis a marca tem tudo para crescer no Brasil e outros mercados sul-americanos”, afirma a executiva.

O C3 C-Cubed é bastante diferente do C3 que deixou de ser produzido e vendido no Brasil este ano, bem como difere da nova geração do hatch renovada pela última vez em 2020 na Europa, onde tem versões a gasolina, diesel e elétrica. Ainda assim, Vanessa não vê problema em seguir com o nome C3 no Brasil e outros emergentes. “Mesmo que os modelos não sejam iguais aqui e na Europa, a Citroën já estabeleceu que o nome de seu hatch compacto é C3, é um valor da marca que será preservado em carros preparados para cada mercado”, diz.

Sem mostrar muito

Por enquanto, o novo C3 foi mostrado só por fora, onde estão presentes os elementos mais recentes da identidade visual da Citroën, alguns deles já bem conhecidos do público brasileiro no C4 Cactus, como o símbolo do duplo chevron na linha do capô, integrado por dois frisos prateados horizontais, que se ligam às lanternas dianteiras com assinatura luminosa de LED. Suspensão elevada, vincos nas laterais e sobre o capô, além de saia e caixas de roda revestidas em plástico preto, reforçam a aparência de robustez presente nos SUVs. O carro pode receber pintura biton, com algumas possibilidade de cores diferentes no teto.

De resto, pouco se sabe sobre outras características, versões ou configurações possíveis, muito menos os preços, que só serão divulgados no lançamento em 2022. Por dentro, quase nada foi mostrado, só algumas imagens no vídeo de divulgação do carro (assista mais abaixo). A única informação confirmada é que o novo C3 tem uma tela da central multimídia de 10 polegadas, propagada como a maior do mercado para esta categoria de veículo, que tem conexão sem fio com smartphones.

O novo C3 será o primeiro carro construído no Brasil sobre uma versão simplificada da CMP, abreviação em inglês de plataforma modular compacta, desenvolvida pelo antigo Grupo PSA e desde 2016 aplicada a modelos Peugeot e Citroën, antes da fusão com a FCA concluída este ano que formou a Stellantis, que tem 14 marcas sob seu guarda-chuva e produz na América do Sul, além das duas francesas, modelos Fiat e Jeep.

Nada foi divulgado sobre o powertrain. Era esperado que o novo C3 iniciasse sua carreira em mercados sul-americanos usando o já conhecido motor flex 1.6 fabricado em Porto Real há mais de 10 anos, que desenvolve quase 120 cavalos quando abastecido com etanol. Contudo, sem adiantar detalhes, Vanessa Castanho afirmou que “o carro vai estrear com motores modernos, tecnológicos e econômicos”, dando a impressão que a marca poderá evitar a decepção causada no ano passado quando o novo Peugeot 208 feito na Argentina sobre a moderna plataforma CMP foi lançado no Brasil com o motor antigo.

A declaração coloca no horizonte o lançamento de versões do C3 com o motor turboflex 1.0, de cerca de 130 cavalos, que começou a ser fabricado este ano pela Stellantis em Betim (MG) e vai estrear em breve a bordo do Fiat Pulse. As opções de câmbio devem ser a tradicional manual de cinco marchas ou a automática Aisin de seis velocidades.

Fonte: Automotive Business

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