BMW aposta no sucesso do iX no Brasil, mas descarta elétrico nacional

Faz um bom tempo que a BMW tem motivos de sobra para comemorar no Brasil. Líder do segmento premium pelo terceiro ano consecutivo, a empresa fechou 2021 com 14.552 unidades emplacadas. O resultado representou alta de 17% em relação a 2020.

Assim, um em cada três veículos de luxo emplacados no país no ano passado foi um BMW. De quebra, a participação de mercado da marca foi a maior entre todas as filiais com produção local no mundo inteiro.

Lojas mais sofisticadas

Além dos produtos atraentes para o público brasileiro, a fabricante atribui o crescimento à modernização de sua rede de concessionários. A iniciativa, aliás, partiu dos próprios revendedores, fazendo com que a BMW antecipasse em um ano o plano de renovação das lojas Retail Next, que começaria apenas em 2023.

A ideia é oferecer um ambiente mais aconchegante e sofisticado, sem paredes que separam as diferentes áreas de uma concessionária e com um nível de requinte que faça jus aos produtos de uma marca premium.

“Hoje o cliente tem a sala da casa dele como principal showroom. Fizemos várias pesquisas que apontaram que o consumidor espera que a gente seja sustentável e que haja flexibilidade dentro de uma concessionária. O cliente também quer sentir o conforto que ele espera de uma marca premium, oferecendo instalações convenientes e a mesma capacidade de digitalização que ele possui dentro da casa dele”, analisa Carvalho.

Novo modelo nacional não será elétrico

Aksel Krieger, CEO da BMW do Brasil, ressaltou o bom trabalho realizado pelos colaboradores na fábrica do BMW Group, em Araquari (SC). A empresa é responsável pela produção de modelos como o Série 3, atualmente o carro de luxo mais vendido do país.

Durante encontro realizado com a imprensa especializada para apresentar o iX, Krieger revelou que o inédito modelo anunciado recentemente para produção brasileira não será elétrico.

“É claro que a produção local precisa atender as vendas do país e a demanda do mercado, mas ainda não existem planos de fabricar um veículo elétrico no país. Nossa produção é muito flexível, mas não há nada no momento”, assegurou.

Para as vendas, elétricos são a aposta da marca

De toda maneira, a fabricante confia no sucesso de sua gama de modelos eletrificados para manter o bom desempenho neste ano. Segundo a empresa, 90% de seu portfólio de produtos contará com pelo menos uma versão elétrica nos próximos anos.

No Brasil, a BMW foi uma das primeiras marcas a lançar um carro elétrico (o i3 estreou em 2014). Agora, a empresa aposta tanto no sucesso do iX que estima que, dos 800 veículos elétricos que a marca pretende vender no Brasil em 2022, metade desse volume seja do SUV.

A pré-venda deixou a fabricante bastante otimista: o primeiro lote de 30 unidades se esgotou em apenas 12 horas. Poderia ser normal se não fosse o fato de a versão mais barata do iX (a xDrive40) custar R$ 654.950. Já a configuração mais cara, a xDrive50 Sport, sai por módicos R$ 799.950.

O SUV de linhas futuristas tem “porte de X7, largura de X6 e espaço interno de X5”, nas palavras de Emílio Paganoni, gerente sênior de treinamento do BMW Group Brasil. Além do design que deve nortear os próximos lançamentos da marca, o iX traz algumas novidades interessantes. Uma delas é uma tecnologia capaz de regenerar a superfície da grade dianteira, protegendo a peça de riscos superficiais. 

Por dentro, o iX chama atenção pela cabine igualmente futurista. Duas telas gigantescas exibem todas as informações do sistema de entretenimento iDrive 8, que traz assistente pessoal e um sistema de som da Bowers & Wilkins com 30 alto-falantes, sendo alguns deles instalados nos bancos.

Vários materiais de acabamento são reciclados e os apliques em madeira vieram de reflorestamento. Até os carpetes são provenientes de um processo de reaproveitamento de redes de pescas que seriam abandonadas em alto mar.

Fonte: Automotive Business