Estudo produzido pela Bain & Company apontou que o abastecimento de semicondutores voltará ao normal no mundo no segundo semestre de 2022. Com isso, o setor automotivo global deverá perder até US$ 60 bilhões este ano pela falta do componente nas linhas de produção.
Segundo Carlos Libera, sócio da empresa responsável pelo levantamento, a retomada do fornecimento em maiores volumes está ligada à expectativa de elevação da produção de chips no período:
“A indústria automotiva representa uma parcela menor na demanda por semicondutores, sendo responsável por apenas 10% da receita dos fabricantes de chips. Logo, espera-se que a alocação de capacidade se normalize com mais velocidade em relação a outros setores”.
Segundo a Bain, o mercado global de semicondutores movimentou mais de US$ 450 bilhões em 2020, sendo que 70% desse montante foi originado da indústria eletroeletrônica, na produção de dispositivos como computadores e smartphones. A indústria automobilística, portanto, não é o principal mercado para esse tipo de componente.
Novos quebras de fornecimento são prováveis no futuro
A Bain ressalta, entretanto, que existem problemas estruturais na produção de semicondutores, com gargalos sensíveis ao longo de toda a cadeia, que podem resultar em novos efeitos de escassez: “É importante que a indústria automobilística se antecipe a eventuais rupturas no futuro, sobretudo na maneira como ocorre o planejamento na sua cadeia de suprimentos, seja do ponto de vista de armazenagem de estoques ou de maior aproximação com os fornecedores”, disse Carlos Libera.
O estudo da Bain ressalta, por fim, que a produção global de veículos leves deve ter uma redução de 4 milhões de unidades em 2021 em comparação com as previsões anteriores, de dezembro de 2020.
Fonte: Automotive Businesss