Todo o mercado emergente é desafiador. O Brasil já passou por momentos bem difíceis, como em 2015 e 2016, quando o PIB registrou queda, mas, agora, o cenário está um pouco melhor. Em 2021, o PIB registrará aumento de 4,7% e, para 2022, a expectativa é de crescimento fraco ou até pequena recessão, ficando entre menos 0,5% e mais 0,5%. Esta foi a previsão apresentada pelo Prof. Roberto Dumas, mestre em Economia e comentarista de economia internacional da CNN Brasil e Band News TV, no “Programa Filtra Ação”, canal de conteúdo online da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais e das revistas Meio Filtrante e TAE, na TV Filtros, no YouTube, quando abordou, no dia 10 de dezembro, o tema “Análise do Cenário Econômico do Brasil e do Mundo em 2022”. No entanto, apesar do crescimento esperado de 4,7% para o PIB em 2021, Dumas alertou: “Cuidado com a herança estatística”. Ele explicou que o PIB é calculado pela média dos trimestres no ano contra média. “Não é uma pujança, nós caímos no poço, subimos, caímos 4,1% e subimos 4,77%, ou seja, então o crescimento foi 0,5%”, ressaltou. Por isso, pediu para as empresas tomarem cuidado ao fazer o planejamento.
Segundo sua previsão, o IPCA deve fechar o ano em 10,15% e cair para 5,10% em 2022. “Notícia boa? Mais ou menos já que tomamos um remédio bem forte. Em 2021, a taxa de juros Selic sobe de 9,25% para 11,25% em 2022. Um cavalo de pau na economia para derrubar 5 pontos no IPCA”, comentou. Já o câmbio deve ficar em R$ 5,70 neste ano e R$ 5,90 para o ano que vem.
Para ele, os grandes vilões na economia em 2022 são a inflação que “come” o rendimento da população, especialmente, das classes C, D e E; a alta taxa de juros que prejudicará o consumo e os investimentos; e o ambiente eleitoral que sempre leva a incertezas. “Lógico que a curva de juros sobe, com a PEC dos precatórios, um calote, dívida sobe, juros também”, afirmou. Sobre o Refis e Auxílio Emergencial, comentou que o governo gasta mais do que pode, fura o teto de gasto, que é o único alicerce fiscal, os financiadores pedirão mais taxa de juros, consumo e assim os investimentos caem.
Pontuou também alguns segmentos do varejo, como móveis e eletrodomésticos que tiveram um “boom” nas vendas devido ao home office e pandemia, mas que, agora, tendem a se estabilizarem, bem como materiais de construção. Com a renda depreciada, disse que até as vendas de produtos alimentícios e bebidas caíram. Já sobre a produção industrial, destacou o setor automotivo que teve dificuldade devido à falta de semicondutores. Sobre o setor de óleo e gás, citou a crise energética e alta do barril do petróleo, enquanto na indústria química e petroquímica há questão da de fertilizantes.
Sobre o desemprego, ressaltou que, apesar de estar em queda, ainda está em nível muito alto e há a possibilidade do risco se tornar estrutural, pois os empregos estão exigindo cada vez mais pessoas capacitadas.
Economia mundial – Durante a apresentação fez sua análise sobre a economia de alguns países. “A China continua crescendo, o consumo chegou a 35% do PIB”, comentou Dumas, explicando que o consumo chinês deve aumentar ainda mais. “O salário dos chineses aumentou além da produtividade, com mais renda, a China comprará mais alimento do Brasil, por isso que os preços dos frigoríficos estão bombando”, disse o palestrante. Além da China não querer exportar para o Brasil, também citou os problemas com falta de fertilizantes; do furacão Ida, nos Estados Unidos, que resultou na interrupção da planta de amônia; e as questões da Bielorrúsia e da Rússia que quer invadir a Ucrânia. “São os países que mais exportam”, enfatizou. Devido à falta de fertilizantes, a produtividade pode ser afetada e a inflação de alimentos, se continuar a elevação de preços de energia, continuará sendo realidade no Brasil.
Sobre os Estados Unidos, disse que conta com crescimento sustentável. O aumento da circulação de dinheiro puxou a inflação. Mas, o FED reduziu as emissões de moeda em novembro de 2021. Em 2022, a previsão é que os juros aumentem.
Para João Moura, presidente da Abrafiltros “a expectativa é que 2022 seja um ano de retomada para praticamente todos os segmentos, o que reflete no mercado de filtros, que possui uma variada gama de setores demandantes. A palestra do Prof. Dumas sempre contribuiu com o planejamento de nossas associadas e dos públicos que interagem conosco. Que tenhamos um novo ano repleto de saúde e realizações”.
O evento, idealizado pela Abrafiltros, contou com a co-realização das Revistas Meio Filtrante e TAE, Sindibor/Abiarb, Parker Hannifin e Grupo Supply Service.
O “Filtra Ação” teve sua última edição em dezembro de 2021, com retorno previsto para o dia 27 de janeiro de 2022, com novos temas ligados ao setor de filtros e também ao contexto socioeconômico do Brasil e do mundo.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial e tratamento de água e efluentes – ETA e ETE, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
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