O setor de autopeças tem experimentado momentos distintos ao longo da pandemia. Se por um lado as empresas de componentes e sistemistas passaram os últimos meses ajustando a produção e buscando novas fontes de fornecimento de semicondutores, por outro o período também serviu para melhorias internas e retomada de projetos que estavam parados.
“Enfrentamos situações antagônicas nos mercados de leves e pesados. Se os volumes caíram no mercado OEM de automóveis, vimos crescer a demanda em caminhões”, disse Carlos Delich, presidente da ZF, durante o painel “O novo ecossistema de fornecedores da indústria automotiva”, realizado por meio online durante o #ABX21.
O caso da fabricante mostra como que as empresas tiveram de se organizar para enfrentar uma nova realidade marcada muitas mudanças no status quo. Na ZF, a produção teve de se voltar para o mercado Externo como forma de manter as linhas ocupadas. A redução de volumes para o segmento OEM de veículos leves motivou a medida, ainda que tenha havido de certa forma manutenção dos pedidos no segmento de pesados.
A Bosch também passou por transformação ao longo da pandemia, disse Giuliano Ampudia, diretor de compras da Bosch, que também participou do debate: “A pandemia nos fez acelerar em vários anos o processo de transformação digital, tanto em termos de processos internos quanto em processos externos, de relacionamento com distribuidores e consumidores”.
Já no caso da Logigo, fornecedores de sistemas para o mercado OEM, a empresa tratou de retomar projetos de novas tecnologias que haviam sido interrompidos. “A gente acabou olhando para dentro para o desenvolvimento de tecnologias novas. É um momento positivo mesmo com queda no faturamento, porque estamos fazendo com que alguns projetos fossem desengavetados”, disse o fundador Antonio Azevedo.
Para o futuro, ainda dentro do assunto novos projetos, as três empresas se preparam para atender as demandas futuras. A ZF aposta no mercado de veículos elétricos no País e aponta a eletrificação como a próxima tendência que guiará o seu desenvolvimento local. No caso da Bosch, são as tecnologias ligadas aos veículos híbridos e elétricos, assim como sistema de segurança veicular. Já a Logigo aposta em serviços oferecidos via sistema de infotainment.
Fonte: Automotive Business