Venda de caminhões cresce menos de 4% no primeiro trimestre

Falta de chips e de pneus compromete conclusão de caminhões e envio às concessionárias (Por Mário Curcio, para AB)
Venda de caminhões cresce menos de 4% no primeiro trimestre

A venda de caminhões em março somou 10,1 mil unidades e anotou alta de 24,9% na comparação com fevereiro. A média diária de vendas, calculada a partir dos dias úteis, saltou de 427 para 460 emplacamentos do segundo para o terceiro mês. No acumulado do trimestre foram lacrados 26,8 mil caminhões, com pequena alta de 3,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os números foram divulgados na terça-feira, 5, pela Fenabrave, que reúne as associações de concessionários. De acordo com a entidade, os emplacamentos no período foram comprometidos pela falta de componentes nas linhas de montagem.

Produção incompleta

“Faltaram chips vindos da Ásia e também pneus. Houve casos em que os concessionários receberam caminhões incompletos e tiveram de recorrer ao mercado para inteirar os jogos de pneus”, afirma o vice-presidente da Fenabrave, Sérgio Zonta.

O executivo recorda que os caminhões mais comprometidos pela falta de componentes eletrônicos são os extrapesados, que respondem atualmente por cerca de 50% dos emplacamentos do mercado brasileiro.

Sérgio Zonta evitou estimar quantos caminhões deixaram de ser montados e emplacados no trimestre, mas é provável que esse número seja superior a 2 mil unidades, considerando a demanda aquecida, a projeção anual de 136,6 mil caminhões e alta superior a 7% sobre 2021. Vale recordar que a falta de chips obrigou a Mercedes-Benz a paralisar a produção de suas fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG).

Zonta comemorou a aprovação recente do programa Renovar, para renovação de frota, que pretende tirar de circulação veículos antigos, poluentes e inseguros. “Esperamos que o programa recolha 20 mil caminhões por ano, com potencial de vendas semelhante no mercado de veículos novos”, diz.

Novas projeções em só em junho ou julho

A Fenabrave adiou para junho ou julho a revisão das projeções que divulgaria este mês. Segundo a entidade, os desdobramentos da Guerra na Ucrânia e também da variante Ômicron da Covid-19 impedem uma reavaliação dos números neste momento.

“Um navio com peças que levaria dois a três meses poderá demorar até seis meses com este novo cenário”, afirma Tereza Fernandez, da consultoria MB Associados.

Volkswagen e Mercedes dominam mercado

Os caminhões Volkswagen mantêm a liderança. Tiveram 8 mil unidades emplacadas no trimestre e respondem por 29,9% do mercado. A Mercedes-Benz é a segunda colocada, com 7,4 mil caminhões e fatia de 27,7%. A terceira colocada é a Volvo, com 5,2 mil veículos emplacados e participação de 19,5%.

Chama a atenção o resultado alcançado pela DAF no trimestre, com exatos 1.344 caminhões e a sexta colocação. A Scania, quinta colocada, teve 1.832 unidades, menos de 500 veículos de vantagem.

Fonte: Automotive Business

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