Produção de caminhões e ônibus despenca e preocupa Anfavea

Volumes foram bem abaixo do esperado no trimestre e associação diz acompanhar cenário com atenção
Produção de caminhões e ônibus despenca e preocupa Anfavea
Volume de produção é afetado por paralisações e baixa demanda do setor

Por Vitor Matsubara

A produção de caminhões e ônibus não teve bons resultados no primeiro trimestre de 2023. Enquanto o volume de caminhões fabricados teve queda de 28,8% frente ao mesmo período de 2022, o montante de ônibus apresentou declínio ainda maior: 29,6%.

No caso específico dos ônibus, pouco mais de quatro mil veículos foram produzidos no primeiro trimestre deste ano. Esse resultado é bem inferior ao que foi registrado nos três primeiros meses de 2020 (no período pré-pandemia), quando mais de seis mil unidades foram feitas.


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Os volumes de produção no trimestre, inclusive, são os piores desde 2016 e 2017 e chegam próximos ao patamar de 2004. Nem mesmo os crescimentos nos volumes fabricados em março deste ano ajudaram a reverter o cenário, que é classificado como preocupante pela Anfavea.

“Estamos percebendo um esfriamento da demanda por conta dos altos custos e da falta de uma linha de financiamentos dedicada a esses produtos que tenham questões ambientais e regulatórias em nosso país”, afirmou Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea.

Vendas preocupantes

A má fase também atingiu o volume de vendas. Em março, por exemplo, a média diária de vendas de caminhões foi 3% inferior à de fevereiro e 4,4% menor do que março de 2022.

Segundo Bonini, apenas 6,4% do volume de caminhões comercializados neste ano são de unidades feitas em 2023. Nos ônibus, a porcentagem é ainda menor: apenas 0,5% do volume vendido até agora são de exemplares produzidos neste ano.

“Esse número deveria estar entre 30% a 35%”, afirmou.


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Os resultados não preocupam apenas pelo lado financeiro. Bonini lembrou que as unidades fabricadas em 2022 foram projetadas para atender às normas do Proconve 7. Ou seja, estão fora dos parâmetros estabelecidos no Proconve 8 (Euro 6), algo que não ocorre com os veículos produzidos neste ano.

“O sinal amarelo está ligado e estamos acompanhando esse cenário com atenção”, assegurou.

Fonte: Automotive Business

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