“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Peças paralelas: como não cair em cilada ao economizar no conserto do carro

07/02/2022

Apesar da estagnação econômica enfrentada pelo país há cerca de dez anos, o comércio brasileiro de reposição de autopeças segue sendo um dos maiores do mundo. Isso faz com que nosso mercado seja disputado por empresas globais do segmento e possua uma grande infraestrutura produtiva nacional, o que permite ao consumidor a escolha entre produtos com preços variados. A oferta é tão grande que, muitas vezes, o cliente fica confuso e pode cair em uma cilada.

A Anfape – Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças – explica que existem diferentes tipos de peças. “As similares, por exemplo, são reconhecidas no mercado em que atuam, possuem a devida identificação de procedência e garantia. São aquelas produzidas por empresas independentes, encontradas nas lojas de autopeças. Há, ainda, outros tipos de peças, como as originais, produzidas pelos mesmos fornecedores das montadoras; as piratas – frutos da utilização indevida de marcas alheias – ou as usadas, que são demandadas de atividades de desmanche e, bem sabemos, uma quantidade substancial provém de furtos e roubos de veículos”, explica a entidade.

Para a associação, a melhor opção entre elas são as similares, que podem custar até 50% menos do que as originais. “A melhor opção é sempre a peça similar comercializada nos varejos de autopeças. A economia pode chegar a 50% do valor cobrado na concessionária. Mas, fique atento, as peças similares são oferecidas pelas fabricantes independentes, possuem procedência de qualidade e marca própria. Elas não são encontradas em desmanches ilegais”, alerta a Anfape.

Essas peças são confiáveis?

Danilo Fraga, diretor de inteligência de mercado da empresa, explica que devido ao tamanho e robustez do mercado, o consumidor poderá se deparar com produtos de diversos níveis de confiabilidade. Desde marcas que são as fornecedoras da montadora e que vendem o mesmo produto no mercado de reposição independente até produtos de baixo custo e qualidade.

“O fato da peça não ser genuína não desqualifica a procedência da mesma, afinal, existem centenas de fabricantes especializadas no mercado de reposição que possuem tecnologia e processos fabris que garantem excelência nos produtos comercializados”, pondera.

Segundo Fraga, o reparador é o principal aliado do consumidor na escolha de peças. “Quando uma peça de má qualidade é instalada no veículo, a probabilidade de falha deste produto aumenta significativamente. Ocorrendo a falha técnica, o mecânico precisará novamente desmontar e refazer o serviço sem custos. Por esse motivo, é comum que algumas oficinas só ofereçam garantia integral do serviço quando elas próprias realizam a compra dos produtos.”

Peças recondicionadas são uma boa?

Algo comum no mercado paralelo de peças automotivas é a oferta de produtos recondicionados, ou seja, que já foram utilizados em outros veículos. Mas a recomendação de Flagra é só optar por produtos novos ou recondicionados pela própria fabricante.

“Motores de partida, alternadores, embreagens e diversos produtos de alto valor agregado são oferecidos recondicionados pelo próprio fabricante. O produto usado é recolhido pela indústria, passa por um grande processo de testagem e troca de componentes de desgaste. Depois, é reembalado e comercializado com toda a garantia legal e respaldo da fabricante”, informa.

Cuidado extra

Rodrigo Boutti, gerente de operações da Ituran, empresa de rastreamento de veículos, explica que é preciso tomar um cuidado extra na hora de comprar as peças pela internet, principalmente em sites em que pessoas físicas podem colocar produtos à venda.

“A chance dessas peças virem de desmanches ilegais e de carros roubados é muito grande. Se você vende em uma loja física, precisa atender à Lei do Desmanche, ou seja, tem que comprovar a origem da peça. Mas se você compra pela internet, sem saber se é uma loja que está comercializando, corre o risco de comprar uma peça roubada ou falsificada. É importante verificar sempre se o vendedor é confiável”, explica.

Passo a passo para não cair em cilada

1. Sempre que possível, peça para o próprio reparador realizar a compra dos produtos que serão montados em seu carro. Ele pode recomendar marcas que oferecem qualidade das peças e que cubram a garantia do serviço em caso de falha técnica. Sem contar que as chances de compras equivocadas e necessidade de troca reduzem significativamente;

2. Caso a primeira sugestão não seja possível, adquira seus produtos em estabelecimentos comerciais bem estabelecidos, exija nota fiscal dos produtos para evitar a compra de itens falsificados;

3. Ao escolher a marca, peça orientação ao balconista da loja a respeito da qualidade do produto, escolher pelo menor preço nem sempre é uma boa alternativa, principalmente, se o produto não for de uma marca respeitada no segmento;

4. Fique atento ao período de garantia ofertado pelas fabricantes, normalmente, as empresas mais respeitáveis oferecem garantia superior ao prazo legal de 90 dias;

5. Caso tenha dúvida referente à procedência da peça, muitas fabricantes têm disponibilizado QR Code para certificação da originalidade do produto.

Fonte: Fraga Inteligência Automotiva

Fonte: UOL Carros

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