NGK amplia uso de energia solar em fábrica paulista


Fornecedora de velas de ignição investe R$ 2 milhões em novas placas fotovoltaicas e quer ter mais de 10% de economia no consumo de energia (Por Fernando Miragaya, AB)
NGK amplia uso de energia solar em fábrica paulista
Usina Solar - Fábrica Mogi das Cruzes

A cadeia automotiva vive em busca não só de soluções sustentáveis no produto final, como também nos meios de produção. Ainda mais quando devem – e precisam – estar alinhadas com as suas matrizes. Neste contexto, a NGK vai investir mais R$ 2 milhões para expandir a utilização de energia solar em sua unidade de Mogi das Cruzes (SP).

A fornecedora japonesa de velas de ignição já havia inaugurado, em 2021, um generoso parque de placas fotovoltaicas dentro da área da fábrica paulista. Agora, ainda para 2022, vai inaugurar mais uma usina solar, desta vez com peças instaladas nos telhados das edificações da unidade. 

Aumento na economia e geração de energia

O projeto está alinhado com o Ecovison 2030, o programa de metas sustentáveis estabelecido pela matriz. Com a nova estrutura, o objetivo é chegar a mais de 10% de economia no consumo de energia convencional e ampliar o abastecimento da unidade, com aumento da capacidade de geração em 36%.

“Somos uma subsidiária de uma empresa com metas agressivas em questões ambientais”, reconhece Eduardo Tsukahara, diretor gerente da empresa, para completar: “Além da parte econômica, nosso programa tem enorme ganho ambiental e está dentro de nosso projeto de neutralidade de carbono. Esse projeto faz com que nossa consciência e estrutura de produção sejam cada vez mais ambientalmente sustentáveis.”

Parque solar em dobro

O parque de energia solar fica em um terreno de dois hectares. Futuras placas ficarão nos telhados das edificações

A eficiência do atual sistema de placas fotovoltaicas da NGK no interior paulista já foi um indicador positivo para as metas da filial. Em pouco mais de um ano, os 3.102 módulos e 10 inversores instalados resultaram em 150 MWh/mês e uma economia de 7% no consumo de energia da unidade. 

“No período de um ano, a NGK deixou de emitir aproximadamente 104 toneladas de CO2, o que corresponde ao plantio de 645 árvores por ano”, destaca Tsukahara.

Além do ganho ambiental, também há economia nas contas. O volume anual de energia gerado pela usina solar da NGK seria suficiente para abastecer 758 residências com consumo médio anual de 2.400 kWh. Em uma conta média conservadora, pela bandeira de tarifa energética de 2021, isso resultou em uma economia de aproximadamente R$ 2 milhões nos últimos 12 meses para a corporação.

“O sistema atua principalmente no momento de pico de consumo. Exemplo: dia quente e de muito sol, com forte calor em vários pontos da empresa e você tem pico de consumo. E como tem bastante sol e geração de energia o tempo todo, não é preciso ter contratação de energia extra e ainda sobra para suprir a energia da própria fábrica, além de gerar créditos junto à concessionária”, explica Tsukahara.

Teto solar

As futuras placas, porém, vão para o alto. O sistema atual ocupa uma considerável área de dois hectares dentro do terreno da NGK em Mogi. Desta vez, as novas peças serão instaladas nos telhados da parte construída da unidade. 

“A primeira parte foi executada em um terreno vazio. Mas espaço é muito valioso dentro de uma planta industrial. Por isso, o próximo passo é utilizar o telhado dos prédios”, explica o executivo da NGK Brasil.

Tsukahara explica que o uso de placas solares posicionadas nos telhados das fábricas já é comum na matriz. Porém, aqui no Brasil, a empresa colocou as peças por conta própria e fez uma parceria com a EDP Bandeirantes, enquanto no Japão o material é instalado e oferecido pela própria concessionária de energia local.

O executivo destaca, ainda, que este tipo de geração de energia tem um custo de manutenção baixo. As placas têm vida útil estimada de, pelo menos, 25 anos. E ressalta que a conservação é basicamente a checagem regular das instalações e a limpeza das peças, com água e sabão neutro, a cada três meses.

Outras frentes ambientais

A linha de produção da NGK em Mogi das Cruzes também tem outras ações em conformidade com as  metas globais do grupo. A empresa diz que reprocessa 90% de seus resíduos, o que significa 12 toneladas por mês. Além disso, recicla 70% da água captada do Rio Tietê (295 m³ ao mês) por meio de uma estação de tratamento de efluentes dentro da própria fábrica. 

Eduardo Tsukahara, diretor gerente da NGK Brasil

A instalação das placas solares, segundo Eduardo Tsukahara, também representou desafios para a empresa. Ele conta que a companhia estudou várias alternativas antes de optar pelo modelo de energia fotovoltaica.

“A energia se tornou um item muito importante na cadeia de fornecedores e a opção pela energia solar não foi um processo fácil. A primeira questão: vai movimentar a indústria? Isso foi uma dúvida que tivemos de sanar e estudar bastante, e convencer a alta administração da empresa”, diz.

Fonte: Automotive Business

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