BMW, Hyundai, Mercedes, Volkswagen e Volvo já adotaram essa estratégia, que pode se tornar tendência (WILSON TOUME, PARA AB)
Ioniq 5 é o primeiro modelo da submarca elétrica da Hyundai
Para as montadoras, já faz algum tempo que desenvolver veículos elétricos deixou de ser considerada uma alternativa para se tornar missão. Neutralizar a emissão de gases nocivos ao ambiente não só do veículo e de sua fabricação, mas em toda sua cadeia produtiva é a meta já anunciada pelas principais empresas do setor. Para alcançar esse objetivo, algumas fabricantes estão adotando a estratégia de criar marcas ou divisões dedicadas exclusivamente aos veículos elétricos.
A pioneira foi a BMW, que há dez anos (em fevereiro de 2011) anunciou a criação da submarca i, dedicada exclusivamente à mobilidade sustentável. O primeiro automóvel lançado seguindo essa premissa, porém, só foi lançado dois anos depois na Europa, o i3, o primeiro modelo 100% elétrico da montadora sediada em Munique. Pouco tempo depois foi a vez do i8, um esportivo futurista híbrido que acabou não obtendo muito sucesso. Mas a fabricante alemã nunca desistiu da marca elétrica, que agora ganhou novo fôlego com a chegada do iX, seu primeiro SUV pensado e desenvolvido para ser elétrico (e que deve chegar ao Brasil no ano que vem).
A Mercedes-Benz demorou um pouco, mas seguiu os passos da rival e durante o Salão de Paris de 2016 anunciou a criação da Mercedes-EQ, divisão totalmente dedicada à mobilidade elétrica. Mas, ao contrário da BMW, a marca do grupo Daimler estreou no mercado em 2019 com um SUV, o EQC – que está disponível no Brasil na versão 400 por R$ 630 mil.
A Polestar nasceu como divisão de esportivos da Volvo e agora já é uma marca com direito a logotipo próprio
A Volvo, por sua vez, transformou a Polestar – antiga divisão responsável pelos esportivos de alto desempenho da marca – em submarca dedicada apenas a modelos esportivos elétricos. Com isso, a ideia dos executivos da Geely (grupo chinês que controla a Volvo atualmente) é deixar os modelos elétricos mais simples com a marca Lynk & Co. – que já atua na Ásia e na Europa – e os mais requintados com a Volvo. Por enquanto, a nova marca oferece os modelos 1 (cupê) e 2 (sedã), que apresentam identidade visual própria – embora com alguma semelhança com os Volvo – apenas em alguns mercados europeus, como Alemanha, Bélgica, Noruega e, claro, Suécia.
GRIFES ELÉTRICAS
Em agosto do ano passado foi a vez de a Hyundai anunciar a criação da Ioniq, sua submarca dedicada a veículos elétricos que, assim como a Mercedes-EQ, apostou em um SUV/crossover como modelo de estreia, o Ioniq 5, cuja autonomia pode alcançar 480 km, de acordo com a fabricante, que não anunciou intenção de oferecer o modelo no Brasil, até o momento.
Agora todos os Mercedes-Benz elétricos serão da divisão EQ, como este EQC, já à venda no Brasil
A Volkswagen seguiu numa linha parecida com a dos suecos da Volvo, e em abril deste ano anunciou que a sigla GTX passa a identificar seus modelos esportivos elétricos. Embora não se trate de uma submarca, a nova nomenclatura mantém a tradição da montadora com os modelos GT, basta recordar o sucesso obtido no País com os Gol GTS e GTI, assim como o Golf GTI e GTE (híbrido), por exemplo.
Outra marca do grupo Volkswagen, a Audi adotou um “sobrenome” para identificar seus modelos elétricos. Assim, além da linha e-tron (S e Sportback), a montadora oferece o e-tron GT (que começou a ser oferecido no Brasil recentemente) e os SUVs Q4 e-tron e Q4 Sportback e-tron.
Talvez seja cedo para afirmar que se trate de uma tendência, mas a estratégia de dedicar tratamento diferenciado aos modelos eletrificados pode render dividendos futuros às fabricantes, que cada vez mais adotam o discurso de que vão se transformar em empresas de mobilidade em um futuro próximo.
Fonte: Automotive Business