Fiat segue líder, mas Toyota foi a marca que mais cresceu no Brasil no 1º semestre


Com SUV e picape, marca japonesa supera Hyundai, enquanto VW perde vice-liderança para a GM (Por Fernando Miragaya, AB)
Fiat segue líder, mas Toyota foi a marca que mais cresceu no Brasil no 1º semestre

A indústria ainda vive a aflição devido à falta de componentes e ao nó logístico global. Mas se tem alguma marca no Brasil que tem motivos para sorrir um pouco mais aliviada é a Toyota. A fabricante japonesa foi a que mais ganhou participação de mercado no primeiro semestre de 2022, em um cenário ainda liderado pela Fiat, seguida agora pela General Motors – confira no quadro abaixo.

E quando se olha para os números da Toyota nos dados de emplacamentos da Fenabrave, não trata-se apenas de volume por volume. A marca ganhou quase 3 pontos de participação de mercado entre automóveis e comerciais leves graças à venda de modelos com maior valor agregado. Se neste acumulado da metade do ano a fabricante passou de 7,80% para 10,64% de market share na comparação com o mesmo período de 2021, deve muito a dois modelos em especial.

Quem puxou a participação de mercado da Toyota

Corolla Cross: SUV médio hoje é o Toyota mais vendido do país e ajuda a marca a ganhar participação de mercado

Um deles é o Corolla Cross. O SUV médio se valeu do nome famoso e da carroceria que todo mundo deseja para emplacar mais de 22 mil unidades no primeiro semestre. Mais que o dobro do ano passado (tudo bem que o carro tinha sido lançado em março de 2021), mas que hoje se transformou no Toyota mais vendido do país.

Outro fator de venda para a Toyota é a Hilux. Repete 2021 e se mantém como a picape média mais vendida do país (mais de 21 mil unidades de janeiro a junho). E se considerarmos só vendas no varejo, o modelo ainda se destaca como comercial leve mais negociado do Brasil, capaz de superar até a poderosa Strada: 15.558 unidades contra 14.737, da Fiat.

Hyundai perde vendas, mas ganha mix

Sem esquecer que antiguidade é posto, e o velho Corollão sedã também é aquele “tratorzinho do time”, com mais de 20 mil unidades entregues nos seis primeiros meses do ano. Mais que a linha Yaris somada (hatchback e sedã) e isso em um segmento (de médios) que desidratou nos últimos tempos.

Desta forma, a Toyota engordou suas vendas em quase 20%, se distanciou da Jeep (7,7%)  e desbancou a Hyundai da quarta posição entre as marcas com maior participação de mercado. O que não significa que a sul-coreana perdeu mix. 

Mesmo com o carro de passeio mais emplacado do país (o HB20), a Hyundai viu suas vendas recuarem 5% no período, especialmente por problemas na produção devido a insumos e ajustes na linha de Piracicaba (SP) para a renovada linha HB. De qualquer forma, passou de 9,5% para 10,6% de market share.

O efeito Volkswagen

Volkswagen enfrentou paralizações em suas fábricas devido à falta de insumos

Para isso acontecer, alguém precisou perder espaço. Esse atende pelo nome de Volkswagen. A marca alemã encolheu sua fatia nas vendas de 16,4% no primeiro semestre de 2021 para 11,3% este ano. Reflexo da falta de semicondutores e outros componentes que afetou várias linhas da VW no país e contribuiu para a queda de 41% nos emplacamentos no período – de 165 mil para 96 mil unidades. 

Some-se a isso a diminuição no portfólio, com o fim do Fox – não subestime um carro que vendeu mais de 11 mil unidades no primeiro semestre do ano passado – e adequações nas gamas do Gol, Voyage, Polo, Virtus e T-Cross. 

Pesa contra também o desempenho entre os comerciais leves. A marca não tem um furgão para disputar mercado, a Amarok é a última entre as picapes médias e a Saveiro não vende nem 10% do que a Strada.

GM é a segunda, mas ainda bem atrás da Fiat

O baque da Volks foi tão forte que a GM, mesmo com diminuição nos emplacamentos e os eternos problemas de falta de chips na linha do Onix, ganhou participação e passou a alemã para ser a segunda colocada. A Chevrolet foi de 12,4% para 13,6%, apesar de ter vendido volume 7% menor na comparação com a primeira metade de 2021.

Bem longe ainda da líder absoluta Fiat, que parece inabalável como a empresa com maior participação de mercado de automóveis e comerciais leves do Brasil. Foi outra marca que amargurou queda nas vendas, da ordem de 20% (perdeu versões de Mobi, Argo e Cronos e tirou de cena o Uno), mas continua na ponta e com folgas, com market share que beira os 22%.

Duas francesas vão bem; outras japonesas nem tanto

No andar de baixo, outros movimentos interessantes. Reflexo da falta de produtos ou da renovação das linhas, três marcas perderam mercado: Renault, Honda e NIssan. Na contramão, as francesas Peugeot e Citroën parecem ter aprendido a vender carro com a formação da Stellantis.

A Peugeot quase dobrou os emplacamentos no período e a participação subiu para 2,5%, desbancando a Caoa Chery, que também ganhou market share e emplacamentos, mas em um ritmo bem menor – lembrando que a marca encerrou a produção de Jacareí (SP), de onde saíam seus carros mais baratos, em especial Tiggo 2 e Tiggo 3x.

Já a Citroën, mesmo com um único modelo de passeio à venda, o C4 Cactus, também registrou evolução significativa em vendas e mix. Outra que aumentou nos dois quesitos foi a Mitsubishi. 

Ford na rabeira da participação de mercado

Todas deixaram para trás a Ford, que nem surpreende ninguém ao estar na 14a posição no ranking de vendas. No primeiro semestre de 2021, a marca ainda tinha Ka e EcoSport em estoque para vender depois de anunciar o encerramento de suas atividades industriais no país, e anotou mais de 24 mil unidades e 2,46% de market share.

Hoje uma mera importadora, se vale mais das vendas da Ranger para ser um rascunho da montadora que foi em um passado não tão distante. A Ford teve menos de 10 mil unidades emplacadas nestes seis primeiros meses, com uma representatividade de pífio 1,1% no mercado brasileiro.

Fonte: Automotive Business

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