A Royal Enfield está nos preparativos finais para iniciar a produção de motocicletas no Brasil. A empresa realizará a montagem de seus produtos em Manaus, por meio de um acordo firmado com a Dafra.
“A montagem em Manaus foi decidida por conta das isenções fiscais. Nossa ideia é de não baixar os preços, uma vez que os valores planejados já incluem a montagem em parceria com a Dafra. Futuramente, a ideia é erguer uma fábrica própria na região”, revelou Claudio Giusti, diretor de operações da Royal Enfield no Brasil.
Depois de Manaus, Royal Enfield promete lançamentos
Enquanto a montagem nacional não começa, a empresa concentra seus esforços em acabar com a fila de espera formada por alguns modelos. Depois disso, a ideia é voltar a investir em lançamentos.
“Hoje acreditamos que podemos resolver as filas de espera em até dois meses e, a partir daí, vamos direcionar para a estreia de novos produtos. Existe potencial para lançar derivados no motor 350, assim como no (motor) 650, no qual temos uma plataforma para estrear novas derivações”, disse Cláudio. “O compromisso é trazer todos os modelos disponíveis na gama internacional. Então, todas as motocicletas que forem lançadas na Índia serão vendidas no Brasil”, complementou.
Brasil só fica atrás da Índia
A filial brasileira da Royal Enfield está com bastante moral junto à matriz. Com pouco mais de sete anos de operações por aqui, a empresa se estabeleceu como o maior mercado da marca fora da Índia.
Segundo dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a Royal Enfield fechou o ano passado na sétima posição. Neste ano, a marca está na quinta colocação no segmento de motocicletas no Brasil, considerando os números de janeiro a maio deste ano.
É por isso que a empresa traçou projeções otimistas para 2022. “A ideia é chegar a 12 mil motos neste ano”, declarou Cláudio.
Atuando no ‘oceano azul’
O segredo dos bons números passa pela estratégia da empresa no país, focando nas motocicletas de média cilindrada – segmento que costuma ser “desprezado” pela maioria das marcas, que concentra seus esforços nas categorias de alta ou baixa cilindradas.
“Nós miramos nesse ‘oceano azul’ das médias cilindradas, já que a matriz identificou bastante potencial de crescimento no Brasil antes mesmo do início das operações. Nossa operação, inclusive,foi a primeira a ter uma subsidiária nas Américas, juntamente com os Estados Unidos e antes mesmo do Reino Unido. Então, o Brasil sempre foi tido como um mercado de grande potencial para a Royal Enfield”, declarou.
O executivo afirma que a estratégia inicial da Royal Enfield esteve pautada no crescimento orgânico, sem investir em campanhas na grande mídia ou realizar uma expansão muito grande na rede de concessionárias. Com a consolidação de suas atividades no país, a ideia agora é ampliar o número de revendas.
“Passamos os primeiros 18 meses com uma única concessionária, indo para uma segunda fase com cinco a sete revendas e terminamos a última fase com 20 concessionárias em 16 estados. Depois da montagem da fábrica de Manaus vamos seguir com a expansão da rede. Nossa intenção é chegar a 25 concessionárias até março de 2023, incluindo também a abertura de mais uma revenda em São Paulo e outra em Belo Horizonte, além de Manaus, que é a única região do país (Norte) onde a Royal Enfield ainda não está presente.”
Fonte: Automotive Business