Por Bruno Quick, Diretor técnico do Sebrae
A defesa dos direitos do consumidor não se restringe apenas a uma questão de proteger os indivíduos de possíveis abusos nas relações comerciais. Para muito além disso, essa agenda tem papel fundamental na construção de uma economia mais transparente e ética. Quando os consumidores são protegidos e têm seus direitos respeitados, criamos um ambiente de confiança e integridade que beneficia as pessoas não apenas nas operações envolvendo compras e trocas, mas como cidadãos, no contexto da coletividade, e as próprias empresas.
A atuação ética dos empresários é condição para a transparência da sociedade. Ao exigir informações claras e precisas sobre produtos e serviços, os consumidores podem tomar decisões mais fundamentadas e conscientes. Isso cria uma competição mais justa no mercado, onde a qualidade e o preço são os principais determinantes do sucesso, em vez de táticas enganosas de marketing. Ao garantir que as empresas não enganem ou explorem os clientes, as leis promovem uma cultura de responsabilidade corporativa. As empresas são incentivadas a agir de forma ética e a cumprir os mais altos padrões de conduta, não apenas porque é a coisa certa a fazer, mas também porque é do seu próprio interesse a longo prazo.
As micro e pequenas empresas, em particular, devem ter em mente a importância dessa agenda. Embora possam não ter os recursos ou a visibilidade das grandes corporações, elas têm muito a ganhar ao cultivar relacionamentos positivos com os consumidores. Um bom atendimento ao cliente e a reputação de confiabilidade podem ser poderosas vantagens competitivas para os pequenos negócios, ajudando-os a se destacarem em um mercado cada vez mais disputado.Bruno Quick, Diretor técnico do Sebrae Nacional
Além disso, esses empreendimentos dependem muitas vezes do boca a boca e de recomendações positivas dos clientes satisfeitos para crescerem e prosperarem. Ao assegurar que os direitos dos consumidores sejam respeitados e que os clientes estejam plenamente atendidos nas suas expectativas, os pequenos negócios podem construir uma base leal que não apenas retornará, mas também recomendará seus produtos e serviços para outros.
O respeito às leis de proteção ao consumidor também protege os próprios negócios de litígios, multas e danos à reputação que podem ser prejudiciais, principalmente para as MPE que não contam com departamentos jurídicos ou de comunicação para atuar em situações de crise.
Em última análise, a defesa dos direitos do consumidor é parte de um compromisso maior que as empresas têm com as comunidades onde estão inseridas, com seu público, com seus funcionários, com a concorrência, com o meio ambiente e todas as outras relações estabelecidas para sua operação. A ética e a transparência são construções coletivas que geram sociedades sadias, em que é possível crescer com justiça, igualdade e respeito. Transformar essas ideias em prática é algo que depende de todos e de cada um de nós.
Fonte: Sebrae