O jornal a Folha de S. Paulo divulgou neste fim de semana que o número de chamados do Samu para acidentes de trânsito cresceu 40% em São Paulo entre janeiro e novembro de 2021 na comparação com o mesmo período em 2019 (pré-pandemia). Os números foram obtidos pela LAI (Lei de Acesso à Informação) e fornecidos pela Prefeitura de São Paulo.
Foram 11.196 chamados para atender a acidentes nos onze primeiros meses de 2021, sendo que, em 2019, foram 8.005 de janeiro a novembro. É o maior número de chamados desde 2016. Isso significa que, hoje, a cada 43 minutos, uma ambulância é ativada para socorrer uma vítima de sinistro no trânsito.
Especialista em medicina do trânsito ouvido pelo jornal, o professor da Unifesp Flávio Adura diz que as motocicletas podem estar relacionadas ao aumento na gravidade dos casos. Já se sabe que o número de motociclistas cresceu na pandemia por causa da maior demanda de serviços de entrega e também que os acidentes com eles aumentaram. Segundo o especialista, acidentes envolvendo motos matam, por quilômetro rodado, 16 vezes mais do que os outros modais.
Em nota à Folha, a Prefeitura disse que “em razão da pandemia, uma tendência que já era observada desde 2018 sofreu forte influência do novo panorama: o crescimento do número de trabalhadores de entrega por aplicativo que utilizam moto”.
Entre os fatores que podem estar agravando a situação, segundo Adura, estão o uso de celulares pelos motociclistas e a situação emocional mais fragilizada da população como um todo. Já o urbanista Flamínio Fischman, também ouvido pelo jornal, diz que tanto o desenho da mobilidade urbana quanto a tecnologia da engenharia de tráfego foram pensados para carros, e não para motos e bicicletas, o que gerou uma defasagem que está prejudicando a segurança de quem viaja em duas rodas.
Fonte: Automotive Business