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Consumidor pretende gastar menos, operar online e comprar no bairro

03/06/2021


Sondagem da FecomercioSP foi aplicada a 400 consumidores, 90% na região metropolitana de São Paulo e 10% no interior de São Paulo em dois momentos: outubro do ano passado e em maio deste ano

Sondagem mostra que 74% das pessoas pretendem alterar os hábitos de consumo após a crise e a ampla vacinação (Arte: TUTU)

O comportamento do consumidor após um ano de pandemia de covid-19 se consolidou em alguns aspectos. Por isso, empresário deve se inteirar da análise para adaptar os negócios e se planejar a curto e médio prazos.

Após um ano de pandemia, mais de 90% dos respondentes da sondagem realizada recentemente pela FecomercioSP – entidade empresarial líder do sistema sindical de comércio de bens, de serviços e de turismo paulista –  atestam que o padrão de consumo mudou, quando, no começo da pandemia (há mais de um ano), pouco mais de 70% percebiam mudanças de comportamento nas compras.

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Além disso, para os próximos meses, por exemplo, 74% das pessoas pretendem alterar os hábitos de consumo após a crise de covid-19 e a ampla vacinação da população. “Gastar menos” foi a opção recordista, seguido por “compras online” e “compra no bairro”, com taxas importantes. Apenas 25% dos entrevistados disseram não ter interesse em alterar os hábitos de consumo.

A sondagem foi aplicada a 400 consumidores, 90% na região metropolitana de São Paulo e 10% no interior de São Paulo, em dois momentos: outubro do ano passado e em maio deste ano. A pesquisa mostra um grande desafio para os grandes centros e ruas comerciais, que terão de lidar com um cliente menos propenso a gastar, com preferência para compras online e pelo bairro.

Turismo
Viagens também estão nos planos de muita gente (logo após tomar a vacina, ou esperando ampla vacinação, ou mesmo sem vacina). Menos de 13% dos entrevistados não pretendem viajar, ao passo que 16% acreditam que levarão ao menos um ano até que voltem a viajar. Portanto, 70% das pessoas viajarão em breve.

O turismo, um dos setores mais afetados pela pandemia, amargou prejuízos em meses considerados de alta temporada. Isso porque o isolamento, o impedimento de viagens e o receio dos viajantes “travaram” os negócios. Os dados da sondagem mostram possibilidade de retomada assim que a vacinação avançar. Quando for possível viajar, a demanda por turismo será rápida, ainda mais dentro do Brasil, por causa do câmbio alto.

As empresas, no geral, estão preparadas para esta retomada.  Algumas demitiram funcionários, por exemplo, e não estão preparadas para uma demanda maior. No entanto, elas terão tempo para se reorganizarem e contratar novamente, a fim de adaptar o quadro de funcionários para a demanda.

Além do turismo, outro setor campeão de corte é o de vestuário, porém, a situação de tornou ainda mais grave após um ano de crise sanitária, com grandes dificuldades de médio e longo prazos, uma vez que cada vez mais pessoas estão adotando o home office como padrão ou modelo preponderante de trabalho.

E-commerce
Uma constatação óbvia (e, certamente) percebida por todos é a incorporação do comércio eletrônico na vida da população de forma geral (inclusive pessoas de idade mais avançada). O que já era claro no começo da pandemia, um ano depois – e com o distanciamento ainda prevalecendo –, cresce o patamar de consumidores que aumentou o consumo no comércio eletrônico e por aplicativos de entrega, bem como a proporção daqueles que pretendem manter este padrão de consumo. Apesar disso, caiu, de quase 26% para menos de 5%, a proporção de pessoas que não realizaram compras virtuais ao longo do período.

Sobre as práticas adotadas ou que ficaram mais frequentes por causa da pandemia (e que tiveram maior elevação entre uma sondagem e a outra), estão: pedir comida por serviço de delivery; educação a distância; compras de itens essenciais (alimentos e medicamentos); e compras de eletrodomésticos e eletroeletrônicos online. A aquisição de itens de construção e decoração se manteve estável, muito provavelmente porque as lojas de construção puderam atender de forma presencial, após ser considerado serviço essencial.

“Vouchers”
Com o distanciamento de amigos e familiares, seria razoável imaginar que o mercado de vouchers e presentes pela internet fosse se tornar muito relevante – mas isso não aconteceu. Os presentes, na cultura brasileira, não são meros produtos enviados a parentes e amigos; mas “mimos” habitualmente entregues de forma presencial em reuniões, festas e visitas. Isto é, este comportamento ainda permanece dentro do padrão de importância do convívio social. Apenas em torno de 10% dos entrevistados pretendem ampliar a prática de envio de presentes online ou vouchers, enquanto quase 40% não mudaram o comportamento, nem devem mudar.

Responsabilidades ambiental, social e corporativa das marcas
Cerca de 50% das pessoas já buscavam se informar sobre a procedência dos produtos e sobre conduta responsável da marca/empresa. Aproximadamente 25% passarão a prestar atenção nisso, e 25% não pesquisam, tampouco vão pesquisar qualquer coisa referente ao tema. Isso significa que há 75% de consumidores que, no período pós-pandemia, devem reforçar os instrumentos que constroem negócios preocupados com Ambiente, Sociedade e Governança (ASG). Estes dados são bem relevantes, uma vez que as empresas sabem que terão retorno dos consumidores, pois o tema agrega valor.

Fonte: FecomercioSP (https://www.fecomercio.com.br/noticia/pos-pandemia-consumidor-pretende-gastar-menos-continuar-a-fazer-operacoes-online-e-comprar-no-bairro)

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