Nos últimos anos, ESG entrou para o já vasto calendário de siglas usadas dentro das empresas do setor automotivo. O acrônimo vem do inglês Environmental, Social and Governance, de governança social, ambiental e corporativa.
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O termo teve sua primeira aparição em 2004, em um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) e, anos depois, diante da ebulição de medos e incertezas causada pela Covid-19, ganhou tração. De largada, parecia uma onda passageira. A questão é que a onda e a pandemia passaram, mas a abordagem ESG ficou, cada vez mais intrínseca ao mundo corporativo.
O papel da agenda ESG no setor automotivo
Para o setor automotivo, que enfrenta tantas mudanças simultâneas e batalha para manter a sua relevância, a promessa da agenda ESG cai como uma luva: responder aos anseios da sociedade com uma estratégia de negócios sólida, comprometida com o longo prazo. Que empresa pode dizer “não” a isso?
Para responder a essa pergunta e entender como a pauta evolui no segmento, Automotive Business traz a primeira edição da pesquisa ESG no Setor Automotivo, realizada com a coordenação técnica da MHD Consultoria. O levantamento reúne as informações compartilhadas por 89 empresas, entre montadoras, fornecedores de autopeças, de tecnologia, serviços, entre outros.
Os resultados deixam claro que há interesse e empenho em se adaptar à pauta ESG, embora nem todas as companhias tenham sucesso e coerência nessa busca. Um exemplo é que a necessária descarbonização da mobilidade recebe prioridade nas empresas. Por outro lado, a também necessária preocupação com governança corporativa acaba por ficar em segundo plano.
Para o segmento, ESG ainda é mais dor de cabeça do que oportunidade
Também permeia nas organizações automotivas certo sentimento de que a agenda ESG é uma nova obrigação, mas sem grande potencial de benefícios. Pesquisas de instituições financeiras como o Global Reporting Initiative (GRI), a Principles for Responsible Investment (PRI) e agências de classificação como a MSCI e a Sustainalytics mostram que boas práticas nesse campo podem impulsionar resultados de forma ampla para as empresas.
Os efeitos vão desde a reputação da marca até os resultados financeiros, incluindo a redução de riscos éticos, aceleração da inovação e do potencial de gerar novas soluções, atração de investimentos e eficiência operacional.
A pesquisa mostra que uma série de empresas automotivas ainda vê o potencial da agenda de sustentabilidade de forma muito restrita, ligada, principalmente, a uma possível melhoria de imagem, sem grandes efeitos internos. O primeiro passo para mudar essa realidade é mapear e entender os desafios do setor.
Fonte: Automotive Business