“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Conheça a história da marca Alpine

10/03/2021


A Alpine é a história de uma marca, mas é também uma história de homens antes de ser, a partir de hoje, a história de uma renovação

ÍNDICE

I – UMA FAMÍLIA “RENAULT”
II – JEAN RÉDÉLÉ, CAMPEÃO DE CORRIDAS
III – A CRIAÇÃO DA ALPINE EM 1955
IV – DA ALPINE À ALPINE-RENAULT, ATÉ 1995
V – UMA POLÍTICA INOVADORA DE EXPORTAÇÃO
VI – O RENASCIMENTO DA ALPINE
VII – AS COMPETIÇÕES NO DNA DA ALPINE
VII – ALPINE: UMA HISTÓRIA DE HOMENS
IX – PRODUÇÃO DA ALPINE EM NÚMEROS
X – ALGUNS TÍTULOS CONQUISTADOS PELA ALPINE

I – UMA FAMÍLIA “RENAULT”
Jean Rédélé é o filho mais velho de Madeleine Prieur e de Emile Rédélé, concessionário Renault na cidade francesa de Dieppe e antigo mecânico de Ferenc Szisz, o primeiro “piloto de fábrica” da empresa Renault Frères, vencedor do Grande Prêmio de Sarthe em 1906, em Le Mans, e segundo lugar no Grande Prêmio do ACF (Automóvel Clube da França) em Dieppe, em 1907.

Emile Rédélé tinha sido contratado pelo próprio Louis Renault logo no início do século XX. Seu filho Jean sempre manteve em sua escrivaninha, em casa uma pequena placa comemorativa das façanhas de Szisz com o grande Renault de 13 litros de cilindrada, assistido por seu pai.

Ao fim da Primeira Guerra Mundial, a pedido de Louis Renault, o jovem Emile Rédélé se instala em Dieppe, onde abre a concessionária Renault na rue Thiers. Ele se casa com Madeleine Prieur. Dois anos mais tarde, nasce Jean-Emile-Amédée Rédélé, em 17 de maio de 1922. O casal terá dois outros filhos, Pierre em 1924 e Claude em 1931. Na verdade, a família é ainda maior, pois Emile Rédélé acolheu a família de sua esposa e, a partir de então, a dupla de primos Jacques e Roger Prieur é quase indissociável dos três irmãos Rédélé.

Depois de estudar na região francesa da Normandia, Jean Rédélé conclui o ensino médio durante a Segunda Guerra Mundial e encontra personagens tão diferentes quanto Antoine Blondin, Gérard Philipe ou Edmond de Rothschild. Ele passa a ser vice-prefeito (na França, responsável por um departamento ou região), até que uma bifurcação em sua carreira o leva a estudar na faculdade HEC em Paris, onde adquire dupla titulação, em economia e negócios, em outubro de 1946. Em seu relatório de estágio enviado à Presidência da Renault, Jean Rédélé apresenta alguns pontos de vista inovadores sobre a estratégia comercial da montadora de automóveis nacional número um. Sua convicção faz com que ele seja convocado por Pierre Dreyfus, CEO da Renault, a comparecer na sede da empresa, em Boulogne-Billancourt. Para ajudá-lo a colocar suas ideias em ação, ele é nomeado concessionário oficial em Dieppe, seguindo os passos de seu pai.

Jean Rédélé tem apenas 24 anos e é, a partir de então, o mais jovem concessionário de automóveis da França.

Ele se lança em competições de automóveis a partir de 1950, convencido de que “as corridas são a melhor forma de testar os modelos de produção série e que a vitória é o melhor argumento de venda”. É naturalmente o novíssimo 4 CV da Renault que ele escolhe para suas atividades de competição.

II – JEAN RÉDÉLÉ, CAMPEÃO DE CORRIDA DE AUTOMÓVEIS
A partir de janeiro de 1950, Jean Rédélé compete com seu 4 CV pessoal no 20º Rali de Monte Carlo. Seu copiloto é Marcel Delforge, o gerente da oficina na concessionária de Dieppe, mas eles se atrasam por causa da neve e chegam fora do tempo regulamentar.

Em 24 de julho, ele participa de sua segunda competição. Simbolicamente o desafio é grande, já que este é o “1º Rali de Dieppe”. Correndo em casa e enfrentando outros 40 concorrentes, ele chega com seu 4 CV em primeiro lugar, à frente dos 203 da Peugeot e outros Salmson mais potentes.

Esta vitória é elogiada pela imprensa e pela Renault que lhe sugere, a partir de 1951, correr no 22º Rali de Monte Carlo com um “1063”, a versão especial de “corrida” do 4 CV. Ele termina em quarto na categoria, depois em segundo no 2º Rali de Dieppe. Sua carreira de piloto é lançada. Terminando em primeiro lugar no 1º Rali de Dax, em quinto no Rali du Dauphiné, em terceiro no incrível Marathon de la Route cujo percurso parte de Liège, vai até Roma e retorna a Liège, e ainda em terceiro no Tour de France Automobile, terminando sua temporada como vencedor do Tour de Belgique.

Depois de ter analisado o comportamento do 4 CV, Jean Rédélé estima que ele seria imbatível se a carroceria fosse mais leve e mais aerodinâmica. Para isso, ele viaja para a Itália, para encontrar o designer Giovanni Michelotti, fazendo a encomenda de um “4 CV Spéciale Sport”, que será fabricado pelo encarroçador Allemano. Enquanto aguarda a entrega do carro, ele compete com o “4 CV 1063” em três grandes provas do calendário esportivo internacional.

Para ser seu companheiro de equipe ele escolhe o amigo Louis Pons, concessionário Renault em Paris e Étampes, cidade onde é vice-prefeito. Os dois homens decidem financiar o desenvolvimento e comercialização de uma caixa de câmbio de cinco velocidades, projetada por André-Georges Claude e que demonstra ser bastante eficiente. Juntos, eles participam da exigentíssima “Mille Miglia”, uma corrida de 1.500 quilômetros disputada em estrada aberta e de forma contínua, partindo de Brescia, indo até Roma e retornando para Brescia, na Itália. Eles vencem em sua categoria batendo todos os recordes, deixando seus adversários a mais de uma hora atrás deles na chegada.

Competindo oficialmente pela Renault nas 24 Horas de Le Mans em 1952, Rédélé e seu 4 CV lideram a categoria no domingo às 13 horas – duas horas antes da chegada – quando ele tem que abandonar. Ele tem sua revanche no Tour de France Automobile, onde termina em terceiro na classificação geral, uma façanha tendo em vista a relativa modéstia de seu carro. Para o jovem concessionário, 1952 é um ano triunfal para o jovem concessionário. No fim daquele ano, Jean Rédélé se casa com Michelle Escoffier cujo pai é um dos mais importantes concessionários Renault, cujo principal showroom é o Grande Garage de la Place de Clichy, localizado na rue Forest.

Em 1953, Rédélé e Pons vencem em sua categoria na “Mille Miglia”, novamente com o 4 CV 1063, mas Jean Rédélé está impaciente para pilotar o “Renault Spéciale” encomendado na Itália. Simbolicamente, ele espera o 4º Rali de Dieppe para competir com ele. A partir de sua primeira prova, Rédélé vence na classificação geral com seu “Renault Spéciale”. Ele chega à frente de dois carros da Jaguar e de um Porsche.

O piloto de Dieppe vence novamente no circuito de Rouen, no festival de velocidade. Em julho, para sua terceira corrida, o “Renault Spéciale” de Jean Rédélé vence na Copa de Lisboa, em Portugal. Para fechar o ano em grande estilo, ele participa do Tour de France Automobile e termina em terceiro na classificação geral.

Em 1954, Rédélé e Pons conquistam a vitória nas “Mille Miglia”, prova se torna sua marca registrada, seguida pela vitória no Critérium des Alpes. “É atravessando os Alpes a bordo do meu 4 CV Renault que mais me divirto. Por isso, decidi chamar meus próximos carros de ‘Alpine’Era importante que meus clientes tivessem a mesma experiência ao dirigir o carro que eu queria fabricar”, disse Jean Rédélé. A dupla completa sua temporada com a vitória no Liège-Roma-Liège, assim como no ano anterior, além de um segundo lugar no Tour de France, também como no ano anterior. Depois de uma temporada de 1954 tão bem-sucedida como a de 1953, Jean Rédélé passa a ser considerado como um grande piloto, lisonja que lhe toca profundamente mesmo se, em seu foro interior, ele sabe que em breve terá que escolher entre pilotar seus carros ou pilotar sua empresa.

Na verdade, Charles Escoffier patrocinou uma série de “Coach” A106, enquanto que Jean Rédélé vai receber seu “Rédélé Spéciale” – o segundo carro produzido especialmente para ele – na Itália. Não tendo condições de desenvolver este carro cozinho, ele o cede ao seu amigo Jean-Claude Galtier, outro jovem concessionário Renault baseado em Grenoble, ficando ele com o ‘Coach’. Os dois pilotos brilham: Galtier vence as “Mille Miglia” com o “Rédélé Spéciale”, enquanto que Rédélé termina em segundo com seu ‘Coach’! Essa dobradinha faz com que Jean Rédélé decida criar sua marca: ela se chamará “Alpine” e será baseada tanto em Paris, na rue Forest, como em Dieppe, na avenue Pasteur.

III – A CRIAÇÃO DA ALPINE EM 1955
Jean Rédélé rapidamente percebeu o potencial de uma marca automotiva, que ele deseja criar com base em princípios simples: um carro com design inovador, equipado com uma mecânica simples, mas competitiva, sob uma carroceria leve e atraente, utilizando um máximo de peças de série para poder obter um baixo preço de custo e valor de manutenção em relação às performances.

O segundo princípio desenvolvido por Jean Rédélé é impulsionar sua atividade no mercado local por meio da cessão de licenças em âmbito internacional.

Os “Renault Spéciale” e “Rédélé Spéciale” são fabricados com base na plataforma do 4 CV, com uma carroceria de poliéster e alguns ajustes com pegada esportiva. Jean Rédélé parte imediatamente em busca de uma produção internacional e a primeira tentativa será americana. Lançada sob o nome de “Le Marquis”, ele é exibido no Salão do Automóvel de Nova York em 1954, mas o negócio não irá adiante.

Em paralelo, o ‘Coach’ financiado por seu sogro Charles Escoffier se torna o primeiro Alpine lançado pelo genro, Jean Rédélé.

A empresa de responsabilidade limitada “Société des Automobiles Alpine” é criada em 25 de junho de 1955 e, no início de julho, o próprio Jean Rédélé apresenta três A106 ‘coach’ (A de Alpine e 106 em referência à mecânica 1062 dos 4 CV, que ele utiliza como banco de componentes). O primeiro carro é azul, o segundo é branco e o terceiro é vermelho. Não precisa falar mais nada. “Um carro francês para fazer brilhar as três cores da bandeira nacional francesa nas ruas e nas competições”. Pierre Dreyfus, o CEO, e Fernand Picard, o diretor de P&D da Renault, são imediatamente convencidos. Em 6 de outubro de 1955, Jean Rédélé lança oficialmente sua marca e seus carros durante o 42º  Salão do Automóvel de Paris. Ali eles aparecem ao lado do “Étoile Filante”, o carro concebido pelos engenheiros da Renault e da Turboméca, que acaba de bater o recorde mundial de velocidade para carros turbo a gasolina, atingindo 308 km/h no Grande Lago Salgado dos EUA.

A “Société RDL”, criada por Jean Rédélé e baseada em Dieppe, encomendou um cabriolé a Giovanni Michelotti, que foi recebido no início de 1957. O estilo deste cabriolé com linhas puras e simples vai marcar definitivamente a Alpine. Sua produção continuará sendo confidencial, mas ele inspirará Jean Rédélé alguns anos mais tarde, quando ele conceberá o mítico berlinette.

Em 1958, o A106 evolui para A108. Primeiro com a antiga plataforma e, depois, a partir de 1960, com o chassi monobloco, uma verdadeira inovação e chave da agilidade dos Alpine. É importante notar que, paralelemente, Colin Chapman, o engenheiro criador da Lotus, lança a Lotus “Elan”, que tem o mesmo tipo de chassi monobloco. Anteriormente, ele havia concebido o “7”, que deu origem à Caterham.

É Roger Prieur, o primo de Jean Rédélé, que é encarregado da fabricação deste carro nas instalações da avenue Pasteur em Dieppe, logo atrás da concessionária Renault da rue Thiers, dirigida por Jacques Prieur, o outro primo de Jean Rédélé. Aqui, o espírito de família domina e o recrutamento dos operários é feito por indicação.

Depois de 251 carros produzidos, o ‘Coach’ e depois o cupê cedem lugar ao cabriolé e à berlinette. Um mito está prestes a nascer.

Os primeiros carros esportivos produzidos para clientes realizaram belas performances (Feret, Greder, Vinatier…) e a marca começa a ser reconhecida, inclusive por algumas estrelas (Isabelle Aubret, El Cordobés, Jean-Pierre Marielle…). Equipado com o motor do Dauphine Renault, o A108 vai rapidamente dar origem ao A110, que utiliza o Renault 8 como banco de componentes. Ele se beneficia de um aprimoramento notável, com um leve redesenho da parte traseira.

Com o A110, o sucesso comercial é atingido. As instalações da avenue Pasteur – que se parecem mais com uma oficina do que com uma fábrica – parecem um formigueiro, onde Etienne Desjardins, o diretor Administrativo, deve fazer com que sejam aplicadas as práticas de contabilidade analítica que foram rapidamente contrariadas por Roger Prieur – que deve produzir os carros encomendados por uma clientela a cada dia mais numerosa – e por Gilbert Harivel – responsável pela nova “Equipe de Competições”, que deve construir e preparar os carros de rali em um primeiro momento e, depois, de circuito de endurance (protótipos) e, finalmente, de velocidade (monopostos). Por um milagre que apenas o entusiasmo pode explicar, tudo dá certo: a produção dos A110 está em constante progressão, as vitórias em rali se acumulam, os sucessos dos Protótipos em Le Mans fazem da Alpine uma celebridade (“O litro de gasolina mais rápido do mundo”) e Henri Grandsire, campeão da França de F3 com a Alpine, encarna o herói da série de histórias em quadrinhos Michel Vaillant na televisão, pilotando carros Alpine-Vaillant!

Jean Rédélé cria uma nova unidade em Paris ao abrir uma concessionária Renault 3 no boulevard Foch, em Épinay-sur-Seine, onde instala a direção comercial da Alpine. O A110 continua evoluindo. Primeiro, com um motor de 1.108 cm3, depois 1.255 cm3, 1.565 cm3 e 1.605 cm3. Esteticamente, as modificações são pequenas, mas numerosas: grade frontal com quatro faróis, para-lamas mais largos, radiador dianteiro, maçanetas das portas, saia traseira removível, etc. até 1977, o último ano de produção (1600 SX, com um motor de 1.647 cm3).

Teriam sido produzidas aproximadamente 7.500 unidades da berlinette, brilhando em todos os “parques de diversão” onde competiram (rali, circuito, rallycross, corrida de montanha, corrida no gelo, etc.).

IV – DA ALPINE À ALPINE RENAULT, DE 1973 A 1995
O sucesso crescente da Alpine graças à berlinette A110 obriga Jean Rédélé a criar uma segunda unidade de produção em Thiron-Gardais (região de Eure-et-Loir).

Esta fábrica é fruto de um acordo assinado entre Jean Rédélé e Philippe Lamirault, o Diretor Comercial Europa da Renault, que também é Prefeito do pequeno município na região de Eure-et-Loir.

Jean Rédélé se confronta com um crescimento dos pedidos de berlinettes que a oficina da avenue Pasteur não tem condições de atender, enquanto que Philippe Lamirault deseja industrializar sua cidade rural. A fábrica de Thiron-Gardais vai então produzir chassis e carrocerias montadas, pintadas e equipadas do A110, que são posteriormente transferidas para Dieppe de caminhão, onde recebem a parte mecânica. Comandada por um colaborador local, Daniel Vue, esta unidade se mantém em funcionamento até sua compra pela Renault,  que dedica o local à “Bernard Motors”, a subsidiária da empresa que produz equipamentos agrícolas.

Em paralelo a este aumento de capacidade industrial, Jean Rédélé imaginou um novíssimo carro: o A310, apresentado no Salão de Genebra de 1971. Este carro, projetado pelo próprio Jean Rédélé com o auxílio de Yves Legal (Alpine) e Michel Beligond (Renault) tem a vocação de inserir a marca no segmento de carros esportivos e Gran Turismo. Mantendo um entre eixos tradicional de 2,27 metros (assim como no Porsche 911), este carro é bem-sucedido em termos de equilíbrio estético. Para ele, Jean Rédélé vai criar uma nova planta industrial: a fábrica da avenue de Bréauté, em Dieppe.

Moderno, racional e funcional, ele é pensado em conjunto com a área de projetos da “Renault Engenharia”, encarregada da construção das novas fábricas por meio da “Seri” (Empresa de Incentivo à Pesquisa e Invenção).

Mas o A310 e a nova fábrica de Dieppe serão vítimas da crise do petróleo de 1973, que teve como consequência uma sensível queda dos volumes de venda.

Entretanto, o A310 vai evoluir regularmente e encontrar seu mercado. Depois do quatro cilindros de 1.605 cm3 e 140 CV em 1971, ele conta com um sistema injeção de combustível a partir de 1974 e, depois, a partir de setembro de 1976, é equipado com o motor V6 de 2.700 cm3 e 150 cv trazido do Renault 30 TS. Em 1981, ele conta com o eixo traseiro do novo Renault 5 Turbo. Depois de terem sido produzidas mais de 11.600 unidades (2.340 unidades da versão de quatro cilindros e 9.287 da versão de seis cilindros), ele faz uma reverência e se retira para dar lugar ao novo GTA, em 1985.

Enquanto isso, o Renault 5 Alpine foi lançado com sucesso, sendo produzidas 56.000 unidades da versão “atmosférica”, de 1976 a 1980, e 23.000 unidades da versão “turbo”, de 1981 a 1984.

O novo GTA (Gran Turismo Alpine) é bastante inovador em seu processo de produção. Sua carroceria é a primeira a ser produzida na Europa, segundo um processo de injeção de alta pressão. Graças a esta técnica, a carroceria em poliéster é “colada” ao chassi, o que proporciona uma rigidez excepcional. Além desta inovação tecnológica fundamental, o carro é dotado de um coeficiente de resistência aerodinâmica (SCx) recorde, o que permite aliar performance e eficiência em combustível a um conforto absoluto, mesmo se ele se distancia do conceito espartano da berlinette para responder ao do Gran Turismo, esportivo e rápido. Equipado inicialmente com um motor de 2.849 cm3, que desenvolve 160 CV, o GTA tem uma velocidade de ponta de mais de 230 km/h. Alguns meses mais tarde, uma versão turbo – que utiliza um compressor Garrett T3 com trocador de ar/ar acoplado a uma injeção eletrônica Renix (concebida conjuntamente pela Renault e a Bendix) – faz sua aparição no mercado. Ele entrega 200 cavalos e permite que o carro, o mais rápido de produção em série na França, seja chamado pela imprensa de “avião de caça para as ruas”.

Ele dá origem a duas raras versões. Primeiro, o “Europa Cup” (não homologado para as ruas), destinado a correr na abertura dos Grandes Prêmios de Fórmula 1, entre 1985 e 1988 (69 unidades). Depois, a versão “US”, com faróis retráteis, para ser exportado para os EUA como parte dos acordos comerciais e industriais com a “American Motors”, subsidiária da Renault nos EUA (21 unidades).

Em 1989, a versão “Mille Miglia” – em homenagem aos primeiros Alpine vitoriosos de Jean Rédélé – é oferecida em série limitada e numerada (cem unidades). Depois, em 1990, a versão “Le Mans” – outra homenagem às vitórias da Alpine nos lendárias 24 Horas – é oferecida com um motor V6 Turbo menos poluente e uma carroceria revisada e mais atraente.

Em 1990, o A610, equipado com um motor turbo de 2.963 cm3, é oferecido à clientela esportiva europeia. Excelente carro de turismo, ele conta com um comportamento dinâmico digno de elogios, tendo sido reconhecido pela imprensa de forma unânime. Mas ele tem certa dificuldade para encontrar sua clientela e, apesar da exclusivíssima série especial “Magny-Cours”, desaparece do catálogo no fim de 1995, após 818 unidades produzidas, hoje bastante procuradas pelos amantes de GT de alta performance.

Jean Rédélé sempre confiou na Renault. Graças a esta relação próxima, os carros produzidos em Dieppe são chamados de Alpine-Renault a partir do fim de 1967, quando a marca de Jean Rédélé foi encarregada de representar a Renault oficialmente em competições.

Em paralelo, a empresa beneficia a Alpine do contrato de preconização assinado com a Elf,  o que permite liberar uma verba adicional para as competições, enquanto que Philippe Lamirault autoriza a rede de concessionárias Renault a comercializar o A110 e depois o A310.

Os Alpine passam a ostentar o losango Renault no capô e as relações econômicas se tornam a cada dia mais estreitas. Finalmente, em 1973, elas são concretizadas por uma aquisição de participação pela Renault de 70% no capital da Alpine. A partir de então, a Nouvelle Société Alpine é gerida sob a forma de sociedade anônima, com conselho de administração e conselho fiscal. Três personalidades da Alpine fazem parte do conselho de administração: Jacques Thoridnet, diretor da fábrica de Dieppe, Etienne Desjardins e Jacques Cheinisse, enquanto que Jean Rédélé é convidado a fazer parte do conselho fiscal.

Em 1976, a Alpine se desfaz de sua atividade esportiva em proveito de uma nova unidade de negócios, a Renault Sport, comandada por Gérard Larrousse e, dois anos mais tarde, a área de projetos. A Alpine de Dieppe passa a se chamar Departamento de Projetos e Pesquisas Experimentais ou Berex, cuja direção é confiada a Georges Douin.

Após a interrupção da produção do A610, a fábrica de Dieppe – que sempre manteve orgulhosamente o logo Alpine em suas paredes – produzirá vários modelos esportivos para a Renault Sport. Depois dos ágeis “Renault 5 Alpine”, carinhosamente batizados de “skates” devido às suas surpreendentes performances no Rali de Monte Carlo de 1978, ela produz os terríveis “Renault 5 Turbo” (1.820 unidades, de 1980 a 1982, em versão “Turbo” com interior exclusivo, e 3.292 unidades, de 1983 a 1986, em versão “Turbo 2”).

A fábrica de Dieppe produzirá também o Spider, de 1996 a 1999 (1.685 unidades).

Depois é a vez da saga do Clio R.S., que teve mais de 104.210 unidades produzidas de 2.000 a 2019, e dos Megane II R.S., lançados em 2003 e eleito “Carro Esportivo do Ano” em 2007 e 2008, que teve 22.455 unidades produzidas.

Sem contar o Clio V6, que teve 1.333 unidades produzidas entre 2002 e 2005 e os diferentes veículos de competições como o Clio Cup (700 unidades), Mégane Trophy (13 unidades) e as Fórmulas Renault FR 2.0 (112 unidades) e FR 3.5 (26 unidades).

Hoje, a fábrica da Alpine em Dieppe está mais uma vez assumindo um papel fundamental, com o anúncio de uma nova parceria com a Caterham, para conceber e produzir carros esportivos para perpetuar o DNA da Alpine.

V – UMA POLÍTICA INOVADORA DE EXPORTAÇÃO
Depois de duas tentativas nos EUA e depois na Bélgica, onde foram montados alguns ‘coach’ na cidade de Herstal, Jean Rédélé decide elevar o patamar. Ele compreendeu que o futuro é a internacionalização. Ele tem consciência que sua empresa, não contando ainda com o apoio da poderosa Renault, não tem os meios financeiros para criar e desenvolver uma rede de exportação com “importadores oficiais”. Em vez de exportar, ele vai propor um projeto industrial a parceiros. Seus argumentos são simples: os modelos Alpine são simples de montar, mesmo por pessoal não qualificado, e os carros são confiáveis, já que se baseiam em componentes mecânicos da Renault produzidos em série.

O primeiro público-alvo é brasileiro. Um acordo é rapidamente assinado com a Willys Overland do Brasil, que já produz o Dauphine sob licença da Renault. A partir de 1960, os berlinettes A108, cupê e cabriolé produzidos em Dieppe passam a sair das oficinas de São Paulo sob o nome de Interlagos, nome do célebre autódromo paulista. O contrato durará seis anos e permitirá produzir mais de 1.000 carros esportivos.

O segundo país visado é a Espanha. Jean Rédélé – que contratou um engenheiro para levar a cabo esta política de desenvolvimento externa – faz contato com a Fasa (Fabricación de Automóviles Sociedad Anónima), montadora de automóveis que também produz os Dauphine sob licença na Espanha. Graças às relações próximas entre os dois empresários, reproduzida de forma eficiente pelos dois gerentes de projeto, um espanhol e outro francês, quase 2.000 unidades do Alpine Fasa serão produzidas em Valladolid, de 1964 a 1978.

Graças a este sucesso em dose dupla, Jean Rédélé vai bater à porta da empresa mexicana Dina, que também acaba de assinar contrato com a Renault para produzir o Renault 8. A partir de 1963, com a ajuda do jovem engenheiro Jean-Pierre Limondin, os modelos Dinalpin serão produzidos no subúrbio da Cidade do México. A colaboração terminará em 1971, depois de 700 carros produzidos.

Uma última tentativa será implantada – desta vez a pedido da Renault – com a Bulgária. Modelos Renault 8 são produzidos na fábrica de Plovdiv, que a Renault mantém em parceria com o governo local. Alguns dirigentes do país gostariam de ter um carro esportivo nacional e, assim, nasce a Bulgaralpine, que produziu aproximadamente cinquenta unidades no fim dos anos sessenta.

Em cada país produtor, os Alpine competiram e venceram com campeões do nível de Emerson Fittipaldi, futuro Campeão Mundial de F1 e vencedor em Indianapolis pilotando um Interlagos, Carlos Sainz, futuro Campeão Mundial de ralis para a Alpine FASA, Ilia Tchubrikov, Campeão da Europa Oriental para a Bulgaralpine, etc.

Paralelemente a estas produções sob licença, uma política de exportação tradicional é implantada com o apoio de subsidiárias da Renault. É assim que a Renault Alemanha importa vários A310 e GTA em um país que já é rico em carros esportivos. A Bélgica e a Suíça são também duas grandes nações importadoras da Alpine, assim como a Grã-Bretanha, Itália e Japão.

VI – O RENASCIMENTO DA ALPINE
O relançamento da Alpine nunca foi esquecido pelos dirigentes da Renault, conscientes de ter uma “joia” em seu portfolio, mas isso dependia principalmente de superar dois obstáculos.

O primeiro é poder utilizar a marca em praticamente o mundo inteiro, o que não era possível há alguns anos, pois o nome era utilizado por outra montadora em uma parte do mundo. A questão foi rapidamente resolvida.

O segundo obstáculo é, logicamente, de ordem econômica. Criar um carro não é fácil, mas é possível. Produzir, homologar e comercializar é outro desafio. Perenizá-lo no tempo, dando a ele sua própria identidade é ainda mais árduo, mas este foi o magnífico desafio enfrentado.

O sucesso encontrado pelo carro-conceito Alpine A110-50, criado para comemorar os 50 anos da berlinette e que correu nos circuitos de Mônaco e Le Mans como demonstração, o entusiasmo dos espectadores no Rali Monte Carlo Historique de 2013, onde cinco A110 correram, a cobertura da imprensa para o anúncio do renascimento da Alpine, comprovam que a expectativa era grande. Jean Rédélé faleceu em 10 de agosto de 2007, mas não devemos nos esquecer de que, em 2003, ele declarou em Dieppe: “quando criei a empresa Alpine, eu não sabia que, meio século mais tarde, os Alpine seriam apreciados no mundo inteiro e que eles despertariam tamanho entusiasmo.”

Em paralelo, as equipes de design, engenharia e compras dedicadas à Alpine finalizaram o conceito geral do carro de série e consolidaram o estilo deste primeiro carro do renascimento do A em forma de flecha que foi batizado, assim como seu ilustre irmão mais velho, de A110. Eles trabalham agora na concepção de cada peça, produção de maquetes e manufatura. Para isso, a histórica fábrica de Dieppe conta com importantes investimentos iniciados em 2014, enquanto que alguns modelos camuflados já estão rodando, para testar algumas soluções e inovações técnicas.

Ao fim de janeiro de 2015, durante a exposição de “Carros-Conceito e Design Automotivo” no Dôme des Invalides, a maquete em escala 1/1 do Alpine Visão Gran Turismo – herói do videogame “Gran Turismo” – foi apresentada ao público antes de ser exibida no Salão “Rétromobile”, no início de fevereiro. Este belo carro permite dar uma espiadinha no estilo do futuro Alpine: uma mistura inteligente entre esportividade e modernidade, respeitando totalmente o DNA da marca.

Em seguida, a história vai se acelerar, com a apresentação na abertura das 24 Horas de Le Mans de 2015, com um show car batizado de Alpine Célébration destinado a comemorar os 60 anos da marca. O show car será a sensação do Festival de Velocidade de Goodwood.

Em fevereiro de 2016, o renascimento da Alpine é oficializado com uma coletiva de imprensa internacional no Porto de Mônaco, local altamente simbólico para uma marca que venceu o rali de Monte Carlo duas vezes. O show car Alpine Vision então revelado prefigura o carro de produção em série, que está em preparação. O novo modelo vai entregar 252 cv e pesar apenas 1.083 kg para oferecer uma excelente relação peso/potência, característica que fez o sucesso dos Alpine desenvolvidos por Jean Rédélé e suas equipes. Estes dois itens essenciais ao desenvolvimento do carro permitiram respeitar a DNA da marca de leveza e agilidade.

Ao fim 2016, a Alpine anuncia a abertura da pré-venda do Alpine A110 Première Édition, uma série limitada a 1.955 unidades, fazendo referência ao ano de criação da marca por Jean Rédélé. A totalidade desta série limitada é pré-reservada em menos de uma semana.

A comercialização do Alpine A110 Première Édition é lançada ao fim de 2017 e continua em 2018 na Europa com 60 pontos de venda, bem como na Ásia (Japão, Cingapura, Austrália). No ano de 2018 também acontece o lançamento de novas versões do A110 batizados de Pure e Légende.

Em março de 2019, os jornalistas membros do júri do Carro do Ano (COTY) na Europa colocam o Alpine A110 na segunda posição na classificação final, entre uma seleção de mais de 60 veículos lançados em 2018. Desde seu lançamento, o modelo conquistou vários prêmios como o Carro Esportivo do Ano, outorgados por jornalistas em vários países europeus.

Mal o A110 havia sido lançado, a Alpine desenvolve em paralelo uma versão mais potente batizada de A110S (292 cv), equipado com um chassi exclusivo onde a precisão de condução e a estabilidade em alta velocidade foram modificadas, para satisfazer uma clientela mais exigente em matéria de esportividade. Esta segunda versão será comercializada no fim de 2019.

A Alpine continua a ampliar seu catálogo e oferece, em 2020, uma versão A110 GT Légende, a interpretação mais elegante feita até hoje do A110, revelada ao lado da versão A110 Color Edition 2020. É neste ano rico em novidades que também acontece o lançamento do programa de personalização Atelier Alpine.

Dentro do plano estratégico “Renaulution”, revelado em 14 de janeiro de 2021 por Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, a Alpine revelou seus projetos de longo prazo para posicionar a marca na ponta da inovação.

As atividades da Alpine Cars, Renault Sport Cars e Renault Sport Racing estão agora reunidas em uma única organização sob a égide da Alpine. Juntas, elas assentam as bases de uma marca automotiva de “nova geração”, destinada a clientes exigentes e apaixonados.

A nova organização, a intensificação das sinergias com o Grupo Renault e a Aliança, além da colaboração com parceiros selecionados, serão essenciais para dar sustentação ao planejamento de produto da Alpine. Este incluirá um compacto esportivo (Segmento B) 100% elétrico baseado na plataforma CMF-B EV da Aliança, um crossover esportivo (Segmento C) 100% elétrico baseado na plataforma CMF-EV da Aliança, e um substituto 100% elétrico do A110, desenvolvido com a Lotus.

VII – AS COMPETIÇÕES NO DNA DA ALPINE
A Alpine é uma marca esportiva, que tem as competições no sangue. Todos os seus carros são um testemunho disso, tanto em termos de estilo como de comportamento. Esta formidável imagem foi naturalmente escrita nas estradas dos ralis, mas os Alpine também fizeram sucesso como protótipos nas mais importantes corridas de endurance, começando pelas 24 Horas de Le Mans, a categoria máxima do calendário. Eles também foram coroados nas categorias monoposto, na categoria mais exigente do automobilismo esportivo e em rallycross, que exige uma resistência a toda prova.

Em rali, tudo começou com o A106 ‘Coach’. Além de Jean Rédélé, vários pilotos levaram este primeiro Alpine à vitória. Após alguns anos, eles formarão o primeiro contingente de pilotos profissionais, nomes como Jacques Feret (futuro vencedor do Rali de Monte Carlo de 1958 com o Dauphine, depois diretor de Promoção Esportiva na Renault), Henri Greder e Jean Vinatier. Este último já é, por si só, um monumento do automobilismo esportivo, tendo sido piloto no Bol d’Or em 1953 com um 2 CV barquette, além de diversas experiências (Salmson, Aston Martin, Alfa Romeo). O piloto adquiriu um dos primeiros Alpine ‘coach’, tendo competido nas Mille Miglia. Com apenas 23 anos, já tinha uma carreira promissora na conta, que se acelerou com os DB Panhard, René Bonnet e Abarth. A partir de 1964, Jean Rédélé confiou a ele modelos Alpine protótipo nas 24 Horas de Le Mans, um monoposto de Fórmula 2 Alpine Gordini e uma berlinette em ralis. Em paralelo, ele corre para a Renault, da qual é também piloto oficial. No mesmo ano de 1964, conquistou sua primeira grande vitória com um Renault 8 1100 Gordini no Tour de Corse. Meticuloso, organizado, inteligente e habilidoso com a mecânica, é rápido e confiável, conquistando vários sucessos. Seu maior orgulho é ter vencido uma Coupe d’Or na Coupe des Alpes. Apenas os ingleses Appleyard e Stirling Moss podem se vangloriar de possuir este troféu. Depois de ter pilotado o Alpine A220 de 3 litros em Le Mans, é Campeão da França de Ralis em 1969 com a berlinette. Posteriormente, constrói uma carreira como diretor Esportivo, primeiro na Ford e, depois, na Fiat Abarth, até assumir importantes funções na Federação Francesa de Automobilismo Esportivo.

A chegada do A110 às pistas de rali vai dar início à carreira de outros pilotos, como Gérard Larrousse, que venceria o Rali de Monte Carlo de 1968 se não tivesse sido surpreendido por uma placa de neve depositada por espectadores mal-intencionados. Mais tarde, Larrousse pilotará protótipos Alpine até se tornar Diretor da Escuderia de F1 da Renault.

Mas é a equipe dos “Mosqueteiros”, criada por Jacques Cheinisse, o diretor Esportivo da marca, que ficou na memória do público. Formada pelo equilibrista Jean-Luc Thérier, o perfeccionista Bernard Darniche, o confiável Jean-Pierre Nicolas e o brilhante Jean-Claude Andruet, a equipe realmente se destacada, sendo reforçada pontualmente por alguns pilotos de talento, como Ove Anderson, que trouxe a vitória para a Alpine no Rali de Monte Carlo de 1971.

O ano de 1971 será de sucesso no Campeonato Internacional de Ralis, uma espécie de precursor do Campeonato Mundial de Ralis. A vitória sucedeu a de 1970, quando Jean-Claude Andruet vestiu a coroa de Campeão da Europa de Rali. Este excelente piloto já tinha conquistado o título de Campeão da França de Rali em 1968 e Jean Vinatier o sucedeu em 1969, até a conquista do título pelo indescritível Jean-Claude, em 1970. Em 1971, é a vez de Jean-Pierre Nicolas e, em 1972, Bernard Darniche é o piloto coroado. O quarto mosqueteiro, Jean-Luc Thérier, é finalmente coroado Campeão da França, porém, mais excepcional ainda, é um piloto particular, que faz o revezamento e veste a coroa dois anos seguidos, em 1974 e 1975. Ele se chama Jacques Henry e faz sozinho a manutenção de seus carros em sua pequena oficina, na cidade francesa de Lure!

Durante oito anos, a berlinette subiu ao mais alto degrau do pódio, principalmente durante a excepcional temporada de 1973 quando, apesar de uma verba bastante limitada em comparação com os outros concorrentes, a Alpine não hesitou em lutar pelo título de Campeão Mundial de Ralis, o santo graal.

E, para começar, a equipe azul faz um verdadeiro “strike”, abocanhando cinco dos seis primeiros lugares do dificílimo Rali de Monte Carlo. Melhor ainda, as berlinettes conquistam uma tripla vitória, com Andruet, Anderson e Nicolas nos três degraus do pódio, além de Thérier e Piot, que terminam em quinto e sexto lugares!

“Biche”, a copiloto de Jean-Claude Andruet, confessaria: “eu nunca corri tão rápido em um rali.”

Naquele ano, outra performance entra para a conta de Jean-Luc Thérier: terminar em terceiro no Rali da Suécia, verdadeira competição exclusiva dos pilotos escandinavos. Nova dobradinha no Rali de Portugal, com Thérier e Nicolas, seguida da vitória de Darniche no Rali do Marrocos, no qual ele participava pela primeira vez. Na Grécia, correndo em ruas de pedra sob sol forte, Thérier vence no Rali da Acrópole. Na Áustria, uma polêmica priva Darniche da vitória, enquanto que Thérier é vitorioso na Itália, no Rali de San Remo. A apoteose é alcançada na Córsega onde, assim como na primeira rodada deste primeiro Campeonato Mundial de Ralis, os Alpine-Renault conquistam uma tripla vitória, com Nicolas à frente de Piot e Thérier.

Na classificação final, a Alpine-Renault arrasa a concorrência: 155 pontos à frente da Fiat Abarth, que termina com 81 pontos, e da Ford, com 76 pontos.

Quando o A310 substituiu o A110, este também foi batizado em um ambiente competitivo. Jean-Pierre Nicolas, Jean-Luc Thérier e o inenarrável Jean Ragnotti o levaram ao triunfo com o motor de 4 cilindros do Gordini, antes de Guy Fréquelin vencer no Campeonato da França de Ralis em 1977 com o motor V6. Apenas a chegada do poderoso Renault 5 Turbo – também produzido em Dieppe – daria fim a esta impressionante saga.

Já na categoria Protótipos, os Alpine estrearam nas 24 Horas de Le Mans de 1963 sob a direção de José Rosinski. Aqui a Alpine demonstra sua originalidade, visando os “índices de performance” e os “índices de rendimento energético” em vez de a vitória absoluta. Com seus pequenos motores Gordini de 1.000 ou 1.300 cm3, eles vão vencer nestas classificações graças principalmente à aerodinâmica. A partir de 1964, Henry Morrogh e Roger de Lageneste vencem com seu M64 equipado com um motor de 1.149 cm3.

Em 1966, segunda vitória em índice energético com o A210 de Cheinisse-de Lageneste. Os quatro protótipos Alpine cruzam a linha de chegada, tendo percorrido mais de quatro mil quilômetros, o que nenhum carro francês havia feito antes, seja em Le Mans ou em qualquer outro lugar.

Em 1968, a Alpine apresenta um A220 equipado com um motor Gordini V8 de três litros de cilindrada. Fenômenos de vibração prejudicam a confiabilidade e, depois, um novo revés em 1969: o programa de protótipos é pausado. Ele é relançado em 1973 com o A440 V6 de 2,0 litros, finalizado em apoteose com a vitória histórica de Jean-Pierre Jaussaud e Didier Pironi com o Alpine Renault A442-B na edição de 1978 das 24 Horas de Le Mans. Eles conquistam a vitória absoluta, enquanto que os ralizeiros Ragnotti-Fréquelin levam um segundo A442 ao quarto lugar. É com esta performance que o programa Endurance é interrompido, com a abertura do programa de Fórmula 1 da Renault com o motor 1500 cm3 Turbo que sucedeu o A500, monoposto desenvolvido pelo responsável pela área de projetos da Alpine, André de Cortanze.

A Alpine também triunfou em monopostos. A partir do primeiro ano em que a marca competiu oficialmente, a Alpine vence em 1964 o título de Campeão da França de Fórmula 3 com o talentoso Henri Grandsire. Em 1971, Patrick Depailler é coroado Campeão da França com os famosos Alpine A364 “Dinosaure” e, em 1972, Michel Leclère o sucede. Naquele mesmo ano, a Alpine é também é coroada com o título de Campeã da Europa de F3 entre as equipes, batendo as temíveis equipes inglesas.

A Alpine a também brilhou em outras disciplinas: em rallycross – categoria em que Jean Ragnotti em 1977, Bruno Saby em 1978 e Jean-Pierre Beltoise em 1979 foram Campeões da França por três anos consecutivos, além do título europeu conquistado em 1977 pelo austríaco Herbert Grünsteidl – ou ainda em corrida de montanha (Jean Ortelli, Marcel Tarres e centenas de outros pilotos).

Retorno às competições
Quando o estudo do renascimento da marca Alpine é lançado em 2012, a decisão de correr com o A em forma de flecha em competições não demora a acontecer. Ao se associar à equipe Signature, fundada e dirigida por Philippe Sinault, a Alpine se alia a uma equipe coroada com várias vitórias em monoposto em circuitos em todo o mundo. Assim surge a Signatech Alpine, equipe que vai representar a marca de Dieppe no campeonato European Le Mans Series (ELMS), a partir de o início da temporada 2013.

O retorno dos carros azuis nos circuitos europeus causa sensação, iniciado com um primeiro título de campeão da Europa de Endurance para a Signatech Alpine com um monoposto batizado de A450 e exibindo o número 36, pilotado por Nelson Panciatici e Pierre Ragues. A equipe reitera sua participação no mesmo campeonato em 2014, com um novo título ao final da temporada para a equipe Paul-Loup Chatin, Nelson Panciatici e Oliver Webb. Convidados para participar das 24 Horas de Le Mans de 2014 graças ao título europeu obtido em 2013, a equipe Signatech Alpine se classifica em terceiro na categoria LMP2 da célebre corrida francesa. Depois destes dois títulos consecutivos, a Alpine decide dar um passo além, participando do campeonato Mundial de Endurance (WEC) apenas dois anos após seu retorno às competições.

Nesta primeira temporada na categoria LMP2 do Campeonato Mundial de Endurance, a equipe Signatech Alpine conhece novos circuitos com seu A450b e obtém um primeiro pódio nas 6 Horas de Fuji e uma primeira vitória nas 6 Horas de Xangai, com Nelson Panciatici, Paul-Loup Chatin e Vincent Capillaire. A equipe termina a temporada de 2015 em quarto lugar no campeonato.

Para a temporada 2016, a Alpine aumenta a potência, competindo com dois carros batizados de A460 no Campeonato Mundial de Endurance na categoria LMP2, sendo o número 35 confiado a Nelson Panciatici, Ho-Pin Tung e David Cheng, e o número 36 pilotado por Nicolas Lapierre, Stéphane Richelmi e o jovem californiano Gustavo Menezes.

A Signatech Alpine vai fazer uma temporada de sonho, com 4 vitórias para o número 36, sendo uma nas 24 Horas de Le Mans à frente de 250.000 espectadores e três lugares no pódio. Estes resultados permitem que a equipe termine no topo da categoria LMP2 do campeonato mundial e conquiste o troféu de Endurance da FIA de equipes e pilotos. Que belo presente para comemorar a oficialização do renascimento da marca Alpine, com a futura comercialização do novo Alpine A110. Em 2017, os resultados da equipe estão em declínio, mas com uma vitória nas 6 Horas das Américas e quatro pódios. A Signatech termina a temporada em terceiro lugar no campeonato LMP2 FIA WEC.

Ao fim daquele ano, a Alpine anuncia a criação de um campeonato batizado de Alpine Elf Europa Cup, em referência ao campeonato epônimo lançado pela marca em 1985, com corridas que acontecem na abertura dos Grandes Prêmios de Fórmula 1. O carro destinado ao novo campeonato é desenvolvido e montado pela equipe parceira da Alpine no Campeonato Mundial de Endurance, a Signatech, com base em um A110 de produção em série. Ele é equipado com o mesmo motor 1.8l Turbo, elevado a 270 cv, acoplado a uma caixa de câmbio sequencial exclusiva, para responder às exigências da corrida. O A110 Cup conta também com todos os equipamentos necessários a uma evolução em competições. Vencida em 2018 por Pierre Sancinéna, esta competição também foi organizada em 2019 e em 2020 nos mais belos circuitos europeus.

Já em Endurance, os anos de 2018 e 2019 são agrupados e classificados como Supertemporada FIA WEC. A Signatech Alpine compete com um Alpine A470. Esta Supertemporada apresenta a particularidade de realizar duas vezes as 24 Horas de Le Mans na mesma temporada. A Signatech Alpine vai vencer cada uma das duas edições desta corrida mítica, conquistando novamente o título mundial de equipes e pilotos da categoria LMP2 com o experiente Nicolas Lapierre, o brasileiro André Negrão e o piloto/empresário Pierre Thiriet.

Em 2018, a parceria entre a Alpine e a Signatech é fortalecida, dando origem a uma versão GT4 do A110. Graças a uma potência e um suporte aerodinâmico superior ao do A110 Cup, o GT4 concretizará o retorno da Alpine em circuito, ao lado das marcas de maior prestígio. Todos os A110 GT4 competem com escuderias privadas, contando com a assistência de fábrica da Signatech. Em uma de suas primeiras aparições no fim de 2018, o A110 GT4 da equipe Team CMR vence a Internacional GT Cup no Bahrein, com Pierre Sancinéna ao volante, primeiro vencedor do Alpine Elf Europa Cup, e Pierre-Alexandre Jean.

Na temporada 2019-2020, a equipe Signatech Alpine corre novamente no campeonato FIA WEC com um Alpine A470 pilotado por Nicolas Lapierre, André Negrão e o piloto/empresário Pierre Ragues, terminando em quinto no campeonato em sua categoria.

A esta altura, ainda falta uma categoria para a qual a Alpine não tinha retornado, apesar de sua rica lista de premiações, com quase 30 vitórias em campeonatos europeus e mundiais, entre 1968 e 1975. Contando com o automobilismo esportivo no DNA do A em formato de flecha, a Alpine e a Signatech decidem lançar o desenvolvimento de um carro de rali baseado no A110 de produção em série. Este será um carro destinado à categoria R-GT homologada pela FIA. Este carro é desenvolvido nas oficinas da Signatech Alpine em Bourges, e a tunagem da parte dinâmica é feita pelo piloto Manu Guigou, premiado com vários títulos de campeão da França de Rali na categoria com tração em duas rodas.

Assim como para o Alpine Cup e o GT4, o Alpine A110 Rally se insere em um programa de competições de clientes. Competindo no início 2020 em um primeiro rali com François Delecour, Vice-Campeão Mundial de Rali em 1993, o carro conquistará seus primeiros louros a partir de sua segunda corrida no Campeonato da França de Rali com Manu Guigou ao volante. O piloto e seu A110 Rally vencerão novamente no terceiro rali deste campeonato, terminando a temporada com um título de Campeão da França de 2020.

Para concluir este ano da melhor forma possível, Pierre Ragues, piloto da Signatech Alpine no WEC, compete com um A110 Rally no Rali de Monza, conquistando a vitória na categoria R-GT a partir da primeira largada do Alpine Rally no Campeonato Mundial.

O carro parece ter nascido para conquistar novas vitórias nas etapas especiais de todo o mundo.

Em 2021, o programa da Alpine no automobilismo esportivo vai ser acelerado, com a chegada da marca no Campeonato Mundial de Fórmula 1 sob o nome Alpine F1 Team, sem esquecer a participação na categoria máxima (LMP1) do Campeonato Mundial de Endurance FIA WEC, sob o nome Alpine Endurance Team.

VIII – ALPINE: UMA HISTÓRIA DE HOMENS
Uma marca de automóveis é naturalmente uma marca de carros, mas também de homens. Muitas vezes desconhecidos do público, estes engenheiros, técnicos, operários, empregados, executivos e dirigentes têm um papel fundamental. Saber fazer as escolhas certas na fase de projeto, tornar o veículo confiável durante a produção, fazer ofertas atraentes à clientela e fazer desses modelos um objeto de desejo estão entre seus desafios diários.

Aos nomes de Jean Rédélé, Jacques Cheinisse, Etienne Desjardins ou Roger Prieur devem ser incluídos os dos mecânicos de corrida dirigidos por Gilbert Harivel, o da área de projetos de Richard Bouleau, Bernard Dudot e André de Cortanze, as contribuições de Marcel Hubert – o “Rei do Vento” e da aerodinâmica – os pilotos de testes Mauro Bianchi e Alain Serpaggi (Campeão da Europa de Protótipos de 2 litros em 1974), que souberam “tornar os carros agradáveis e divertidos de pilotar”, enquanto que Bernard Pierangeli era responsável pelo desenvolvimento da parte comercial.

Já em relação aos pilotos de fábrica, a lista é impressionante e seria impossível mencionar todos os nomes. Podemos nos lembrar de maneira geral de Jean-Pierre Hanrioud, Henri Grandsire, Mauro Bianchi, José Rosinski, Jean Vinatier, Alain Serpaggi, Bob Wollek, Jean-Claude Killy, Jean Guichet, Philippe Vidal, Patrick Depailler, Jean-Pierre Jabouille, Jean-Pierre Jaussaud, Didier Pironi, Derek Bell, Jean-Pierre Jarier, Guy Fréquelin, Michel Leclère, Marie-Claude Beaumont, Patrick Tambay e muitos outros. De forma especial, nos recordamos dos nomes de Jean-Claude Andruet, Bernard Darniche, Jean-Pierre Nicolas, Jean-Luc Thérier e Jean Ragnotti.

Jean-Claude Andruet, piloto com talento exacerbado e carinhosamente conhecido como Senhor Pilha de Nervos, continua em atividade até hoje. Ninguém vai esquecer seus dois títulos de Campeão da França e Campeão da Europa de Rali em 1970, nem de sua façanha como vencedor do Rali de Monte Carlo de 1973, suas vitórias na Córsega e seu entusiasmo.

Bernard Darniche é um piloto talentoso ao extremo quando tudo vai bem, secundado por seu acólito Alain Mahé, várias vezes vencedor do Tour de Corse, herói do Tour de France, sempre querendo mais e determinado a vencer, inclusive em terras desconhecidas, como no Marrocos, em 1973.

Jean-Pierre Nicolas, com sua força tranquila e imperturbável, sejam quais forem os eventos de corrida, sempre à espreita de uma bela oportunidade, como em 1978 no Rali de Monte Carlo. Piloto de múltiplas facetas, ele se revela excelente piloto de testes e sabe vencer em qualquer circunstância, sem fanfarrice, mas com muita eficiência.

Jean-Luc Thérier pode ser o mais intuitivo de todos os pilotos de rali. Um controle e precisão ao volante de tirar o fôlego, um atrevimento inigualável e um senso de humour maravilhoso.

E o que dizer de Jean Ragnotti, verdadeiro mascote da Renault. Além de ser um “Negociante de Curvas” como ele adora definir seu métier, ele também é equilibrista, acrobata, malabarista e, sobretudo, um fino piloto. Capaz de pilotar qualquer carro, ele competiu pela Alpine em ralis, provas de rallycross ou endurance (24 Horas de Le Mans). Ele continua com o mesmo entusiasmo para disputar provas de VHC ao volante de um Alpine A110 grupo IV ou no Le Mans Classic a bordo do A442-B ou A443.

Todos eles perpetuam a memória da bela história da Alpine, promovem a imagem da montadora de Dieppe e se reúnem em torno da paixão suscitada pela marca tanto na França como em outros países. Existem clubes Alpine na Bélgica, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Holanda, Japão, Noruega, Suécia, Estados Unidos, Canadá, etc.

IX – PRODUÇÃO DA ALPINE EM NÚMEROS

  1. PRODUÇÃO DE CARROS DE RUA DA ALPINE NA FRANÇA
A106251(1955-1959)
A108236(1960-1962)
GT4112(1963-1965)
A1107579(1961-1977)
A310 4 cilindros2340(1971-1976)
A310 V69.276(1976-1984)
GTA1.509(1984-1989)
GTA Turbo4.545(1985-1990)
A610818(1990-1995)
TOTAL26.666
  1. PRODUÇÃO DE MODELOS ALPINE EM OUTROS PAÍSES SOB LICENÇA
BRASIL (INTERLAGOS)1.500(1962-1966)
ESPANHA (FASA)1.900(1963-1978)
MÉXICO (DINALPIN)700(1964-1972)
BULGÁRIA (BULGARALPINE)50(1967-1970)
TOTAL4.150
  1. PRODUÇÃO DE CARROS DE CORRIDA DE CIRCUITO
  • PROTÓTIPOS ESPORTIVOS

Protótipo 4 cilindros em linha                                  17

Protótipo 8 cilindros em V                                       8

Protótipo 6 cilindros em V                                      12

TOTAL                                                                 37

  • MONOPOSTOS

Fórmula 3                                                             26

Fórmula 2                                                             112

Fórmula 1                                                             2

TOTAL                                                                 140

  1. ALGUNS TÍTULOS CONQUISTADOS PELA ALPINE NA CATEGORIA PROTÓTIPOS

1963: CAMPEÃO DA FRANÇA DE PROTÓTIPOS ESPORTIVOS (J. ROSINSKI / M 63)

1964: CAMPEÃO DA FRANÇA DE PROTÓTIPOS ESPORTIVOS (R. DELADNATE / M 64)

1974: CAMPEÃO DA EUROPA DE MARCAS (A. SERPAGGI / A441)

1978: VITÓRIA NAS 24 HORAS DE LE MANS (D. PIRONI – J.P. JAUSSAUD / A442 B)

MONOPOSTOS

1964: CAMPEÃO DA FRANÇA DE F3 (H. GRANDSIRE / P.64)

1971: CAMPEÃO DA FRANÇA DE F3 (P. DEPAILLER / A360)

1971: CAMPEÃO DA FRANÇA DE FÓRMULA RENAULT (M. LECLERE / A361)

1972: CAMPEÃO DA FRANÇA DE F3 (M. LECLERE / A364)

1972: CAMPEÃO DA EUROPA F3 (EQUIPE ALPINE / A364)

1972: CAMPEÃO DA EUROPA DE FÓRMULA RENAULT (A. CUDINI / A366)

RALLYCROSS

1977: CAMPEÃO DA FRANÇA (J. RAGNOTTI / A310 V6)

1977: CAMPEÃO DA EUROPA (H. GRÜNSTEIDL / A310 V6)

1978: CAMPEÃO DA FRANÇA (B. SABY / A110)

1979: CAMPEÃO DA FRANÇA (J.P. BELTOISE / A310)

RALIS

1967: CAMPEÃO DE ESPANHA (B. TRAMÃO / A110)

1968: CAMPEÃO DA FRANÇA (JEAN-CLAUDE ANDRUET / A110)

1968: CAMPEÃO DE ESPANHA (B. TRAMONT / A110)

1969: CAMPEÃO DA FRANÇA (J. VINATIER / A110)

1970: CAMPEÃO DA EUROPA (J.C. ANDRUET / A110)

1970: CAMPEÃO DA FRANÇA (J.C. ANDRUET / A110)

1970: CAMPEÃO DA BULGÁRIA (I. TCHUBRIKOV / A110)

1970: CAMPEÃO DE ROMÊNIA (G. PUIU / A110)

1971: CAMPEÃO INTERNACIONAL DE RALIS (EQUIPE ALPINE / A110)

1971: CAMPEÃO DA FRANÇA (J.P. NICOLAS / A110)

1971: CAMPEÃO DA BULGÁRIA (I. TCHUBRIKOV / A110)

1972: CAMPEÃO DA FRANÇA (B. DARNICHE / A110)

1972: CAMPEÃO DE TCHECOSLOVÁQUIA (V. HUBACEK / A110)

1973: CAMPEÃO MUNDIAL (EQUIPE ALPINE / A110)

1973: CAMPEÃO DA FRANÇA (J.L. THERIER / A110)

1973: CAMPEÃO DA TCHECOSLOVÁQUIA (V. HUBACEK / A110)

1974: CAMPEÃO DA FRANÇA (J. HENRY / A110)

1974: CAMPEÃO DA TCHECOSLOVÁQUIA (V. HUBACEK / A110)

1974: CAMPEÃO DE POLÔNIA (B. KRUPA)

1975: CAMPEÃO DA FRANÇA (J. HENRY / A110)

1975: CAMPEÃO DA TCHECOSLOVÁQUIA (V. HUBACEK / A110)

1975: CAMPEÃO DE HUNGRIA (A. FERJANCZ)

1976: CAMPEÃO DA TCHECOSLOVÁQUIA (V. HUBACEK / A110)

1977: CAMPEÃO DA FRANÇA (G. FREQUELIN / A310)

1980: CAMPEÃO DA FRANÇA (J. RAGNOTTI / R5 ALPINE)

1995: CAMPEÃO DA FRANÇA VHC (J.C. REDELE / A110)

Além desta lista de premiações extraordinária, é preciso também – principalmente – lembrar que a Alpine-Renault conta com mais de 1.000 vitórias conquistadas por pilotos amadores nas várias provas de campeonatos nacionais e regionais em ralis, corridas de montanha e slalom. Por isso, o Alpine é o carro de todos os campeões.

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