“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Como o 5G revolucionará fábricas, direção autônoma e até oferta de novos serviços

01/12/2021

Dal Forno, Angelini, Spadafora e Saraiva no #ABX21

O leilão brasileiro das frequências da internet 5G neste mês esquentou a discussão sobre a internet ultrarrápida e seus benefícios para o País, especialmente para o setor automotivo e da mobilidade. Com a nova tecnologia, os motoristas poderão fazer o download de reparos no carro ou adquirir novos serviços, as linhas de montagem poderão conectar robôs e monitorar a qualidade de 100% da sua produção e a direção autônoma poderá se tornar realidade nas nossas ruas.

“Os veículos serão definidos pelo software no futuro. Será igual ao nosso celular: vai chegar um dia da semana em que será preciso precisar fazer a atualização dos sistemas”, exemplificou Marcel Saraiva, gerente de contas corporativas da Nvidia, durante o painel “Tudo conectado: 5G eleva o jogo da mobilidade” realizado por meio online durante o #ABX21.


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É justamente a velocidade de transmissão de dados de 10 a 20 vezes maiores do que o 4G chegando a 100 vezes no pico e o tempo de resposta 10 vezes menor que vão permitir que os motoristas possam comprar serviços digitais de dentro do automóvel, não muito diferente do que faz um usuário que compra um laptop e depois adquire um programa de edição de vídeo ou um simulador de voo.

Felipe Angelini, responsável por soluções conectadas da Scania, reforçou que a chegada do 5G vai destravar as portas da conectividade para os veículos, mas lembrou também que hoje esse recurso já existe hoje no Brasil com o 4G, apesar mais limitado.

“No caso dos caminhões da Scania, já temos conectividade desde 2017, com cerca de 51 mil veículos conectados”, afirmou Angelini, explicando que os sistemas eletrônicos dos caminhões conversam com a central da montadora, possibilitando planos de manutenção flexíveis em função do seu uso e o monitoramento do comportamento do motorista para posterior avaliação e reciclagem.

A estreia da rede pública de internet rápida já tem data definida. “As empresas que adquiriram as licenças de operação do 5G têm até julho de 2022 para implantar em todas as capitais e no Distrito Federal”, esclareceu Alexandre Dal Forno, diretor de marketing da TIM.

Redes privadas de 5G

Dal Forno lembrou ainda que essa tecnologia não é usada apenas em redes públicas de internet, mas também em redes particulares, menores, destinadas a suprir as necessidades de uma fábrica, com todos os dispositivos usando chips específicos de 5G, com uma conexão que é mais segura do que as redes Wi-Fi tradicionais.  

“Com isso, podemos ter todos os robôs e máquinas sendo monitorados e controlados utilizando essa rede privada que estará restrita somente àquela determinada área. Isso traz um grande ganho e é uma grande novidade”, contou o executivo da TIM.

Um dos casos comentados foi o recente projeto piloto na fábrica da Stellantis em Goiana (PE), que recebeu uma rede particular 5G para utilizar um sistema de análise por vídeo para verificar a qualidade de adesivação dos emblemas dos veículos. Mas esse é só o começo, pois a mesma tecnologia pode ser usada tanto para aumentar a produtividade e melhorar a eficiência dos processos como garantir maior segurança no chão de fábrica. 

“Dá para checar se os funcionários estão usando corretamente o EPI [equipamento de proteção individual] ou se estão caminhando na área correta em uma região de tráfego de robôs, por exemplo. Com uma câmera 8K, também podemos fazer a análise de qualidade da pintura, sem precisar da presença de um especialista”, disse Dal Forno.

A popularização da direção autônoma

Outro grande benefício levantado pelos especialistas é a popularização da condução autônoma, já que os veículos poderiam se conectar a uma grande rede de comunicação interligada não apenas entre os veículos, mas também com os equipamentos do viário urbano, como semáforo e placa de trânsito, por exemplo. 

“A expectativa com a popularização da direção autonomia cria por um lado uma expectativa alta, por outro uma necessidade premente de políticas públicas, ou seja, de investimento em cidades inteligentes”, ressaltou Flávia Spadafora, sócia da KPMG, que frisou que essa tecnologia autônoma já existe no Brasil, ainda que em aplicações específicas

“Já temos o veículo autônomo sendo usado no campo, onde ele é hoje uma grande tendência. Traz um grande ganho de produtividade, com um operador controlando uma série de máquinas numa área extensa. Na mineração, já temos brocas e veículos operando na mina de forma autônoma, com inteligência artificial dando maior precisão e segurança. Esses já são exemplos que estão funcionando no 4G. Então o salto para o 5G se torna relativamente fácil”, concluiu a consultora.

Fonte: Automotive Business

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