Entender o comportamento do consumidor no atual cenário de pandemia e suas variantes. Esse é o principal desafio do varejo em 2022, que ainda não voltou aos patamares pré-covid e deve enfrentar instabilidades.
Nesse cenário, Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, especializado em gestão e expansão de redes de negócios e franquias, lembra que será fundamental, para a retomada, a recuperação da confiança para voltar a consumir, conquistada à medida que a economia se estabiliza, e o ambiente político se torna menos conturbado.
Enquanto isso, os negócios continuam na briga. No mercado de franquias, em especial, redes que retomaram planos expansionistas após um período de renegociações e vacância já convivem com a baixa oferta em real estate. Já a continuidade de fusões e aquisições ampliará a sinergia entre empresas, gerando parcerias estratégicas.
Mas há alguns pontos de atenção, segundo a CEO. O consumidor estará cada vez mais consciente sobre as questões globais, tais como problemas ambientais e novas ondas da pandemia. Além de terem sentido um grande impacto no seu comportamento de consumo, as mudanças de cenário tornaram esse consumidor mais reticente em consumir.
Esta situação muda e mudou tudo, sobretudo no que se refere ao seu relacionamento com as marcas. “Nós ainda apostamos na criação de novos modelos de negócios para atender diferentes públicos e no desenvolvimento de conceitos alinhados com a expectativa do consumidor, antecipando demandas não endereçadas no varejo tradicional.”
Para acelerar a conversão das vendas à distância e oxigenar a base de clientes, o live commerce. Para continuar a crescer, marcas concorrentes se associam. Já o compromisso ambiental e social das empresas será uma exigência a mais desse consumidor. A seguir, conheça os fatores que devem movimentar o varejo e o franchising neste ano:
LIVE COMMERCE
O modelo chinês de ‘comércio ao vivo’, baseado em demonstrações, apresentações e shows realizados em tempo real que possibilitam a compra via apps que teve como pioneira no Brasil a Americanas, caiu no gosto do consumidor brasileiro.
Dessa forma, as vendas on-line por lives que integram transmissão de vídeo e e-commerce da marca, com entrega de conteúdo relevante que engaja o consumidor, é um modelo que se consolidará na estratégia digital das empresas.
NOVAS PARCERIAS ESTRATÉGICAS
O ano será marcado pelo desenvolvimento de parcerias entre as empresas que possam oferecer negócios complementares e que permitam a composição de uma solução completa para o consumidor, além de impulsionarem o desenvolvimento de novos negócios mais próximos e que ofereçam experiências realmente relevantes.
“Essa construção é a forma que as empresas têm buscado para continuar a crescer e se consolidar em seus mercados”, reforça a CEO do Grupo Bittencourt.
ESG NA PRÁTICA
A inclusão e a diversidade farão parte das discussões centrais das empresas, por estarem diretamente relacionadas ao tema do ESG e seus pilares (ambiental, social e governança, na sigla em inglês): negócios comprometidos com boas práticas de gestão e governança tendem a ser mais sustentáveis e, por isso, alcançam melhores resultados.
Para Lyana, um ponto chave em 2022 diz respeito a fomentar o compromisso social das instituições, os cuidados com o meio ambiente, e a necessidade de governança entre as empresas. “As práticas ESG vão entrar de vez nas pautas das empresas não apenas como algo a ser feito no futuro, mas como missões para o ‘agora’”, sinaliza.
Fonte: Diário do Comércio – IMAGEM: AdobeStock