A Volvo abriu os trabalhos da Fenatran 2022 já na pegada da descarbonização. Não só para enaltecer a exposição do seu caminhão elétrico FM, como também para indicar que está nos planos a produção de veículos elétricos pesados na América Latina e no Brasil.
À Automotive Business, o presidente a Volvo América Latina, Wilson Lirmann, confirmou o que minutos antes o chefe global da fabricante sueca, Roger Alm, tinha sinalizado ba coletiva de imprensa de abertura da Fenatran: a Volvo quer e terá uma linha montagem elétrica no Brasil.
“Nos vamos fabricar caminhões elétricos no Brasil. A grande questão é quando. Precisamos ver várias questões e trabalhar uma cadeia de fornecedores. Mas o Brasil é um mercado estratégico no nosso processo de descarbonização”, afirmou Lirmann.
Transformação acelerada
Minutos antes, o presidente global da Volvo Truck, Roger Alm, destacou a transformação para eletrificação no segmento. E também fez questão de frisar a importância do Brasil nesse processo.
“Há pouco tempo havia uma discussão se era possível a eletrificação de caminhões. Hoje, vendemos mais de 3.500 caminhões elétricos em 30 países. Esta transformação acontecerá rápido e quero vender e fabricar caminhões elétricos do Brasil”, afirmou o executivo, que foi presidente da Volvo na América Latina entre 2009 e 2014.
Volvo FM Eletric no Brasil em 2023
Enquanto esses tempos não chegam, para o Brasil, o FM Eletric importado da Suécia já tem uma programação inicial. Ele chegará no primeiro trimestre de 2023 para testes com clientes.
O caminhão zero emissões de 44 toneladas, segundo a Volvo, tem seis baterias e autonomia de até 300 km. Ele é voltado especialmente para distribuição em grandes centros urbanos.
A ideia é que o caminhão elétrico comece a ser vendido por aqui ainda em 2023.
“Já estamos em contato com alguns clientes que queiram investir nessa transformação”, explica Wilson Lirmann.
Euro 6 no processo de descarbonização
O executivo também enalteceu a nova linha de motores Euro 6, recentemente lançada pela marca sueca no país. Segundo ele, com os propulsores, a linha F está 8% mais econômica no consumo de combustível, enquanto na linha VM a economia chega a 10%.
“O objetivo também é aumentar a sustentabilidade financeira dos nossos clientes. Euro 6 é mais que uma obrigação legal, é parte fundamental no processo de descarbonização”, afirmou Lirmann.
A Volvo tem metas sustentáveis globais parecidas com as de outras fabricantes. Até 2030, metade do volume vendido pela empresa será eletrificado. E até 2040, o objetivo é que 100% dos produtos da marca sejam puramente elétricos.
“O Brasil é um mercado estratégico e temos posição forte aqui. Estamos liderando essa transformação importante para fazer as mudanças acontecerem e apoiar nossos clientes nesta transformação, em busca de paz de espírito e de oportunidades de novos negocios”, disse Roger Alm.