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Volvo apresenta linha Euro 6 e nacionaliza produção de novo motor

04/10/2022

Linha Volvo FH 450 passa a ser equipada com motor que atende as normas de emissões Euro 6

A Volvo entrou na terça-feira, 4, na era dos motores Euro 6 para o mercado da América Latina. Já estão definidos os conjuntos de powertrain que a montadora aplicará a partir de 2023 nos modelos FH e VM produzidos em Curitiba.

No caso do motor para o pesado FH, o conjunto D13K de 13 litros fará a tração do modelo já dentro do contexto da norma Euro 6. A plataforma foi desenvolvida em 2012 e chega agora em sua sétima geração (com potências de 380 cv, 420 cv, 460 cv, 500 cv e 540 cv) e novo sistema de injeção que reduz o consumo de combustível.

Novo câmbio acompanha motor Euro 6 da Volvo

Estreia da gama de motores Euro 6 marca nova fase para a Volvo no país

Ao modelo também foi aplicada uma nova caixa de transmissão automatizada i-Shift, que passou por uma série de alterações em seu software de gerenciamento das velocidades. O sistema de pós-tratamento das emissões resultantes da combustão é composto por três catalisadores e 1 filtro.

Passam a ser de série na linha F da Volvo Euro 6 itens como controles de estabilidade, airbag, espelhos auxiliares e piloto automático adaptativo.

Segundo Alcides Cavalcanti, diretor executivo da montadora, o conjunto de alterações que foram feitas no powertrain do pesado FH proporcionaram uma redução de emissões em 90% na comparação com os antigos modelos Euro 3, que marcaram no país o início dos programas de redução de poluentes.

Volvo VM com motor Euro 6 quase nacional

Linha VM troca motores MWM por conjuntos Euro 6 nacionalizados

A linha de caminhões VM, no entanto, é a que traz mais novidades significativas em sua versão Euro 6. A principal delas é a utilização de um motor produzido pela Volvo no lugar do propulsor fornecido pela MWM à montadora por quase duas décadas.

O propulsor DK8, de seis cilindros e 8 litros, em versões de 290 e 360 cv, passaram a ser montados na fábrica de Curitiba por meio de kits de componentes que chegam importados da Índia.

A fábrica onde já eram produzidos propulsores para o pesado FH teve de ser adapatada para receber a montagem deste motor importado. Ali, por ora, a produção total de motores gira em torno de 100 unidades/dia.

“Aumentar o conteúdo nacional do motor do VM envolve, naturalmente, ganho de escala ao longo dos próximos anos”, disse Cavalcanti, que tambem citou que os kits chegam ao Brasil com tributação diferenciada na comparação com aquela que rege a importação de motores montados completamente.

O linha VM Euro 6, que tem as versões City, Light Mixer a vocacional VMX, chega com freio motor borboleta, painel de instrumentos com tela LCD de 4,3″, sistema EGR de tratamento de gases e caixa de transmissão i-Shift, a mesma do FH. No entanto, há uma versão equipada com motor manual ZF de nove marchas.

Efeito Fenatran anima a montadora

Alcides Cavalcanti acredita que demanda por motores Euro 6 da Volvo no mercado brasileiro será forte

Diante de todo o imbróglio logístico causado pela pandemia na cadeia global de fornecedores, a Volvo conseguiu aumentar o seu volume de vendas na região em 8%, ao passo que o mercado caiu 5%. No caso do Brasil especificamente, a expectativa é de que o mercado total encerre o ano 15% menor do que foi 2021 em termos de volumes de vendas.

Contudo, existe no horizonte a Fenatran, a maior feira de veículos comerciais da América Latina, e o evento anima a montadora a vislumbrar mais negócios fechados durante sua realização. Para Alcides Cavalcanti, a principal demanda do evento será pelos modelos Euro 6.

“Ainda que os modelos cheguem ao mercado com um aumento de cerca de 20% do preço na comparação com os veículos Euro 5, percebemos que os clientes estão animados em renovarem suas frotas”, contou Cavalcanti.

No contexto do mercado externo, a fábrica de Curitiba, que opera em dois turnos, atende aos mercados da regiões com bons volumes, na opinião do executivo. À Colômbia são exportados modelos Euro 6. Os caminhões equipados com Euro 5 seguem para países como Uruguai, Chile e Argentina, e caminhões com motores Euro 3 para Bolívia e Paraguai.

“Em todos esse países exportamos este ano, mensalmente, cerca de 100 unidades. No caso da Argentina, os volumes mensais caíram pela metade por causa da situação econômica vivida pelo país vizinho”, explicou Cavalcanti.

MWM perde volume com saída da Volvo

A escolha da Volvo por montar o motor Euro 6 do VM em Curitiba deverá tirar este ano cerca de 9 mil unidades de motores da MWM, que até então era a fornecedora dos propulsores por meio da operação que a companhia mantém na zona sul de São Paulo (SP). Com a saída da Volvo, a empresa passa a atender no Brasil exclusivamente a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) dentre as montadoras que mantém produção no país.

Movimento semelhante passou outra fabricante independente de motores, a Cummins, com o encerramento da produção de veículos comerciais Ford na América do Sul anunciada em 2021. Tanto ela quanto a MWM passaram a acelerar a diversificação dos seus negócios afora o OEM automotivo, sobretudo no ramo da energia, onde atuam com o fornecimento de grupos geradores equipados com motores diesel.

Fonte: Automotive Business

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