A indústria automotiva foi diretamente atingida pela crise provocada pela falta de semicondutores nos últimos dois anos e o cenário para 2023 não é motivador. A Volkswagen acredita que o problema da falta de chips automotiivos não será solucionado no próximo ano.
“No geral, a situação melhorou, mas apenas em pequenos passos. Os investimentos estão no caminho certo, mas ainda haverá um déficit estrutural em semicondutores até 2023”, afirmou o diretor de compras da montadora, Murat Aksel, em entrevista à Automotive News Europe.
Montadoras mudam destino de chips visando maior lucro
Segundo especialistas, uma outra barreira para a superação da crise de semicondutores é que as montadoras têm direcionado os poucos chips disponíveis para a produção de modelos mais caros, de olho nas margens de lucro mais altas.
Os carros mais luxuosos e tecnológicos usam mais semicondutores, o que aumenta a demanda, apesar da queda de produção.
Por outro lado, o executivo da Volkswagen disse que as perspectivas acerca do impasse de chicotes elétricos estão mais otimistas, já que essa cadeia de suprimentos está estável novamente.
Força-tarefa para evitar frear produção novamente
Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, a VW criou uma força-tarefa com seus fornecedores para não ter a produção ainda mais afetada. O diretor de compras contou que a montadora investiu na construção de sites de backup em outros países para se precaver caso a situação da guerra se agrave.
Além de chips e chicotes de fios, Aksel alertou que mais deslocamentos nas cadeias de suprimentos são prováveis no futuro. “O que vimos nas cadeias de suprimentos nos últimos dois anos é o novo normal e, com as novas questões geopolíticas, tudo será mais complexo e desafiador”, projetou o diretor da Volkswagen.
A perspectiva da Volkswagen também é compartilhada por outros estudos. Durante o #ABX22, a consultoria S&P Global projetou que a crise dos chips automotivos deve perdurar até o início de 2024. Além do mais, recentemente, Honda e Toyota anunciaram novos cortes em sua produção global devido à escassez de componentes.
Fonte: Automotive Business