Por Karin Fuchs
Em autopeças, as atualizações precisam ser constantes, os vendedores almejam treinamentos e cursos, principalmente pela variedade cada vez maior de itens e de aplicações em diferentes modelos de veículos. Um cenário que era diferente do passado e que cada vez mais tem exigido mais conhecimento porparte dos vendedores. Neste ano, eles já começam a todo o vapor em busca de mais aperfeiçoamento.
Para este ano, os planos dela são continuar em busca de conhecimento e se aprimorar ainda mais em cursos que vem participando. “Eu quero ter um crescimento profissional maior e de tudo que irá agregar de forma positiva para o meu conhecimento. Almejo para este ano um crescimento ainda maior na área em que atuo, que é a de gestão de pessoas”.
“Acredito que a maior dificuldade no setor de autopeças seja a constante transformação nessa área, a todo momento temos que buscar atualizações para não ficarmos para trás, e sempre com os olhos bem abertos para o concorrente”, afirma Renata Grasson, gerente de Vendas da Rey Maco Cham.
Ela acrescenta que busca se destacar ainda mais dentro da empresa. “Eu tenho prazer de trabalhar aqui há 25 anos, onde tenho a paixão de ensinar, de mostrar que todos são capazes, mostrar que posso ser o espelho de alguém, uma referência positiva, é isso que busco na minha vida profissional”.
Renata conta que atualmente, a principal demanda dos vendedores é conquistar conhecimento na área. “A maioria das pessoas que vai em busca de um emprego nessa área, nunca trabalhou nesse ramo e quer fazer parte da equipe para obter uma nova experiência profissional”, explica. Sobre formação, ela defende que o mercado de trabalho deveria oferecer cursos gratuitos não somente de vendas, mais também de tecnologia. “Depois da pandemia que sofremos, muitas pessoas tiveram que se reinventar, dessa forma o uso da tecnologia ficou muito maior, então seria ótimo se o mercado de trabalho investisse em cursos profissionalizantes como esse”, afirma.
Em relação às vendas, Renata diz que as expectativas para este ano são as melhores. “Já que as pessoas estão deixando de comprar carros novos, elas acabam comprando carros usados ou até mesmo arrumando o seu, o que beneficia o nosso ramo de autopeças”.
Mais conhecimento
Assim como Renata, o vendedor na Braskape, Fábio Alves da Silva, também tem como planos para este ano buscar cada vez mais conhecimentos, principalmente na área mecânica. “Pois, hoje em dia, o vendedor que demonstra maior conhecimento não só do produto que vende, mas que entende também de sua forma de aplicação e funcionamento, tende cada vez mais a se destacar no ramo! O meu principal objetivo neste ano é conquistar novos clientes e fortalecer ainda mais a parceria com os clientes que já tenho”.
Ele lamenta que o mercado não investe tanto em capacitação. “Antigamente era comum ter muitos tipos de palestras e cursos técnicos, mas hoje em dia estão cada vez mais raras iniciativas iguais a essas. As coisas estão evoluindo muito rapidamente, acredito que o mercado deveria investir mais em capacitação de pessoas para atenderem melhor a demanda, principalmente da frota mais nova”.
Fábio acrescenta que hoje o que mais dificulta a sua profissão é a falta de informação. “Com o grande número de carros, marcas e modelos, o que mais dificulta é a falta de divulgação e informativos sobre lançamentos disponíveis para compra, além da falta de peças de reposição para a linha mais nova de veículos”.
Para este ano, as suas expectativas para o mercado de reposição são ótimas. “Tendo em vista que os preços de carros novos estão um absurdo, a tendência é que mais carros antigos rodem e façam suas manutenções preventivas e corretivas, aquecendo ainda mais o nosso mercado!”.
Expectativa com treinamentos
Na Auto Peças Zagonel, a expectativa do vendedor Alessandro Braun é com o retorno dos treinamentos presenciais suspensos no período da pandemia. “Nós tínhamos muitos cursos e palestras de fabricantes aqui no auditório da loja, que deram uma boa parada por causa da pandemia. Esses treinamentos nos ajudam muito para nos atualizarmos sobre as novidades e lançamentos. É o momento de esclarecermos dúvidas, pois geralmente esses treinamentos são realizados por palestrantes técnicos”.
Para este ano, o objetivo profissional dele é adquirir mais conhecimento técnico e aprimorar a relação com os clientes, principalmente das novas gerações. “A nova leva de mecânicos que está chegando tem um jeito diferente de tratar e de fazer um orçamento, a gente sempre tenta se adequar a este novo nicho de mercado. Eu também tenho colegas mais novos e aprendo bastante com eles, em como lidar com as pessoas”.
E a sua experiência de 16 anos em autopeças conta muito. “Vale demais o relacionamento que eu tenho com os clientes. Eles aceitam a minha opinião e gostam que a gente seja bem sincero. Até deixo de perder uma venda quando sei que determinada peça não funcionará bem no seu carro, mas com isso, eu ganho a confiança deles. A opinião dos mecânicos para mim também é muito importante para conhecer mais sobre uma peça, um componente”.
Alessandro também diz que não apenas a grande quantidade de itens no mercado é uma dificuldade para os vendedores, como também a aplicação. “Nós temos uma grande variedade de carros e a parte técnica está exigindo cada vez mais da gente. Antes, um mesmo item servia em vários modelos de marcas, hoje não é mais assim, e nem sempre é possível identificar pela foto qual é a peça correta”.
Segundo ele, esta variedade é o que mais complica para vender e fazer um orçamento correto. “Às vezes, o fornecedor nos envia um item com uma aplicação bem generalizada. Por isso, eu gosto quando o cliente vem de carro, o que facilita bastante, em ver como funciona e está instalada a peça. Fica mais palpável para vender, para dar uma ideia certa para o cliente”.
Para ele, o que mais tem assustado é a quantidade de veículos novos precisando de troca de peças, ainda mais com pouca quilometragem. “Isso está acontecendo até com carros tops de linha, cada vez mais, fazendo a manutenção mais cedo. O pessoal sempre comentou bastante sobre a fragilidade dos carros novos, mas a gente se assusta bastante ao ver que o valor deles está cada vez mais alto e parece que a qualidade de peças não acompanhou. Nós temos muitos pedidos de peças para carros novos”.
Acesso à informação
Em Canoas (RS), o vendedor da Gringo Autopeças, Ernani Luiz Lussani, adianta que neste ano ele quer participar de mais cursos online. “O que eu mais sinto falta são de cursos de técnicas de venda, de informática e de informações técnicas de peças. Acredito que deveria haver mais treinamentos para o nosso setor, principalmente online. Para os vendedores nos dias de hoje, o mais difícil é buscar a informação rapidamente”, pontua. Para este ano, o seu objetivo é aumentar as vendas “e a modernização da loja”, conclui.
Fonte: Balcão Automotivo
