Vendas do comércio de Ribeirão Preto cresceram apenas 1,5% em março

Empregabilidade ficou estável e o Índice de Confiança do Varejo teve leve queda; A pesquisa identificou preocupação dos lojistas com as obras de mobilidade no centro e com prováveis impactos das eleições na economia, no segundo semestre
Vendas do comércio de Ribeirão Preto cresceram apenas 1,5% em março

As vendas do Comércio Varejista de Ribeirão Preto tiveram tímido crescimento médio de 1,5%, em março de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o que aponta o levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas).

“Tivemos um pico de vendas no dia 15 de março, com as promoções alusivas ao Dia do Consumidor, e um pequeno incremento na Páscoa, mas, no restante do mês, houve uma acomodação das vendas em um patamar mais abaixo. Um fator que contribuiu para esse resultado aquém da expectativa, é o impacto negativo das obras de mobilidade no centro, na Av. Nove de Julho e na Av. Treze de Maio/Rua Capitão Salomão. Mais uma vez, as interdições dificultaram muito o acesso dos consumidores às lojas e atrapalharam as vendas”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL RP.

Outro fato apurado na pesquisa é que “Os consumidores, mesmo com certa estabilidade da inflação, taxa de juros menores e maior capital circulante, se mostraram mais cautelosos na hora de comprar, priorizando o pagamento das contas, em março. Muitos ainda estão pagando parcelas dos impostos de começo de ano, da compra de material escolar, além de despesas das férias e do Carnaval”, destaca.

Empregabilidade

A média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas no Varejo de Ribeirão Preto, em março, apresentou estabilidade. “Como já era previsto, existe uma acomodação natural nos primeiros meses do ano após readequação no mês de janeiro com a dispensa dos temporários. Já para o mês de abril, a previsão é de alta olhando para a Agrishow e para o Ribeirão Rodeo, período que praticamente se emendará com a semana do Dia das Mães”, observa.

Índice de Confiança

Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDLRP de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes) registrou, em março, média de 3,7 pontos (ante 3,8 na pesquisa anterior), classificado como positivo. O índice de longo prazo (que olha para os 12 meses seguintes), registrou média de 3,5 pontos (ante 3,8 na pesquisa anterior), pontuação também considerada positiva.

“É um positivo ‘disfarçado’ de preocupação, principalmente com o cenário de longo prazo. A pesquisa revela um grande receio dos lojistas quanto ao futuro das obras de mobilidade e aos prováveis efeitos colaterais da campanha eleitoral que já começa a ganhar contornos mais definidos. O lado político ainda está conturbado, no país, o que sempre acaba impactando na economia”, diz Galli.

Ainda segundo o pesquisador, “Outras preocupações também rondam a economia brasileira no longo prazo. Uma delas é sobre até quando a Petrobrás vai conseguir segurar o preço dos combustíveis bancando a defasagem em relação ao mercado internacional. Um eventual reajuste impulsionaria a inflação. Outro receio é quanto ao rombo bilionário das contas públicas que já é grande e não para de crescer. Para compensá-lo, o governo vive buscando novas formas de aumentar a cobrança de impostos/tributos, o que atinge diretamente a eficiência e o desempenho do setor produtivo nacional. O empreendedor está muito atento a tudo isso!”, finaliza.

Programa EMPRESA AMIGO DO VAREJO