“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Vendas de máquinas crescem 8,4% em agosto, mas queda persiste no ano

03/10/2024

Nos oito primeiros meses de 2024, as vendas totais de máquinas agrícolas apresentaram uma retração de 25,8% em comparação com o mesmo período de 2023

Por Clarisse Sousa

As vendas de máquinas agrícolas cresceram 8,4% em agosto em relação ao mês anterior, totalizando R$ 6,4 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (1) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). No mês, o setor manteve praticamente os mesmos patamares de crescimento de julho, quando o aumento foi de 8,9%.

Apesar do desempenho positivo em agosto, o setor ainda registra uma queda no acumulado do ano. Nos oito primeiros meses de 2024, as vendas totais apresentaram uma retração de 25,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Na comparação com agosto de 2023, a queda é de 15,8%.

De acordo com o Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, essa redução já era esperada e alguns fenômenos contribuíram para essa queda.

“A seca tem sido muito severa e persistente, como ocorreu na safra de verão, resultando em grandes perdas de produtividade e baixo rendimento das lavouras. Diante de tudo isso, as pessoas ficam mais seletivas na hora de comprar uma máquina. Além disso, os preços das commodities caíram bastante, especialmente em relação aos grãos, o que impactou a rentabilidade dos produtores.”

Estevão lembrou que, no primeiro semestre, a falta de recursos do Plano Safra e os juros altos também contribuíram para a queda nas vendas. “Outro fenômeno que marcou 2024 foi a redução na área plantada, em contraste com o período de 2020 a 2023, quando houve um aumento de quase 15 milhões de hectares, passando de 63 milhões para 78 milhões. Esse aumento significativo não se repetiu neste ano. Ou seja, não tivemos um mercado de expansão, apenas de reposição, considerando as condições climáticas, os juros elevados e os preços altos”, explicou.

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O ano tem sido bastante desafiador para o setor. A entidade mantém a previsão de uma retração de 25% ao final de 2024. “Esperamos que 2025 seja melhor, especialmente se o clima colaborar. Se a seca cessar e as chuvas retornarem em outubro, novembro e dezembro, poderemos ter um cenário mais favorável”, completou Estevão.

Exportações

De acordo com os dados apresentados pela Abimaq, as vendas externas de máquinas agrícolas caíram 2,9% em agosto em comparação a julho. No acumulado do ano, a redução é de 23,3%.

Tratores e colheitadeiras

As vendas internas de tratores e colheitadeiras caíram 29% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 29.390 unidades contra 41.392 comercializadas em 2023.

No mesmo período, as exportações de tratores e colheitadeiras registraram uma redução de 29,9%, totalizando 3.860 unidades contra 5.503 do mesmo período do ano passado.

Fonte: Máquinas e Inovações Agrícolas

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