Por George Guimarães
Segundo maior segmento de veículos de passeio do mercado brasileiro, atrás somente dos SUVs, as vendas de hatches pequenos estão crescendo o dobro da média do mercado total em 2024.
De janeiro a maio, foram negociados 200,1 mil veículos da categoria, 31,5% a mais do que em igual período do ano passado, enquanto o mercado total evoluiu 15,8%. Na mesma comparação, os licenciamentos de SUVs chegaram a 326,4 mil, 16% a mais.
Com esse desempenho, os hatches pequenos aumentaram a fatia de mercado e representam agora 29,2% dos licenciamentos de automóveis de passeio, ante 25,8% de um ano antes, e diminuíram a diferença para os utilitários esportivos — ainda assim gigante, de 18 pontos, já que os SUV vêm sustentando mais de 47% dos emplacamentos.
De qualquer forma, é a maior participação desde 2020, quando os hatches pequenos detiveram 29,4% ao longo dos doze meses, mas perderam pela primeira vez, após seis anos, a condição de maior segmento para os utilitários esportivos que chegaram então a 32% e desde então seguem na ponta.
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A Fenabrave enumera uma dúzia de modelos como hatches pequenos e com vendas mais representativas. O líder Volkswagen Polo, com 48,2 mil unidades até maio, é também o carro de passeio mais vendido do mercado interno, repetindo o feito de 2023.
Chevrolet Onix e Hyundai H20 vêm imadiatamente atrás com 34,7 mil e 32,9 mil licenciamentos, respectivamente — e igualmente replicam as posições nas quais encerraram o ano passado.
Novatos e elétricos
A mudança mais relevante em 2024 é a presença dos elétricos BYD Dolphin e Mini Dolphin. Sétimo e oitavo colocados no ranking de cinco meses, com 8,1 mil e 7,7 mil unidades negociadas, nesta ordem, deixaram para trás Peugeot 208 (7,5 mil) e ainda mais distante o Honda City (4,4 mil).
O Dolphin só não encerrou o período na sexta colocação por meras 51 unidades a mais do Citroën C3 que chegaram às ruas. Em maio, contudo, o representante francês foi “engolido” pelo Dolphin Mini, que superou 3,1 mil unidades contra 1,5 mil do C3.
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Da lista de doze modelos do segmento, os carros da BYD são os únicos a não disporem de motores movidos a combustão ao lado do 11º colocado GWM Ora, também elétrico movido a bateria e que acumulou 3,1 mil unidades em cinco meses.
O Dolphin chegou ao Brasil exatamente um ano atrás e o Dolphin Mini acaba de completar quatro meses nas revendas. O bom posicionamento de ambos em tão pouco tempo reflete, de um lado, a aceitação dos elétricos e da própria marca e, de outro, as dificuldades de alguns concorrentes de sustentarem vendas e participação.
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Além naturalmente dos estreantes da BYD e Ora 03, somente três hatches tiveram crescimento frente aos emplacamentos colhidos de janeiro a maio de 2023. E o Polo, com avanço robusto de 73%, fo io único que superou o crescimento médio do mercado.
Fiat Argo, com avanço de 28%, quase chegou lá e a Hyundai pode, digamos, comemorar 20% de evolução do HB20. Chevrolet Onix e Toyota Yaris repetiram os resultados e os quatro modelos restantes tiveram recuo de vendas.
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Os negócios com o Citroën C3 encolheram 3%, enquanto Honda City e Renault Sandero acumularam quedas expressivas de 24% e 26%, respectivamente.
O Peugeot 208 vendeu 15% menos, mas pode creditar uma parte do encolhimento, como importado que é, à lentidão no processo para ingressar no País por conta da”operação tartaruga” dos funcionários do Ibama e que se estende há meses.
Fonte: AutoIndústria – Foto: Divulgação