A venda de automóveis e comerciais leves usados alcançou, em março, 782,4 mil veículos, o que representa alta de 28,9% sobre fevereiro. O crescimento em relação ao mês anterior era esperado pelo maior número de dias úteis, mas a média diária de transferências também cresceu e passou de 31,9 mil para 35,6 mil entre o segundo e o terceiro meses do ano. A análise de março mostra ainda que para cada automóvel zero-quilômetro emplacado foram negociados 6,1 de segunda mão.
No acumulado do ano, as transações de veículos leves usados somaram pouco mais de 2 milhões de unidades, mas registraram queda de 24,7% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Os números foram divulgados na quinta-feira, 7, pela Fenabrave, entidade que reúne as associações de concessionários. A retração ocorre por motivos como a base de comparação elevada e também a redução na oferta de crédito.
Só ônibus crescem no acumulado
O mês de março teve 4 mil ônibus usados negociados e anotou alta de 30,3% sobre fevereiro. Do segundo para o terceiro mês, a média diária de transferências subiu de 161 para 181 unidades. Para cada ônibus novo emplacado em março foram vendidos 2,2 usados. No acumulado do ano, as transferências somaram 9,4 mil ônibus usados, o que representa a única alta trimestral entre todos os segmentos: 5,1% sobre iguais meses de 2021.
Mercado de caminhões novos afeta usados
Como em todos os segmentos, a transação de caminhões usados também cresceu em março, com 27,2 mil unidades, 28,3% a mais que no mês anterior. A média diária aumentou de 1,1 mil para 1,2 mil transferências. Mas a taxa de usados versus novos em março se manteve estável em de 2,7 para 1.
Já os 68,8 mil caminhões de segunda mão negociados no trimestre indicam queda de 25,3% na comparação interanual. De acordo com a Fenabrave, a dificuldade de as montadoras entregarem caminhões novos por falta de componentes eletrônicos e até pneus estaria comprometendo as transações de usados. A maior dificuldade em financiar também atinge os compradores desses veículos de carga.
Menor queda trimestral é das motos
As transferências de motos de segunda mão alcançaram 259,8 mil unidades em março. O crescimento sobre fevereiro foi de 32,5%, o maior entre todos os tipos de usados. A média diária de vendas saltou de 10,3 mil para 11,8 mil do segundo para o terceiro mês.
Já a taxa de usadas versus novas foi baixa, 2,4 para 1, porque o mês de março também teve um bom número de motos zero-quilômetro entregues – mais de 110 mil, o melhor resultado mensal desde dezembro.
Para o trimestre, os números da Fenabrave informam 650,4 mil usadas negociadas. A comparação com iguais meses de 2021 indica a menor retração de todos os setores (-16,5%). A base de comparação elevada e a menor oferta de crédito também prejudicaram o setor neste início de 2022.
Fonte: Automotive Business