Emplacamentos caíram 15% com 915,5 mil unidades, mas resultado foi prejudicado por falta de produtos (PEDRO KUTNEY, AB)
O mercado de motos terminou 2020 em aceleração sobre rampa ascendente, com forte aumento da demanda de pessoas em busca de transporte individual mais seguro ou para o trabalho de entregas, dois fatores impulsionados pela pandemia de coronavírus que surpreenderam a indústria. As fábricas venderam tudo que produziram e tudo indica que o ano poderia ter fechado com mais de 1 milhão de motos vendidas se a produção no polo de Manaus (AM) não tivesse sido interrompida por prevenção à disseminação da Covid-19 por longos períodos que variaram de um a mais de dois meses, dependendo do fabricante. Durante o ano, não foram poucas as reclamações de consorciados contemplados que estão há mais de quatro meses à espera de suas motos.
Segundo números divulgados na terça-feira, 5, pela Fenabrave (associação dos distribuidores autorizados) com base nos dados do Renavam, no ano passado foram emplacadas 915,5 mil motos no País, número que ficou 15% inferior do registrado em 2019, ou 162 mil unidades abaixo das pouco mais de 1 milhão de motocicletas vendidas no ano anterior, o que equivale a menos de dois meses de produção em tempos normais – justamente o que faltou produzir em 2020. Em dezembro, as 98.831 motos novas licenciadas representaram crescimento tanto em relação a novembro (+10,5%) quanto ao mesmo mês de 2019, com alta de 5%.
Com esses resultados, o ano das motos fechou melhor do que a Fenabrave projetava em outubro passado, quando a entidade estimava queda de 17,7%, com 887,3 mil emplacamentos. Em nova projeção para 2021 divulgada na terça-feira, a entidade prevê que o mercado deverá voltar a superar a marca de 1 milhão de unidades, com crescimento de 17,6% sobre 2020 e a venda de 1,07 milhão de motos, o mesmo número de 2019.
“Assim como os demais segmentos, as motos sofreram com a queda na produção local e na importação de peças e componentes, em função da pandemia. No entanto, ao contrário de outros anos, notamos que houve boa oferta e aprovação de crédito, com taxas de juros razoáveis, o que favoreceu e continua estimulando o aumento de demanda, gerada pela utilização de motocicletas como transporte individual e para serviços de entrega”, avalia Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave.