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Veículos chineses representam 6% das vendas e Anfavea fala em desindustrialização

Importações têm nova alta e Anfavea reclama de “desequilíbrio competitivo” para atacar volume de carros vindos do país asiático

07/07/2025

Por Fernando Miragaya

As importações de veículos chineses são um fantasma que nem exorcista do Vaticano parece dar jeito. No balanço da indústria no semestre, a Anfavea voltou a chamar a atenção para o volume de carros vindos do país asiático e fala em risco de desindustrialização.

Segundo os números informados pela associação que representa as fabricantes de veículos no país, no semestre as importações somaram 228 mil unidades. Alta de 16% em relação à primeira metade de 2024.

Desta forma, no geral, as importações de veículos evoluíram 15%. Enquanto os nacionais tiveram queda de 10% no mesmo período.

Importações de veículos respondem por 1/5 dos emplacamentos

Dentro deste volume, a importação de veículos chineses superou as 70 mil unidades no janeiro-junho de 2025. O número representa crescimento de 37,2% ante igual recorte de 2024.

Com isso, os veículos importados fecharam o semestre com 19% de participação nos licenciamentos gerais do mercado. Só os chineses, de acordo com a Anfavea, representaram 6%.

“Há um esequilíbrio competitivo em prol das importações no país. Os emplacamentos no varejo estão sendo capturados pelo produto importado”, ressalta Igor Calvet, presidente da Anfavea.

“O que pode estar por trás desse dado é um processo, que pode ser mais aprofundado, de desindustrialização, de perda de empregos, de menor consistência de nossa cadeia de fornecedores”, completa.

O executivo também chamou a atenção para o estoque de 111 mil carros eletrificados.

“Esse estoque mexe com o mercado. Assim como aconteceu no segundo trimestre do ano passado, por causa do reajuste do imposto de importação, os estoques aumentaram. A novidade é que os emplacamentos de eletrificados não têm acompanhado o ritmo de importação”.

Argentina em alta, México em queda

A Argentina segue como o primeiro país em volumes importados no semestre. Do principal parceiro comercial do Brasil vieram mais de 102 mil carros, 13,6% a mais que no primeiro semestre do ano anterior.

Da Alemanha vieram 13 mil unidades (+13%), do Uruguai foram importadas mais de 8 mil (+31%) e da Tailândia, 3,8 mil (+27,8%). Já o México segue em rimo negativo, com 15 mil veículos mandados para cá, queda de 31% em relação aos seis meses iniciais de 2024.

Fonte: Automotive Business

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