Os resultados do varejo, em março, surpreenderam positivamente, mas parecem ainda estar muito influenciados pela menor base de comparação do ano passado.
A tendência para o restante do ano continua sendo de desaceleração, terminando o ano com crescimento de 1,3%, em função do elevado desemprego, da corrosão do poder de compra das famílias, provocada pela inflação, e das condições de crédito menos favoráveis.
A intensidade dessa desaceleração poderia ser mitigada, contudo, pelos efeitos positivos da injeção de recursos provenientes do saque do FGTS e da antecipação do 13º de aposentados e pensionistas, além daqueles decorrentes do aumento na ocupação no setor de Serviços e da redução de 35% no Imposto sobre produtos industrializados (IPI).
Os volumes de vendas do varejo restrito (que não incluem veículos e material de construção) e do ampliado (que consideram todos os segmentos) mostraram, em março, crescimentos de 4,0% e 4,5%, respectivamente, em relação a igual mês de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado em 12 meses, os volumes comercializados também aumentaram em 1,9% e 4,4%, respectivamente, mantendo estabilidade em relação à leitura anterior.
Esses resultados positivos, apesar de superarem as expectativas dos analistas de mercado, ainda se encontram “inflados” pela menor base de comparação do começo do ano passado, período em que ainda vigoravam as restrições ao funcionamento do comércio.
Nesse contexto, as maiores expansões foram observadas nas vendas de tecidos, vestuário e calçados; livros, jornais, revistas e papelaria; e equipamentos e material de escritório, informática e comunicação.
O único segmento que apresentou contração foi o de super e hipermercados, cujo volume comercializado foi afetado negativamente pelas fortes elevações dos preços dos alimentos.
Fonte: Diário do Comércio – Imagem: Zé Carlos Barretta/DC