Na hora de optar por um ou mais shoppings digitais para alocar e vender seus produtos, o varejista deve avaliar a conveniência de duas diferentes modalidades de plataformas: as segmentadas e as generalistas. No campo das segmentadas, que concentram em seu portfólio produtos pertencentes a uma única categoria/nicho, ninguém tem, no aftermarket automotivo, tanta relevância e capilaridade junto aos stakeholders do setor como o Canal da Peça.
• Canal da Peça
Criada em 2014, a startup se consolidou com um hub de negócios que reúne os quatro principais elos do aftermarket ao:
– aproximar indústria e varejos, permitindo que as lojas se tornem espécies de ‘vendedores credenciados’ das marcas fabricantes;
– dar alcance e divulgação aos produtos de distribuidores e varejistas;
– facilitar o trabalho de busca oferecendo ferramentas para que o reparador possa comparar preços e condições de negócio no momento da compra das peças de reposição.
Para manter o status de confiabilidade, no entanto, o Canal da Peça inseriu filtros mais densos do que a média do mercado, sobretudo na comparação com os ‘generalistas’, priorizando a entrada de varejistas já com algum tipo de reputação prévia no mercado, elemento que pode se tornar uma barreira para empreendedores iniciantes do setor. “Nós recrutamos somente autopeças que possuem reputação em sua área de atuação e que garantem a procedência e originalidade das peças que comercializam”, destaca Fábio Juliato, diretor da empresa.
Já no campo dos generalistas, isto é, que concentram em seu portfólio produtos das mais variadas categorias, os ‘tubarões’ do comércio eletrônico nas Américas – o Mercado Livre e a Amazon – são também os principais players do segmento de autopeças no Brasil.
• Mercado Livre
Maior marketplace da América Latina, tem desde 2014 as autopeças como seu principal produto. Elas representam cerca de 15% das vendas de toda a plataforma – gerando um faturamento de cerca de R$ 3 bilhões de reais na média dos últimos três anos. Essa escalabilidade do Mercado Livre se ancora em uma política ‘de menos fricção para o cadastramento dos lojistas’ adotada pela empresa para atrair o maior volume possível de varejistas. Nesse sentido, a plataforma não exige o cadastramento de um CNPJ do vendedor, algo corriqueiro na maioria dos marketplaces, bem como não imprime nenhum tipo análise prévia para aprovação do cadastro.
Membro da plataforma, Flávio Ramos, diretor da Ramos & Copini, explica os passos a serem seguidos pelos varejistas interessados em vender no Mercado Livre. “Basta abrir uma conta no Mercado Livre e começar anunciar os produtos, sempre presando pela qualidade dos anúncios, com atenção para oferecer uma descrição completa, um título com palavras-chaves mais buscadas e fotos de qualidade. Conforme as vendas forem acontecendo, a empresa vai ganhado relevância dentro do Marketplace”, orientou Ramos, antes de pontuar alguns cuidados a serem adotados: “É importante sempre seguir todas as regras para não receber punição, responder as perguntas e fazer o envio imediato dos produtos”.
• Amazon
Depois de chegar ao mercado brasileiro de maneira ainda tímida no ano de 2012 – restringindo seu portfólio de produtos ao segmento de livros até 2017 –, a Amazon intensificou investimentos no país ao longo do último biênio e, apoiada na reputação de ‘maior marketplace do mundo’ e na excelência operacional, já se consolida como um dos nossos principais players.
De olho na representatividade das autopeças no faturamento de seu principal concorrente, o Mercado Livre, bem como ratificando seu interesse no mundo da mobilidade, a Amazon dedica um espaço amplo para o setor automotivo e as autopeças em seu site. Para anunciar no marketplace da gigante estadunidense, porém, o varejista encontra condições mais restritivas na comparação com o Mercado Livre – tendo de passar por uma análise antes da aprovação de seu cadastro de vendedor (obrigatoriamente cadastrando seu CNPJ), bem como pagando uma espécie de ‘taxa fixa de locação do espaço’ junto das comissões usuais a serem pagas a cada venda (12% para peças e acessórios automotivos; 10% para pneus e rodas).
Canal da Peça cobra 12% por transação
Fábio Juliato, diretor do Canal da Peça, explica como os varejistas de autopeças devem fazer para vender no marketplace
Novo Varejo – Como o varejista de autopeças pode vender seus produtos no marketplace do Canal da Peça?
Fábio Juliato – É muito fácil e descomplicado, basta o seller acessar www.clubecdp.com.br e preencher o formulário para darmos início à loja online. A partir do cadastro, um consultor especializado entrará em contato com o seller para conduzir o lojista em três passos simples para o início das vendas no Canal da Peça. Além disso, o lojista usufrui do maior e mais organizado catálogo de autopeças do Brasil. Isso só é possível no Canal da Peça, porque a nossa equipe de engenheiros, juntamente com os fabricantes, é quem cadastra os produtos permitindo que os lojistas tenham mais tempo para administrar as vendas, ao invés organizar dados de aplicação ou fotografias de produtos.
NV – Quais são as condições para fazê-lo? O varejista passa por uma análise antes de ser aprovado?
FJ – O Canal da Peça é um marketplace especializado do setor de autopeças e, portanto, não tem uma característica generalista. Nós recrutamos somente autopeças que possuem reputação em sua área de atuação e que garantem a procedência e originalidade das peças que comercializam.
NV – E quanto aos valores? É preciso pagar uma taxa inicial para o ingresso na plataforma ou o pagamento é feito estritamente a partir de taxas no valor da venda do produto?
FJ – O Canal da Peça é onde os apaixonados por mecânica se encontram para fazer negócios. Não há cobrança de taxas de adesão ou mensalidade. A única cobrança que existe é a taxa de transação de 12%.
NV – Vocês sentiram um aumento da demanda por parte de varejistas de autopeças querendo entrar na plataforma durante a pandemia e o ‘boom’ do e-commerce?
FJ – O nosso crescimento é constante e notório, o que nos proporciona a maior audiência digital do setor e a maior comunidade digital de profissionais. A pandemia acelerou muito a procura dos varejistas pelo Canal da Peça, pois recebemos centenas de milhares de visitas de mecânicos em nosso marketplace e em nossas mídias sociais. E, sobretudo, porque a especialização do Canal da Peça permite uma excelente experiência de navegação, catálogos completos e precisos, além de uma equipe de atendimento para apoiar o seller e o mecânico por chat, e-mail ou telefone
Além da comissão de 12% para autopeças, Amazon cobra taxa de R$ 19 para vendedores profissionais
Em conversa exclusiva com o Novo Varejo, Ricardo Garrido, diretor de Marketplace da Amazon, detalhou valores e condições oferecidas para lojistas interessados em ingressar na plataforma
Novo Varejo – Gostaria que você falasse sobre o processo de entrada do varejista no marketplace da Amazon. Que etapas ele deve percorrer? Quais são as condições?
Ricardo Garrido – O processo de inscrição é bem simples e intuitivo. Todas as informações necessárias estão na página ‘Venda na Amazon’, mas também disponibilizamos canais de atendimento para auxiliar quem quer se juntar à Amazon e passar a vender conosco. Sobre o funcionamento, a Amazon oferece dois tipos de planos: o profissional e o individual. O plano profissional é para quem planeja vender mais de 10 itens por mês. Quem se inscrever neste plano tem hoje três meses gratuitos e depois passa a pagar uma taxa de R$19 por mês, mais comissão. O plano individual é para pessoas que querem vender, no máximo, 10 itens por mês. Aqui, há uma taxa de R$2 por item, mais comissão. Novo Varejo – Qual é a comissão na venda das autopeças?
Ricardo Garrido – Para peças e acessórios automotivos, a comissão é de 12%. Para pneus e rodas, a comissão é de 10%, sendo a comissão mínima no valor de R$1,00 em ambas as categorias.
NV – Qual foi o impacto da pandemia e da aceleração digital durante o período nas estratégias e resultados da Amazon?
RG – Não podemos entrar em detalhes sobre segmentos ou setores, mas, de uma forma geral, a situação em que a pandemia colocou o mundo todo, com as restrições de circulação e de funcionamento de estabelecimentos físicos, criou uma demanda natural do varejo em começar a vender online, ou a reforçar as estruturas digitais para vender mais e melhor pela internet. O que a Amazon fez foi dar todo o suporte para que o tipo de negócio que foi mais afetado pela pandemia – pequenos, médios ou grandes – fizesse essa transição de forma rápida e simples. Criamos, por exemplo, a isenção de taxa por três meses no plano profissional. Iniciamos uma série de ações educativas que ajudam os lojistas a criar suas lojas e a melhorar a performance de vendas pela Amazon.
Fonte: Novo Varejo