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Tratores pequenos e médios ganham espaço no mercado brasileiro

Grandes marcas têm investido nessa categoria de tratores devido à sua ampla aceitação em diversos tipos e portes de produção agrícola

Por Ana Machado

A indústria de máquinas agrícolas investe cada vez mais no lançamento de tratores pequenos e médios. Isso porque essas categorias, que chegam até 200 cv, têm boa aceitação nos mais diversos tipos e portes de produção agrícola, desde as pequenas até as grandes propriedades.

Além disso, os modelos também são muito úteis para operações na agricultura de precisão, pois podem ser equipados com modernos sistemas de GPS e piloto automático, por exemplo. Dessa forma, eles se tornam ideais para operações como cultivo em fileiras estreitas, aplicação de fertilizantes e pesticidas em áreas específicas, e até mesmo para a colheita seletiva.

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Outro ponto importante é que, ao lançar equipamentos dessas categorias, a indústria não capta apenas a atenção dos pequenos agricultores, mas de todo o agronegócio.

“Costumo dizer que não existe um trator específico para o pequeno, médio ou grande produtor. Isso porque o modelo não pode ser atrelado exclusivamente ao tamanho da propriedade e, sim, à atividade desenvolvida”, afirma Astor Kilpp, gerente de Marketing e Vendas da LS Tractor.

Para ilustrar, ele conta que um dos maiores produtores de soja do Brasil tem mais de 50 unidades do modelo U60 da marca, um trator pequeno, de apenas 65 cv, que é usado para diversas tarefas de apoio.

Principais características de tratores pequenos e médios
Versatilidade:

Tratores dessas categorias, especialmente os de pequeno porte, são projetados para lidar com uma grande variedade de aplicações, desde o preparo de solo e plantio até a colheita, inclusive no transporte da produção e manutenção do terreno.

Manobrabilidade:

Os tratores pequenos e médios são menos pesados que os modelos de grande porte, o que permite mais agilidade para operar em espaços apertados para manobras, como em pomares e até mesmo em estufas.

Dimensões compactas:

Os modelos têm tamanho reduzido, o que facilita o tráfego em áreas com espaço limitado, como nas plantações de café e de fumo, e em áreas de hortifrutigranjeiros e viticultura, onde há não apenas restrição de largura como também de altura.

Compatibilidade com diversos implementos:

A potência mecânica desses tratores permite o tracionamento de arados, subsoladores, semeadoras, plantadeiras, adubadoras entre outros muitos implementos e acessórios agrícolas.

O modelo R50 da LS Tractor, por exemplo, tem um motor 50 cv, com quatro cilindros e três opções de tomada de força, que é aquele dispositivo para acionar um implemento que precisa de movimento, além de contar com uma transmissão de 32 velocidades.

Uma observação importante, segundo Astor Killp, é que até hoje existem tratores de 150 cv que não possuem essa gama de velocidade. A marca decidiu oferecer essa quantidade de opções pensando justamente no pequeno produtor, que geralmente tem um único trator para desempenhar diversas tarefas e, para cada uma, ele precisa de uma velocidade específica.

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O especialista em marketing de produto da Mahindra, Gilberto Dutra, complementa a lista de características fundamentais dos tratores pequenos e médios ressaltando a simplicidade operacional e a grande capacidade de adaptação a diferentes terrenos e condições.

“Quando são combinadas, essas características fazem dos tratores pequenos e médios ideais para uma grande variedade de tarefas agrícolas, atendendo às mais distintas necessidades dos produtores rurais”, pontua o executivo da Mahindra.

Tratores pequenos e médios ganham cada vez mais espaço no mercado brasileiro
Três benefícios econômicos e operacionais de tratores pequenos e médios
  1. Custos mais baixos de aquisição: quando comparados aos tratores de grande porte, acima de 200 cv, os pequenos e médios apresentam preços mais atrativos e, muitas vezes, tem parte do valor de compra subsidiado pelo governo.
  2. Consumo de combustível mais eficiente: os modelos oferecem potência e torque adequados para a realização de diversas tarefas de forma eficiente, o que ajuda a diminuir o consumo de combustível.
  3. Menor impacto ambiental: por serem mais leves, máquinas agrícolas menores diminuem a compactação do solo, permitindo operações agrícolas mais eficientes e sustentáveis.
Tendências no mercado de tratores pequenos e médios

No mercado desse tipo de tratores, diversas tendências vêm surgindo no que diz respeito a avanços em tecnologia, e a principal delas é a conectividade.

Tratores pequenos e médios ganham cada vez mais espaço no mercado brasileiroNa Agrishow 2024, a John Deere anunciou que tratores de pequeno porte passariam a sair de fábrica já com conectividade. Além disso, a companhia introduziu recentemente no Brasil os pacotes PUK (Precision Upgrades Kits). Eles permitem que tecnologias avançadas sejam incorporadas em equipamentos mais antigos e até mesmo em máquinas agrícolas de outros fabricantes. Essas medidas fazem parte da estratégia da marca em conectar 1,5 milhão de máquinas até 2026.

“A conectividade promove práticas agrícolas mais sustentáveis e aumenta a rentabilidade das operações. Atualmente, no Brasil, são mais de 22 milhões de hectares conectados ao John Deere Operations Center, juntamente com 43 Centros de Soluções Conectadas (CSC). Mais de 85% dos serviços são realizados de forma remota ou têm início dessa maneira através desses Centros. Essa abordagem híbrida/remota reduz, em média, 60% do tempo necessário para atendimento ou reparo”, pontua Marcos Cassol, gerente de Marketing Tático para Culturas Especiais da John Deere Brasil.

Além da conectividade, Astor Kilpp, da LS Tractor, ressalta que para tornar os tratores de pequeno e médio portes mais eficientes, é preciso que os sistemas de transmissão sejam igualmente eficientes, ou seja, que conduzam o movimento com o mínimo de perda de energia.

“Acredito que todo equipamento vai passando por uma evolução natural e as novas tecnologias vão seguir este percurso: investimento em soluções de transmissão e motores com maior capacidade de geração de potência e menor consumo de combustível”, conclui.

Fonte: Máquinas & Inovações Agrícolas

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