“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Ter carro no Brasil custa caro

11/04/2022

Há exatos dois anos a vida de todos nós começava a virar de cabeça para baixo. Em dezembro de 2019, quando apurávamos as expectativas para o ano seguinte – que, aliás, eram bastante otimistas – ninguém imaginava a dimensão do problema que estava à nossa espera apenas três meses à frente. Pertencemos a uma geração que jamais havia enfrentado uma pandemia. Embora todos soubéssemos do que se tratava, vivenciar a crise na pele é muito diferente de conhece-la apenas pelos livros. De lá para cá não foi apenas o tempo que passou. No momento em que este texto estava sendo digitado, 659.570 vidas haviam sido perdidas para a covid-19. Sem meias palavras, uma tragédia. Hoje, ao que tudo indica, parece que estamos entrando no ansiosamente esperado período pós-pandemia.

É verdade que o vírus vai continuar o processo natural de mutação e, portanto, ninguém pode assegurar que o futuro será livre de novas ondas da doença. Mas já nos livramos das máscaras e do isolamento social. Quando tudo parecia caminhar para um desfecho agora favorável, eis que surge do pântano o ex-burocrata da KGB com complexo de James Bond do leste europeu para iniciar um massacre a seres humanos inocentes apenas a fim de saciar seus devaneios de dominação global e afastar a “eterna ameaça” do ocidente imperialista. Não nos cabe aqui aprofundar qualquer discussão sobre política internacional, mas o fato é que a guerra atingiu o mundo todo, ainda que, evidentemente, em proporções infinitamente menores que a Ucrânia. Naquilo que nos diz respeito nesta publicação, tanto a invasão russa quanto a pandemia deixaram rastros de consequências no aftermarket automotivo brasileiro.

Aceleração digital e desabastecimento de certos componentes automotivos, como os semicondutores, são duas entre as principais. Mas uma outra tem impactado cada vez mais os brasileiros em sua mais sensível geografia corporal: o bolso. Ano passado já tivemos de conviver com uma inflação real na casa dos 30%, algo que reduziu em proporções estupefacientes o poder de compra dos brasileiros. E em 2022, com o acréscimo da guerra às já desequilibradas cadeias produtivas de nosso tão maltratado planeta, os desafios vêm se acumulando e, entre eles, desponta de novo o aumento no custo de vida – no que nos concerne, especificamente o custo para usar e manter o carro. Uma das transformações promovidas pela pandemia foi a prioridade dada por muitas pessoas ao transporte individual.

Outros tantos trocaram trens e ônibus por carros de aplicativos. Mas, hoje, usar e manter um automóvel está cada vez mais caro. Motoristas de Uber e 99 Táxi devolvem seus veículos e buscam atividades mais rentáveis. A venda de carros cai em razão inversamente proporcional à comercialização de motos. Tudo isso traz preocupação ao mercado de reposição automotiva. Leia mais na edição 356 do Novo Varejo Full Digital.

Fonte: Novo Varejo

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