A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, proibiu a inclusão de ônibus novos movidos a diesel na frota da capital paulista. Com a regra, as empresas que possuem contrato com a gestão municipal para atuar no transporte público serão obrigadas a investir em veículos de novas propulsões. Os ônibus em operação podem permanecer até o fim da vida útil, que é de 10 anos, pela legislação da cidade.
Segundo a prefeitura, o objetivo é cumprir seu programa de metas climáticas, que estabelece que 20% da frota de ônibus da cidade seja composta por modelos elétricos até o fim de 2024. A Lei Municipal de Mudanças Climáticas também cobra a redução de emissões de gás carbônico em 50% até 2028.
A informação sobre a nova regra foi publicada pelo Diário do Transporte, que teve acesso à circular que a Prefeitura distribuiu às empresas operadoras do transporte sobre o tema.
Corrida contra o tempo para cumprir meta
Atualmente, a cidade conta com frota de 13.806 ônibus e somente 2% são elétricos, de acordo com estatísticas da SPTrans.
Distante da meta, agora a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) corre contra o tempo para compensar o atraso. Isso porque os planos foram suspensos durante a pandemia de covid-19, que afetou as demandas da indústria de ônibus entre 2020 e 2022.
Além disso, os contratos vigentes com as empresas desde 2019 já previam uma frota menos poluente, mas sem estipular a tecnologia que os veículos deveriam ter.
As operadoras do transporte também alegam várias dificuldades na migração dos veículos a diesel para os eletrificados, como o custo de aquisição dos novos modelos, falta de infraestrutura nas garagens e tempo de recarga das baterias.
Fabricantes negociam entrega de ônibus elétricos
Por outro lado, as fabricantes de ônibus têm a ganhar com as novas regras. Algumas montadoras negociam a venda de veículos elétricos com o poder público.
A Mercedes-Benzirá entregar parte de um lote de ônibus elétricos para integrar o transporte público da cidade de São Paulo até 2023. O modelo eO500U, com autonomia de 250 km e alimentado por quatro pacotes de bateria, é o primeiro coletivo urbano eletrificado produzido no Brasil.
Enquanto a Marcopolo pretende fornecer unidades do seu primeiro ônibus elétrico com chassi próprio para a capital e outros municípios. Segundo Renato Machado Florence, gerente de engenharia, desenvolvimento e planejamento da Marcopolo, os gestores públicos se mostraram “bastante interessados” no novo produto da empresa.