Por Alzira Rodrigues
Ao divulgar déficit de US$ 2,5 bilhões no primeiro bimestre deste ano, o Sindipeças deixa claro em seu relatório da balança comercial que a taxação extra de 25% anunciada pelo governo de Donald Trump nas importações de veículos e autopeças é a grande preocupação do setor este ano.
O Brasil exportou US$ 1,3 bilhão em componentes automotivos para os Estados Unidos no ano passado, o que representou 17,5% das exportações brasileiras, ficando atrás apenas da Argentina (34,6%).
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As vendas para o país estadunidense este ano estão praticamente estáveis – US$ 213,4 bilhões exportados no primeiro bimestre, ante os US$ 212,2 bilhões do mesmo período de 2024, mas em fevereiro já houve uma desaceleração dos negócios. Foram embarcados US$ 106,8 milhões, recuo de 11% sobre janeiro (US$ 120 milhões).
O Sindipeças informa que entre as autopeças que poderão ser sobretaxadas pelos Estados Unidos estão os motores, transmissões, peças do trem de força e componentes elétricos.
Nesse contexto, a taxa extra de 25% “fundamenta as preocupações setoriais acerca do futuro das relações comerciais e dos impactos na economia brasileira”, relava o Sindipeças.
De qualquer forma, a entidade admite que o cenário doméstico com juros altos e câmbio ainda em patamares historicamente elevados ao longo do ano pode gerar uma redução nas importações de autopeças e uma expansão das exportações para novos mercados em 2025, “compensando parcialmente os efeitos negativos da taxação dos EUA”.
O déficit de US$ 2,5 bilhões do primeiro bimestre reflete alta de 24,6% nas importações, que atingiram US$ 3,7 bilhões no período, e evolução insignificante de 0,5% nas exportações, com venda de US$ 1,2 bilhão para outros países.
Exportações de autopeças brasileiras
País 1º bimestre 2025 1º bimestre 2024 Var. (%) Part. (%)
ARGENTINA 470.508.782 364.930.195 28,9 39,9
EUA 213.443.035 212.256.495 0,6 18,1
MÉXICO 90.452.964 142.357.143 -36,5 7,7
ALEMANHA 64.226.509 75.289.904 -14,7 5,4
Fonte: AutoIndústria
