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Sobe e desce das marcas automotivas: 5 movimentos do mercado de leves até setembro

07/10/2022

Outubro inaugura o último trimestre do ano, período em que historicamente o desempenho comercial do setor de veículos costuma ser melhor do que os demais. Pelos próximos e derradeiros meses, concessionárias e montadoras deverão trabalhar duro para reverter a queda de 4,8% nas vendas acumuladas até setembro, na comparação com mesmo período em 2021.

Não será fácil, como não tem sido pelo menos até agora. Descompasso na entrega de veículos novos por parte das montadoras, por causa da falta de componentes, e questões econômicas, como crédito restrito e juros altos, são entraves à compra de veículos zero quilômetro que ainda persistem.

Todos esses fatores acabaram também influenciando no comportamento de vendas de cada marca ao longo dos nove meses do ano. Algumas conseguiram manter a posição no ranking das vendas, enquanto que outras despencaram. Teve também quem conseguiu se manter no topo, e quem não subiu nem desceu.

1- Fiat sustenta liderança mesmo com leve queda

A Fiat manteve-se firme na primeira colocação do mercado ao longo dos três primeiros trimestres de 2022, posição que conseguiu consolidar desde o ano passado. Até setembro, foram emplacadas 304 mil unidades da marca controlada pela Stellantis, um volume que mesmo sendo 9,3% menor do que aquele visto no ano passado, foi o suficiente para manter a posição de líder no mercado.

Nem a perda de 0,9 ponto porcentual em fatia de mercado interferiu no desempenho da marca e existem alguns fatores que colaboraram para isso. Um deles, por exemplo, foi uma maior disponibilidade de produto na ponta do que as demais concorrentes: a Stellantis foi uma das montadoras que menos interrompeu a produção no país por causa da falta de componentes, garantindo um fluxo regular na entrega de veículos à rede concessionária.

Afora isso, a empresa fez importantes lançamentos recentemente com a marca Fiat, como a picape Strada, que recebeu novas versões este ano, e o cupê urbano Fastback, novidade apresentada pela empresa em setembro. O desempenho comercial da picape vem sustentando as vendas da companhia, e o “efeito lançamento” do SUV-cupê tem potencial para anabolizar as vendas nos próximos meses.

2- Peugeot foi a marca que mais ampliou as vendas

Outro desempenho comercial interessante entre as 10 marcas que lideraram o mercado no Brasil diz respeito a outra marca da Stellantis, no caso, a Peugeot. De acordo com dados do Renavam divulgados pela Fenabrave, foram licenciadas no acumulado dos nove meses 32,5 mil unidades, o que representa alta de 63% sobre o volume da marca licenciado em igual período em 2021.

Além de ter sido a maior taxa de crescimento de janeiro-setembro, a marca conseguiu conquistar 0,9 ponto porcentual em fatia de mercado no período, chegando a 2,3% de market share. A fórmula do crescimento aqui é similar ao observado em sua irmã Fiat: lançamentos realizados no ano impulsionaram as vendas da marca.

3- Com produção mais estável, Chevrolet também cresceu

Os licenciamentos de veículos da Chevrolet também foram significativos no janeiro-março, apontaram os dados do Renavam. No período foram emplacadas 203,6 mil unidades, alta de 26,5% na comparação com o desempenho visto no ano passado. O resultado levou a marca a ocupar o posto de segunda mais vendida no país, superando a Volkswagen, que no ano passado figurava nessa posição. Com o aumento, a empresa ganhou 3,7 pontos percentuais de participação, chegando a fatia de 14,6% – foi o maior salto em market share entre as 10 maiores marcas do mercado automotivo no período.

O desempenho da Chverolet até setembro pode ser considerado um grande marco na história recente da General Motors, que no ano passado conviveu com duro e longo período de estiagem por falta de componentes em parte de suas linhas produtivas, mais especificamente as da fábrica de Gravataí (RS), onde é produzido o compacto Onix. O modelo é o mais vendido da marca, com 60,5 mil unidades até setembro, o segundo mais vendido no país. O futuro pode ser ainda mais promissor com chegada da nova Chevrolet Montana, em 2023.

4- Situação inversa na Volkswagen

O que a General Motors viveu no ano passado em termos produtivos, a Volkswagen experimenta em 2022. Não foram poucas as vezes em que a montadora teve de recorrer às paradas programadas em suas linhas de produção por causa da falta de peças. A situação inevitavelmente acabou reverberando no desempenho de vendas de veículos VW no mercado brasileiro.

A marca alemã perdeu 2,4 pontos porcentuais de market share em setembro, caindo de 15,4% para 13% de participação. Em volume, os licenciamentos retrocederam 19,6% na comparação com aqueles registrados no janeiro-setembro de 2021, chegando a 182,4 mil unidades. A montadora, portanto, caiu da segunda para a terceira posição no ranking de vendas.

Com o lançamento do novo Polo, ocorrido este mês, a montadora pode ter um desempenho melhor nos próximos meses na esteira do efeito novidade que, geralmente, configura volumes de vendas adicionais.

5- Honda em queda livre

Se a Peugeot apresentou crescimento importante no janeiro-setembro nas vendas, a Honda percorreu caminho contrário ao registrar o maior porcentual de queda dentre as marcas mais vendidas no país. Até setembro, foram emplacadas 62 mil unidades, 35% a menos do que no acumulado dos nove meses do ano passado. Foi a maior queda entre as grandes fabricantes brasileiras.

Com o desempenho, a marca caiu da 8ª para a 9ª posição na lista dos mais vendidos, e viu sua participação de mercado retroceder de 4,2% para 2,9%. Afora as questões ligadas às linhas de produção e falta de peças, a montadora vive uma espécie de entressafra de produtos. O alento para se vender mais nos próximos meses é a renovação do seu line-up nacional, com a chegada do novo HR-V e um outro SUV médio ainda inédito.

Fonte: Automotive Business

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