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Shineray executa forte e planejada expansão no mercado brasileiro

Wendel Lazko, gerente geral de negócios da Shineray do Brasil conversou com o Agência AD Entrevista

10/10/2025

De janeiro a setembro foram emplacadas 94,2 mil motocicletas Shineray no mercado brasileiro, volume que chama atenção não só pelo crescimento de 80% sobre o mesmo período do ano passado como, também, pelo fato de a marca ocupar a terceira posição do ranking, superada apenas por Honda e Yamaha.

São resultados que impressionam e mantêm especialistas à espera de mais crescimento nos próximos anos. A empresa, com sede em Pernambuco, com operação no Porto de Suape, executa plano de expansão de sua rede: só neste ano duzentas lojas foram inauguradas. Para o ano que vem a meta é quase dobrar de tamanho, ampliando o alcance para as regiões Sul e Sudeste, onde ainda não está tão presente – seu forte, por enquanto, é o Norte e o Nordeste.

Wendel Lazko, gerente geral de negócios da Shineray do Brasil conversou com o Agência AD Entrevista sobre o planejamento de expansão e os planos para o portfólio. Acompanhe os principais trechos:

Wendel Lazko

A Shineray está em processo de expansão da sua rede. Até agosto quase duzentas novas lojas foram inauguradas. Por que este processo tão acelerado?

Não diria que o processo está acelerado: ele foi bem estruturado para chegar ao patamar de hoje. A expansão da rede Shineray começou aproximadamente dois anos atrás, com uma reestruturação. Nosso objetivo era que o cliente pudesse ter a segurança de comprar o seu produto e também todo um atendimento pós-venda nas lojas. E agora acabou conciliando, grandes investidores procuram a marca para fazer parte da rede, e muitos deles são do segmento, já têm a expertise de como montar uma loja. Isto acaba potencializando e fazendo com que o processo dê uma falsa impressão de que está acelerado, mas não: ele veio gradativamente nessa crescente e agora acabou ganhando mais destaque por ter estas pessoas com expertise, de estarem já dentro do negócio. Nós recebemos por dia mais de cem solicitações de abertura de loja. Aí fazemos análise do perfil de quem está querendo investir, do perfil da região, do potencial que ela tem… de uma forma muito criteriosa. Se fosse realmente de uma forma acelerada, estaríamos com quase o dobro de revendas abertas em território nacional.

Qual é a meta de revendas para 2025? E para 2026?

Para o fim deste ano colocamos a meta de chegar a cerca de quatrocentas revendas. Estamos com 330, 340 revendas padronizadas e muitos projetos, mais de 150 lojas em vias de serem inauguradas. Então é possível atingir esta meta para o ano. E todas as lojas com estrutura de vendas, pós-vendas e estoque de peças, não temos ainda apenas pontos de venda, como outras marcas. Para 2026 a meta é chegar a em torno de seiscentas a setecentas revendas, já começando a abrir pontos de vendas.

A maior parte das novas lojas está nas regiões Norte e Nordeste. Por que o foco nelas?

Como a Shineray é originária da Região Nordeste acabou impulsionando. Quando veio o processo de reestruturação elas acabaram entrando primeiro, tanto para quem já estava como para os novos. Então demos um pouco mais de foco para onde a marca nasceu. Mas estamos visando aos principais mercados, que são Sul e Sudeste. Se tudo der certo abriremos setenta revendas nas duas regiões até o fim do ano.

Acredito que esta expansão traga junto mais volume de vendas e modelos. Como está o desempenho da Shineray?

Estamos crescendo mês a mês, batendo recorde de vendas. A Shineray emplacava há dois anos em torno de 2 mil, 3 mil motocicletas por mês, e hoje estamos emplacando em torno de 11 mil a 13 mil. A tendência é manter o crescimento. A participação de mercado, que era de 1,4%, agora está na casa dos 6%. Este crescimento, bastante significativo, é decorrente da nossa reestruturação, das revendas com qualidade e profissionalismo.

Qual a projeção para vendas em 2025?

Até o fim do ano 144 mil motocicletas.

E lançamento de modelos, como está? Qual é o portfólio atual da Shineray?

Temos linhas de motocicletas a combustão e elétricas. Nosso foco, hoje, é 80% nos modelos a combustão e 20% nos elétricos. E os carros-chefe são os scooters, que começam pela Jet 50, passam pelos Phoenix, Rio, Urban, Shi. Depois temos modelos Jet com 750 cc, os Storm, os modelos custom. Cada modelo tem seu potencial de venda. Na Região Nordeste os scooters e as motocicletas de entrada de sobressaem, mas na região Sudeste as 150, 250 e até a Urban saem um pouco mais.

E esse portfólio está consolidado ou vocês estão com lançamento na manga?

Neste ano o grande lançamento foi a linha SBM, com a qual entramos no segmento premium. Agora os planos são de atualização dos modelos atuais, sem grandes alterações. Talvez em 2026. No momento estamos negociando com a China, fazendo levantamentos de potenciais.

SBM

Deste portfólio quanto é de produção nacional e quanto é importado?

Todos os modelos são trazidos da China. Eles passam por um processo de adequação para o mercado brasileiro e são comercializados. Não existe uma nacionalização, vamos dizer assim, como grande parte das outras marcas: nós compramos os produtos da Shineray China, eles chegam via navio e recebemos no Porto de Suape, onde está a nossa operação. Lá é feito todo o processo de separação dos modelos e sua desmontagem, colocados no CKD e distribuídos. Quando chega nas concessionárias é que é feita a montagem, vamos dizer assim, final das motos.

Por que a Shineray é a única fabricante de motocicletas a produzir fora de Manaus?

Todos os diretores são da região. Eles possuem outros negócios e, em 2005, apareceu a oportunidade da Shineray, que foi testada na região. Em meados de 2014, 2015, veio o grande boom: quando nasceu Suape vieram as isenções fiscais para algumas empresas e os fundadores acabaram por juntar o útil ao agradável. Fizeram o investimento aproveitando os incentivos e foi criada a estrutura.

Qual a projeção da Shineray para o mercado de motocicletas em 2025?

A Fenabrave projeta mais de 2 milhões de unidades e pelo momento atual do mercado acreditamos que ficará neste patamar. O financiamento está bem aquecido, o que nos ajuda. Não vejo impacto negativo no radar.

Os juros altos não podem ser um problema?

O financiamento está caro em todos os setores mas não estamos vendo impacto, o mercado está comprador. O segmento imobiliário, por exemplo, está bem aquecido e as taxas de juros estão altíssimas. Existe crédito no mercado e as pessoas estão comprando. O último trimestre deve ser mais aquecido, porque costuma ser assim, tem aquela crescente natural movida pela emoção.

Fonte: AutoData

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