“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Reciclagem veicular tem pegada ambiental mas também é negócio

Empresas que investiram no ramo recentemente miram as oportunidades de receita que a frota brasileira oferece

03/09/2025

Imagem: Freepik

Por Bruno de Oliveira

A reciclagem veicular de uns tempos para cá ganhou força como modelo de negócio real. Deixou de ser apenas um aglomerado de projetos que não saiam do papel. Ainda que o Programa Mover tenha acelerado isso, e passado um verniz de medida ambiental aos seus incentivos, retirar veículos velhos de circulação e vender suas peças e materiais é uma grande fonte de receita.


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Stellantis, Grupo Sada, Octa, Renova são apenas os exemplos de nomes grandes do mercado que investiram na reciclagem de olho nas oportunidades de negócios que ela oferece no país.

Ainda é tudo muito novo nesse sentido por aqui. Com um histórico grande de informalidade entre agentes que “desmachavam” veículos, de forma que números concretos acerca desse mercado são raros, havendo apenas estimativas.

Brasil já seria referência em desmontagem e reciclagem de veículos

Há quem diga que existe uma possibilidade de retirar por ano cerca de 1 milhão de veículos da frota circulante, considerando aqueles que chegam ao seu final de ciclo de vida.

Essa quantidade pode proporcionar um volume gigantesco de peças que podem ser revendidas no mercado de reposição e de materiais que podem ser reciclados. O que o Mover fez, no fim das contas, foi estimular que esse mercado tenha uma regulamentação, saia da penumbra de ilegalidade e, assim, gere valor.

“Várias marcas já fazem isso em países ricos e ganham dinheiro com economia circular. Quando olhamos para o Brasil, por motivos óbvios o fim de vida do veículo sempre foi subjulgado porque o consumidor brasileiro não sabe ainda muito sobre desmontagem, ele conhece apenas o desmanche, sem saber o lado profissional que existe. E nós já somos referência em tudo isso e há uma demanda reprimida muito forte”, diz Arthur Rufino, CEO da Octa.

“O Mover tem um impacto muito grande porque ele pela primeira vez traz para economia circular as montadoras. Por mais que já houvesse um esforço grande dos centros de desmontagem e da indústria de remanufatura para desenvolver o negócio de fim de vida veicular, ainda assim eram pontas que não conversavam com as outras envolvidas na cadeia e, por isso, faltava a circularidade no mercado”, completa.

O executivo conta, ainda, que no exterior o negócio envolvendo a reciclagem veicular costuma ser atrativo uma vez que proporciona margens em torno de 30% às empresas. A Stellantis, por sua vez, calcula que no Brasil os negócios envolvendo economia circular tem potencial para movimentar R$ 2 bilhões no mercado.

Reciclagem veicular é um tema global

O assunto para a montadora é tão quente no momento que atraiu para o país a visita de uma executiva global da área para falar sobre como a empresa observa o tema em suas operações.

Laurence Hansen, vice-presidente sênior global de economia circular, comentou na oportunidade que a empresa tem cada vez mais investido nessas iniciativas também motivada pelos potenciais negócios e elas podem gerar.

“Não estamos nesse negócio apenas por questões ambientais. A Stellantis entrou para ganhar dinheiro e ser pioneira”, contou a executiva. “Dependendo dos negócios na região, alguns são mais lucrativos que outros, mas estamos fazendo um bom dinheiro.”

Fonte: Automotive Business

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