Por Bruno de Oliveira
Automóveis que chegam a 100 quilômetros por hora em cinco segundos, vimos todos. Agora, uma picape? Pois bem, a Ford passa a vender no país, a partir da sexta-feira, 24, a Ranger Raptor, que entrega esta performance de motor, e outras coisas mais, por R$ 448,6 mil.
Mas, por que uma picape com esta característica no Brasil? Segundo a montadora, há espaço no mercado doméstico porque existiria uma certa tendência entre consumidores de carros esportivos de migração para outras categorias, como por exemplo, as picapes.
“O público desta picape são pessoas que gostam de adrenalina, ou que pelo menos querem passar esta imagem”, disse o gerente de marketing da montadora, Dennis Rossini. “Por ser um segmento novo no país, nao conseguímos estimar o tamanho real do mercado, mas é algo de nicho, sem dúvida”, completou.
LEIA MAIS:
– Nova Ford Ranger mira liderança com tecnologia e segurança
– Ram Rampage estreia com preço e qualidades para abalar Hilux e companhia
A Ranger Raptor é produzida em fábrica da Ford instalada na Tailândia, onde são montadas outras versões da picape icônica da montadora. Em termos de linha de montagem, disse Gilmar de Paula, engenheiro-chefe na América do Sul, foram poucas mudanças que a montadora fez para construir a Raptor.
“A Raptor tem uma cabine de pintura dedicada ao modelo, por exemplo, mas são muitas as partes e peças compartilhadas entre a Raptor e as demais versões”, contou de Paula.
As diferenças entre os modelos, afora a pintura, estão em partes estruturais do veículo, que embora seja construído sobre a mesma plataforma das demais Ranger, demandou que a Ford aplicasse uma série de reforços para suportar a carga e a potência do veículo.
Potência, inclusive, que é de 397 cavalos gerados por uma versão anabolizada do já conhecido propulsor Ecoboost. O motor, no caso, é o 3.0 biturbo movido a gasolina. A ele está acoplada uma caixa de câmbio automática que simula dez velocidades.
A Raptor foi desenvolvida com base no conceito de corrida em desertos, e por isso a montadora tratou de reforçar a suspensão do veículo — ainda que seja pouco provável que um consumidor fará este tipo de condução em algum lugar remoto do país.
Suspensão ativa é um dos destaques da Raptor
A suspensão, portanto, é do tipo ativa: um módulo eletrônico, que se comunica com o computador central do veículo, define o fluxo de óleo hidráulico nos atuadores da suspensão. Dependendo do terreno, e das necessidade do motorista, o conjunto é regulado para ficar mais alto, mais baixo, e assim por diante.
Em termos de design, a Raptor tem ampla gama de cores (cinco no total), apliques nas caixas de roda, para-choques de aço, rodas de liga leve de 17″ e alguns acessórios interessantes na caçamba, como tomadas e pontos de ancoragem. Por dentro, destaque para os bancos em couro e veludo no estilo competição.
“Esse programa [Ranger Raptor] incluiu 39.500 km de testes estruturais e de motorização e 1.600 km em velocidade máxima em situações extremas fora de estrada. Para a validação local, foram feitos ainda 50.000 km de testes em ambiente real no Brasil”, explicou Gilmar de Paula.
A primeira Ranger Raptor surgiu em 2018. Nesse mesmo ano, a F-150 Raptor passou a ser produzida como um projeto independente, com especificações diferentes das demais versões da linha. Em 2022, a Ranger Raptor seguiu o mesmo caminho, sendo desenvolvida como um projeto independente de engenharia.