Abril foi o segundo mês seguido com mais de 120 mil unidades; no quadrimestre são quase 360 mil (MÁRIO CURCIO, PARA AB)
A produção de motos em abril manteve o ritmo forte do mês anterior e atingiu 122,2 mil unidades. O volume foi apenas 2,8% menor que o de março. A comparação com abril de 2020 indica alta de mais de 7.000%, neste caso distorcida pela paralisação das maiores fábricas com a chegada da pandemia. No acumulado do ano foram fabricadas 359,6 mil motocicletas, ou 20,2% a mais que no primeiro quadrimestre de 2020.
Vale dizer também que o total produzido de janeiro a abril foi muito próximo ao período equivalente de 2019, com apenas 8,4 mil motos a menos. Pelo segundo mês seguido, a alta mensal foi puxada pela Honda, que sozinha respondeu por 78% da produção de abril ao montar 95 mil motocicletas. A fabricante corre para compensar paralisações que afetaram sua produção em janeiro e parte de fevereiro (leia aqui).
“Depois de um primeiro bimestre bastante difícil, a produção apresenta uma curva de recuperação e estamos bem próximos ao patamar registrado em 2019. A perspectiva para os próximos meses é de manter esse ritmo e regularizar o abastecimento”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
A partir dos dados atuais, o executivo acredita que a projeção de pouco mais de 1 milhão de unidades para 2021 será alcançada. “Se mantivermos a produção nesse ritmo e tivermos uma aceleração no programa de vacinação para evitar uma nova crise sanitária mais grave, poderemos até fazer uma eventual revisão dos números no segundo semestre”, diz.
Entre os dados de abril se destaca também a Yamaha. A vice-líder montou 23 mil unidades no mês e anotou alta de 12,2% sobre março, mas esse crescimento precedeu uma parada nesta primeira metade de maio.
ATACADO CRESCE 15,3% NO QUADRIMESTRE
No quarto mês de 2021 as fábricas entregaram às concessionárias 108,8 mil motos, uma pequena queda de 6,9% em relação a abril. Aqui, como na produção, a comparação com abril do ano passado fica distorcida pela quase inatividade naquele primeiro mês inteiro sob os efeitos da quarentena na fabricação, comércio e licenciamento de veículos. No acumulado do ano as concessionárias receberam 325,9 mil motos, número 15,3% mais alto que o registrado nos mesmos quatro meses de 2020. Já a comparação com o primeiro quadrimestre de 2019 indica queda de 9,7%.
EXPORTAÇÕES AUMENTAM, MAS VOLUME É BAIXO
Em abril, as fábricas de Manaus exportaram apenas 4,3 mil motos, anotando queda de 32,5% em relação a março. O principal destino no mês foi a Argentina, que absorveu 2,5 mil unidades (quase 40% do total). O segundo e terceiro lugares ficaram com Estados Unidos (1.292 motos) e Colômbia (1.269).
O acumulado do ano teve 17,4 mil unidades enviadas ao mercado externo. A alta parece expressiva, 140,5%, mas ocorre sobre uma base muito baixa porque as exportações do ano passado já começaram ruins por causa do fraco desempenho do mercado argentino e o problema se agravou em março e abril por causa da Covid-19. Até o fim de 2021 as fabricantes esperam exportar 40 mil unidades, o que resultaria em alta de 18,5% sobre 2020.
EMPLACAMENTO EM ABRIL É O MELHOR DE 2020
O licenciamento de motocicletas totalizou 94,7 mil unidades em abril, o melhor mês de 2021 até agora (leia aqui). O salto de vendas foi consequência da retomada da produção da Honda a partir de março.
“Até o mês passado ainda lidávamos com a falta de motos no varejo. Agora, com esses novos índices produtivos, nosso objetivo é alcançar o equilíbrio entre a oferta e a demanda e reduzir a fila de espera”, estima Fermanian.
Os emplacamentos de janeiro a abril somam 300,2 mil unidades. Esse volume é 9,1% maior do que em iguais meses do ano passado. Já a comparação com o primeiro quadrimestre de 2019 indica queda de 14,7%.
Fonte: Automotive Business